MÚSICA DA PARAÍBA, HOJE; Escrito Por Gilvan de Brito 

MÚSICA DA PARAÍBA, HOJE;  Escrito Por Gilvan de Brito – Jornalista, advogado e escritor.


“Quem te viu e quem te vê”, é um sintagma que se aplica muito bem à Música da Paraíba, Hoje. Existe música da Paraíba hoje? A música que marcou presença foi a do passado, que vale a pena lembrar como uma das mais divulgadas, aplaudidas e executadas no Brasil e no mundo, nas décadas de 70 e 80 do último século. Tanto pela qualidade quanto pelo entusiasmo das letras e das músicas, pontuais. A Paraíba é um caso raro no tratamento de seus artistas: morde e assopra. No fim da década de 60, Zé Ramalho veio do sertão, empolgado, com os alforjes cheios de belas composições, e certo de que poderia abafar, marcou um show no teatro Santa Rosa. Nove espectadores compareceram à casa de espetáculos, cinco pagaram. A sua reação mostrou a indignação de um artista que sabia de sua competência e de sua superioridade: virou-se para os objetos de cena, do palco, e destruiu uma TV, daquelas antigas, de enormes tubos de imagens, e cancelou a apresentação. No meio do sentimento de cólera, tomou uma decisão: foi-se para o Rio de Janeiro, com as mesmas músicas.

 

Viu e venceu, endeusado e apontado como um dos melhores compositores e autores brasileiros, com o que havia de melhor do nosso cancioneiro popular, expressando e traduzindo a cultura do povo através da música. Naquela altura, Vital Farias já fazia estrondoso sucesso no eixo Rio São Paulo e depois em todo o país, depois que uma música sua serviu de tema à uma novela da TV Globo. Elba Ramalho, que vinha patinando na música da Paraíba, quando resolveu partir com Luiz Mendonça, Livardo Alves e Anco Márcio, com a peça “Cancão de Fogo”, e antes de terminar o trabalho, no Rio de Janeiro, disse: “aqui é o meu lugar”. Ficou e abafou, constituindo-se numa das maiores intérpretes nacionais durante muitos anos, com uma voz inconfundível.

 

Cátia de França, no embalo dos demais, também tentou no Rio de Janeiro, fez shows e marcou sucessos, mas não suportou a distância da Paraíba e voltou e Chico César, com belas canções (ainda resiste, fazendo a ponte com os tempos áureos; Correndo por fora, Livardo Alves, no embalo da “Marcha da Cueca”, liderou as audiências dos festejos carnavalescos durante vários anos, do Rio e São Paulo, além das músicas que marcaram a sua nordestinidade na parceria com Vital Farias e com outros parceiros; Pedro Osmar, com belíssimas composições gravadas por Elba Ramalho. E, ainda, Bráulio Tavares, Antônio Barros e Cecéu, Flávio José, Sivuca, Genival Macedo, Glorinha Gadelha, Marinês, Capilé e Carlos Aranha, vencedor de festivais e autor de belas músicas, o polivalente Dida Fialho, Thadeu Matias. e o regionalismo de Pinto do Acordeom.

 

Antes destes, o grande compositor e intérprete vencedor de vários festivais do Rio de Janeiro, Geraldo Vandré, cuja biografia eu tive a satisfação de escrever (Não me Chamem Vandré, editora Patmos, 280 p); Jackson do Pandeiro, que mostrou como se marca o ritmo e Zé do Norte, vencedor do prêmio da trilha sonora do filme O Cangaceiro, no festival de Cannes, na França. Não devemos esquecer também de Genival Lacerda, Rosil Cavalcante, Fernando Lélis, Roberto Luna, Jairo Aguiar. Mas havia, ainda, aqueles que se encontravam fora do circuito das grandes gravadoras nacionais, dos velhos Long Plays. Para preencher essa lacuna tive a ideia de produzir um álbum duplo reunindo 29 artistas, entre compositores, autores, arranjadores e intérpretes, nos discos Música da Paraíba, Hoje – 1 e 2 – registrando para a posteridade a música que se fazia na Paraíba entre as décadas de 70 e 80 do século passado, hoje uma relíquia.

Participaram direta e indiretamente do terceiro grande movimento da música local, intitulado Música da Paraíba, Hoje: Adelino, Alarico Correia Neto, Alexandre Brito, Ari, Babí, Boto, Bráulio Tavares, Cacá Ribeiro, Carlos Aranha, Carlos di Carlo, Chico César, Chico Mendes, Clementino Lins, Dida Fialho, Elias D´Angelo, Eudes Henrique, Eugênio Cavalcante, Fernando Teixeira, Fubá, Gilvan de Brito, Golinha, Hélio Ricardo, Huguinho, Isa Y Plá, Jailson, Janduhy, Janjão, Jarbas Mariz, João Lira, Jorge Negão, José Ariosvaldo, José Cabral, Léo Almeida, Livardo Alves, Lúcio Lins, Lugmar Medeiros, Mário José Pessoa, Mário Lins, Marquinhos Aguiar, Milton Dornelas, Mozart, Nell Blue, Neném Xavier, Nido, Nino da Flauta, Parrá, Paulo Batera, Paulo Paiva, Paulo Ró, Pedro Osmar, Roberto Araújo, Roberto Gabínio, Rubinho, Sérgio Túlio, Sílvio Osias, Unhandeijara Lisboa, Vasconcelos, Waldo do Vale, Walter Galvão, Zé da Flauta, Zé da Viola e Zewagner.

Este despretensioso ensaio sobre a música paraibana destaca a atividade musical, preferencialmente, daqueles compositores, autores e intérpretes que ao longo do tempo permaneceram distante das grandes gravadoras, que tolheram suas ações, mas inclui também alguns dos grandes nomes, particularmente com os trabalhos que iniciaram sua vida musical. Assim, procuramos mostrar não apenas aqueles que despontaram nacionalmente na música, mas também os que, por motivos diversos, sofreram a ação predatória das Gravadoras do eixo Rio-S. Paulo, ficando à margem do sucesso ao nível do país. Como veremos, a grande maioria teria chances de despontar no cenário nacional. Por isso procuramos nesta produção de meio século de música, lembrá-los e fazer-lhes justiça perante o tempo, para que no futuro saiba-se como foi a Música da Paraíba, Ontem.

Lembremos também dos participantes do movimento dos festivais, o segundo, da música paraibana, na década de 60: Agápio Vieira, Águia Mendes, Aléssio Toni, Alex Madureura, Ary, Babi, Barreto Neto, Benedito Honório, Bráulio Bronzeado, Bráulio Tavares, Cacá Ribeiro, Carlos Aranha, Carlos Roberto de Oliveira, Chico Mendes, Chico Teotônio, Clementino Lins, CleodatoPorto, Coringa, Costa Neto, D. Martins, Das Bandas da Paraíba, Dida Fialho, Diógenes Brayner, Diógo, Elba Ramalho, Elias D´angelo, Fernando Aranha, Fernando Teixeira, Francisco Zacarias, Fúba, Genival Lacerda, Genival Macedo, Genival Veloso, Gilberto Patrício, Gilson Reis, Gilvan de Brito, Grupo Cabroeira, Huguinho Guimarães, Isa Y Plá, Ivanildo Vila Nova, Jaguaribe Carne, Jairo Aguiar, Jarbas Mariz, Joana Belarmino, João Carlos Franca, João Gonçalves, João Linhares, João Manoel de Carvalho, Jomar Souto, Jorge Negão, José Neves (maestro e compositor), José Rui, Jr. Espínola, Léo Almeida, Lis, Lugmar, Luiz Ramalho, M. Leite, Maestro José Neves, Manoelzinho Silva, Marcos Tavares, Marcus Vinícius, Mário José Pessoa, Marlene Freire, Marquinhos Aguiar, Metalúrgica Felipéia, Milton Dornellas, Moacir Codeceira, Mozart, Natanael Alves, Nell Blue, Neumane Pinto, Nevinha, Nino da Flauta, Oliveira de Panelas, Orquestra de Vilor, Os Quatro Loucos, Pádua Belomont, Parrá, Paulinho Ditarso, Paulo Melo, Paulo Paiva, Paulo Ró, Pepy, Roberto Araújo, Roberto Gabínio, Ronaldo Monte, Rubinho, Rui de Assis, Sérgio Túlio, Shirley Maria, Sindalva, Sônia Maria, Waldo do Vale, Zé Pequeno, Zemaria de Oliveira, Zete Farias e Zewagner.

 

Depois de Música da Paraíba, Hoje pouco se fez para justificar um quarto movimento da música paraibana. Depois de 1980 sugiram vários intérpretes, instrumentistas, letristas e compositores, que vêm marcando presença na música paraibana, sem que se possa considerar, com honrosas exceções, nestes 32 anos algum movimento aglutinante capaz de lançar nomes além fronteiras, como os anteriores.

 

A nova geração da música é composta de Adeíldo Vieira, Adeílde Lopes, Ademir Mantovani, Águia Mendes, Alex Madureira, Álice Lumi, Almir do Vale, Altimar Garcia, Anay Claro, Arari, Ariadne Lima, Artur Dionísio, Betinho Muniz, Bob Farias, Byaya, Cacá Santa Cruz, Cassandra Figueiredo, Cachimbinho, Capilé, Carlinhos Cocó, Chikito, Chiquinho Mino, Cícero Caetano, Clementino Lins, Climério, Costinha, Dadá Venceslau, Dario Junior, Dejinha de Monteiro, Déo Nunes, Diana Miranda, Dida Fialho, Dida Vieira, Edinho Arruda, Edmilson Felix, Edson Batera, Eliete Matias, Elisa Leitão, Eric Von Shohsten, Erivan Araújo, Escurinho, Eudimar, Fabíola, Fábio P.C., Fátima Lima, Flávio Boy, Florismar, Fernando Pintassilgo, Francisco Alcântara, Francisco Sobrinho, Geo Ventania, Geraldo Mousinho, Germana Cunha, Gilberto Nascimento, Gilvando Pereira, Gladson Carvalho, Glauco Andreza, Gracinha Teles, Humberto Almeida, Irani Medeiros, Jadir Camargo, Jairo Madruga, Janduhy Finizola, Jeová de Carvalho, Jessé Anderson, Jessé Jel, João Barbosa, João Linhares, João Paulo, João Barbosa, Joca do Acordeão, Jorge Benício, José Francinaldo, José Arimatéia, José Soares, José Neves, Josias Paes, Josiel, Jotinha, Judimar Dias, Junior Natureza, Junior Targino, Kennedy Costa, Lau Siqueira, Leo Meira, Lígia Guerra, Luciene Melo, Luiz Carlos Otávio, Laurente Gomes, Lindevaldo Cipriano, Lis Albuquerque, Lúcio Lins, Luizinho Barbosa, Marder Farias, Marcelo Ferreira, Marcone Barbosa, Marcos Carneiro, Marcos Fonseca, Marcus Milanês, Marcos Tavares, Maúde, Mauro Martins, Mestre Fúba, Mihno Dgil, Milton Dorneles, Mônica Melo, Nanado Alves, Nando Azimute, Nando Santos, Naor Xavier, Natálie Lima, Nau Nunes, Nelson Campos, Nelson Teixeira, Nelson Valença, Neto Guarabira, Osvaldo Nery, Pablo Ramirez, Pádua Belmont, Patrícia Moreira, Paulinho Ditarso, Paulo Barreto, Paulo Batera, Paulo Vieira, Paulo Vinícius, Percival Henrique, Piancó, Pinto do Acordeão, Ranilson Bezerra, Regina Brown, Renata Arruda, Ricardo Anísio, Ricardo Fabião, Rivaldo Dias, Rivaldo Serrano, Ronaldinho Cunha Lima, Rogério Franco, Ronaldo Cavalcante, Ronaldo Monte, Robeldik Dantas, Roberta Miranda, Roberto Ângelo, Roberto Costa, Romero Remígio, Rosildo Oliveira, Ryná Souto, Rubinho Jacob, Samuel Espinoza, Sandoval, Sandra Trajano, Sandoval Moreno, Sandoval de Oliveira, Sandro Pitta, Sandro Targino, Saulo Mendonça, Sérgio Galo, Soraya Bandeira, Tampinha, Tatá Almeida, Tonho Monteiro, Tota Arcela, Totonho, Teínha, Vanine Émery, Walber de Andrade, Walter Galvão, Walter Luís, Walter Santos, Walter Signus, Wandinho Araújo, Wanine, Wilmar Bandeira, Wilson Barreto, Vander Farias, Vavá Dias, Villor Araújo, Virgínia Lombardi, Xisto Medeiros, Yerco Pinto, Zé Badú, Zé Gotinhá, Zé da Viola, Zilma Pinto e Zizi Sanfoneiro, dentre outros.

Muitos dos que pertenceram ao movimento anterior continuaram, como Alberto Arcela, Benedito Honório, Clementino Lins, Chico César, Elias D´angelo, Pedro Osmar, Paulo Ró, Poty Lucena, Rubinho, Fúba agora chamado Mestre Fúba, e Milton Dornelas.
Nestes tempos de pandemia, no qual ficamos em casa sem fazer nada, resolvi escrever este leve ensaio, que por ser um pouco extenso, sei que poucos vão se aventurar a lê-lo. Mesmo assim, fica o registro para a História.

A imagem pode conter: 28 pessoas, pessoas sentadas e criança



O RETRATO DOS GOVERNADORES: Escrito Por Gilvan de Brito

 

 

 

O RETRATO DOS GOVERNADORES: Escrito Por Gilvan de Brito

A propósito de uma foto do estádio “Almeidão”, às margens da BR-230, publicada hoje pelo jornalista Carlos Aranha, constatei a inércia da maioria dos administradores paraibanos. Essa praça de esportes foi construída pelo governador Ernani Sátyro, na metade da década de 70, com capacidade para 40 mil pessoas, e que ainda achou pouco, fez uma réplica em Campina Grande com o apelido de “Amigão”.

 

Eu era seu assessor de imprensa, no palácio da Redenção, e ouvi-o dizer, certa vez: “O estádio está faltando preencher dois espaços na arquibancada, atrás dos goleiros, e uma cobertura maior, que possa proteger toda a arquibancada circular, mas isso os próximos governadores vão fazer, com certeza” – sentenciou equivocadamente porque nenhum dos que o substituíram tinham a sua visão. Não fizeram. E o estádio continua tal e qual Ernani Sátyro, legou aos paraibanos de João Pessoa, há exatos 45 anos.

 

Enquanto isso, houve uma Copa do Mundo no Brasil em 2014, e os governadores de Pernambuco e Rio Grande do Norte conseguiram com o governo federal a construção de dois belíssimos estádios que se assemelham aos mais confortáveis do mundo, no melhor estilo. O governador da Paraíba, de então, não se interessou em trazer uma verba federal para a conclusão do pouco que faltava do nosso estádio. Uma pena ter deixado passar essa grande chance, pois havia muito dinheiro sobrando para esse fim.

 

Algumas pessoas podem tentar justificar dizendo que nestes 45 anos a cidade cresceu, desenvolveu-se e até parece um “paliteiro”, tal a quantidade de edifícios construídos por todos os recantos. Para esses eu tenho uma palavra: Esse avanço deve-se exclusivamente à iniciativa privada. O governo não tem nada a ver com essa grandeza vertiginoso. O governo, inclusive, não proporciona o mínimo de infraestrutura para dar uma cara a esse crescimento. Não existe na maioria das ruas, sequer, placas orientando as pessoas por onde devem conduzir os seus veículos.

www.reporteriedoferreira.com.br    O RETRATO DOS GOVERNADORES: Escrito Por Gilvan de Brito Jornalista, advogado e escritor



REPÓRTERES POLICIAIS: Escrito Por Gilvan de Brito 

REPÓRTERES POLICIAIS: Escrito Por Gilvan de Brito

Jornalista, advogado e escritor.

Nas redações dos jornais onde trabalhei nos meus 55 anos de jornalismo, constatei que os repórteres policiais eram as figuras mais curiosas da profissão, onde cada um tinha características próprias, uns pela forma outros pelo conteúdo, fugindo dos padrões. No jornal O Norte, nas décadas de 70 a 90, havia um competente repórter, chamado Juarez Felix, que se sustentou no batente até a terceira idade. Juarez era uma figura interessante: tinha a cara fechada, parecendo que estava sempre irado ou aborrecido com alguma coisa. Quem olhasse para ele, na redação, não queria conversa. Imaginava logo tratar-se de um tipo inabordável. Isso pela forma como encarava as pessoas, com a cara de poucos amigos. Por conta dessa cara de mau humor permanente ganhou o apelido de “Juarez Bute” entre os mais íntimos (a expressão “deu o bute”, no dicionário popular, significa: quando há um acontecimento inesperado). Juarez, porém, era a melhor pessoa do mundo, incapaz de intimidar ou aborrecer qualquer ser humano, e demonstrava isso quando encontrava um amigo ou um colega na rua, onde conversava alegre e até ria, pelo canto da boca. As aparências enganavam aqueles que pensavam diferente.

 


No Correio da Paraíba fui colega de outro repórter policial, chamado José de Sousa, capaz de levar ao fim do dia, quantidade insuperável de notícias do setor. Não primava, porém, pelo aprimoramento da redação. Suas matérias passavam, sempre, pela revisão de Frank Ribeiro, por conta das repetições de palavras e de contradições. Ele escrevia rápido e nunca revisava nada daquilo que colocava no papel. Certa vez, entre as matérias que entregara ao editor da cidade, Bosco Gaspar, havia uma curiosidade: a notícia se referia a um acidente entre um veículo e um poste, no centro da cidade, causando ferimentos no motorista, e ao fim informava que o poste havia sido recolhido ao Hospital de Pronto Socorro (que ainda existia na rua Visconde de Pelotas) enquanto que a vítima fora conduzida ao depósito do Detran. Bosco chamou-o e pediu confirmação da notícia. Ele leu e em seguida garantiu: “É isso mesmo, só esqueci de dizer que a vítima não sofreu maiores consequências”.

 


Outro repórter competente do setor policial era Iedo Ferreira, também do meu tempo. Conhecia todos os delegados, os agentes do Detran, da polícia rodoviária, integrantes da rádio patrulha e policiais civis e militares. Chegava ao jornal pela manhã, sentava-se diante do telefone e começava a colher informações. Quando os repórteres de outros setores estavam saindo para colher as últimas, ele deixava uma pilha de notícias prontas, com Bosco Gaspar, com as ocorrências da noite anterior e as primeiras do dia, até aquele momento. Hoje Iedo não trabalha mais em jornal (mesmo porque fecharam (restando apenas A União, que nunca deu bola ao setor policial), mas, para não fugir à tradição foi ser assessor de comunicação, da Central de Polícia, de onde manda, eventualmente, notícias do setor para este Facebook.

A imagem pode conter: Iedo Ferreira
www.reporteriedoferreira.com.brREPÓRTERES POLICIAIS: Escrito Por Gilvan de Brito

Jornalista, advogado e escritor.




BRASÍLIA É DIFERENTE DE TUDO: Escrito Por Gilvan de Brito 

BRASÍLIA É DIFERENTE DE TUDO: Escrito Por Gilvan de Brito

 

A primeira vez que estive em Brasília foi três meses após a inauguração, em junho de 1960. Era um rapazinho que resolveu prolongar uma viagem de pau de arara ao Rio de Janeiro e Belo Horizonte, dando vasão às aventuras que sempre me tocaram. Em Brasília o que mais se observava era poeira vermelha, estradas de barro e construções que não acabavam mais. Tudo estava por fazer, só havia prédios das instituições e sedes dos três poderes. Emprego só para peão de obra. Não deu, voltei para João Pessoa. Depois que entrei no jornalismo fui várias vezes à Brasília realizar cobertura de eventos políticos para o Correio da Paraíba e a cada uma delas encontrava a cidade muito mais convidativa. Fui-me acostumando e quando surgiu uma oportunidade para trabalhar na Capital Federal fui correndo assumir o cargo de Secretário Parlamentar, da Câmara dos Deputados, que foi interrompido durante dois anos quando voltei para assumir a diretoria de comunicação da Assembleia Legislativa. Terminado o período fui de novo para Brasília onde ocupei, pela segunda vez, o mesmo cargo na Câmara dos Deputados.

 

Depois surgiu uma oportunidade e fui nomeado pelo ministro Andrade Vieira, da Indústria, Comércio e Turismo, para a coordenação geral de planejamento de turismo, no governo Itamar Franco. Ainda trabalhei no ministério, no governo Fernando Henrique, mas depois, fui atraído pela Câmara dos Deputados, onde me aposentei. Foram 12 anos em Brasília, uma cidade que me ensinou a gostar de um lugar diferente daquele em que nasci e me criei: João Pessoa. Brasília é uma cidade moderna, de boa locomoção; o trânsito flui com naturalidade e racionalidade. As moradias são excelentes, nas super-quadras das asas norte e sul. Cada uma com vida própria, serviços e facilidades para a aquisição de tudo que se precisa. Facilidade de comunicação com Rio e São Paulo, para onde se chega por via aérea numa viagem com uma hora e uma hora e vinte minutos, respectivamente.

 

Opções de lazer não faltam, no parque de Itiquira, a 80 k, onde há uma cachoeira com cem metros de queda, e a metade da água se esgarça no ar; Goiania a duas horas e meia por via rodoviária; Pirenópolis, a 150 k, (casario colonial com uma cruz pintada nas portas para identificar os cristãos novos, na inquisição), a cidade das pedras ao lado da serra dos Pireneus, com 1.385 m de altura, onde há um mirante. E Goiás Velho, antiga capital, onde se vê a casa-museu onde residiu a poeta Cora Coralina. Em Brasília, porém, é difícil sobreviver nos meses de julho a setembro, quando bate a seca. A temperatura cai a zero grau e a densidade do ar desce a 7 por cento, complicando até a respiração e obrigando a dormirmos com lençóis molhados na cabeceira da cama e respiradores de oxigênio aspirando no ar, quando prevalece o sangramento do nariz e os problemas respiratórios. Nesta época a cidade cobre-se de fuligem trazida das matas do entorno, em chamas. Mas, de resto, dá para tirar de letra. Essa a minha homenagem à cidade onde habitei por mais de uma década, que me trouxe grandes alegrias e que está completando hoje 60 anos, por exclusiva obra e graça de Juscelino Kubitschek.

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, crepúsculo, céu, atividades ao ar livre e natureza
www.reporteriedoferreira.com.br Escrito Por Gilvan de Brito -Jornalista-advogado e escritor



O JOGO DO “MORDE E ASSOPRA”: Escrito Por Rui Leitao

O JOGO DO “MORDE E ASSOPRA”: Escrito Por Rui Leitao

A expressão “morde e assopra”, segundo pesquisadores, tem origem na observação de como os morcegos agem quando atacam suas vítimas para sugar seu sangue sem que elas percebam. Eles têm uma saliva anestésica que permite aliviar a dor da ferida causada após soprá-la. Essa tática tem sido usada por alguns políticos contemporâneos. Dizem ou fazem algo num dia, e, no outro, ao perceberem a repercussão negativa de sua atitude, tentam minimizar os efeitos ruins do seu procedimento da véspera.

 

Quando a gente vê um político fazendo o jogo do “morde e assopra” no seu comportamento cotidiano, ficamos na dúvida se ele adota essa postura por estratégia para conseguir o que quer, ou se na verdade ele sequer sabe o que quer e o que diz. A dubiedade que caracteriza a sua forma de lidar com as situações que lhe compete emitir opinião ou adotar ações proativas, induz a opinião pública a perceber a sua incoerência recorrente.

 

Alguns, por uma carência de aplausos, se comportam ao sabor das emoções eventuais, de forma a satisfazer grupos que os elegeram para cumprir missões, muitas das vezes insensatas e até impossíveis. Por isso, no primeiro momento fala aquilo que seus admiradores gostariam de ouvir. Todavia, pouco depois, ao descobrirem que cometeram um ato falho, se apressam em desdizer o discurso antes pronunciado. Atacam, “mordem”, por impulsos circunstanciais, mas rapidamente negam o que açodadamente falou no ontem.

 

Esse comentário tem a ver com as ocorrências políticas do domingo passado. O presidente, ao tomar conhecimento de que uma pequena aglomeração de manifestantes se localizava em frente ao quartel general do exército em Brasília, decidiu ir ao encontro dos seus seguidores. Ali chegando, estimulado pela demonstração de apoio dos fanáticos militantes da ultradireita brasileira, não avaliou as consequências do seu ato, subiu em um veículo e proferiu o discurso que os ativistas desejavam escutar. Entre os manifestantes eram visualizados faixas e cartazes antidemocráticos que pregavam o fechamento do Congresso e o STF, além da reedição do AI5.

 

Um chefe de nação responsável jamais teria entrado nesse jogo. Ele fez exatamente o contrário do que recomenda o bom senso que deve prevalecer no comportamento de um presidente da república. Incitou os aglomerados e, por conseguinte, seus admiradores do resto do país à desobediência civil, não só às recomendações médico-científicas para o enfrentamento da crise sanitária provocada pela pandemia do coronavírus, como também às práticas democráticas que a nossa Constituição preceitua.

 

“Mordeu” ontem para hoje tentar “assoprar”, ao considerar o grave desatino protagonizado publicamente. Já não se revela qualquer surpresa o seu procedimento. Faz parte da sua personalidade ambígua. A pergunta que não quer calar é até quando as instituições democráticas vão admitir passivamente esse estilo de governar o país, ultrapassando todos os limites de comedimento e compostura exigidos pelo cargo que exerce.

www.reporteriedoferreira.com.br     Escrito Por Rui Leitão- advogado e escritor




CONVERSANDO COM O ESPÍRITO: Escrito Por Gilvan de Brito 

CONVERSANDO COM O ESPÍRITO: Escrito Por Gilvan de Brito

Isolado pelo Coronavirus resolvi conversar com o meu espírito, coisa que não fazia há algum tempo. Quem pensa que não temos espírito está redondamente enganado: eu tenho. E falo com ele, trocando ideias e manifestando minhas posições favoráveis ou contrárias às suas emanações. Nunca vi a sua cara, e acho que nunca a verei, mas sei que o espírito se constitui de uma energia que reside na nossa mente e se manifesta através e um sistema nervoso consciente, com ramificações eletromagnéticas através do coração, enquanto estamos vivos.

 

Uma central elétrica que nos supre de energia para o nosso entendimento e os nossos discernimentos, o tino e o juízo sobre as coisas que vemos e com as quais convivemos. Essa é a parte imaterial do meu eu, com quem convivo desde pequenininho, e a quem sempre agradeço, pela forma como preserva a minha vida e torna o meu corpo fechado, agindo como um escudo, orientando-me para andar pelo lado certo e evitar perigos da rua e da vida. Pois bem, a conversa foi boa, demorou um bom espaço da madrugada de ontem para hoje. Colocamos os assuntos em dia, discutimos alguns dos meus planos, ouvi opiniões e sugestões e tirei muitas conclusões, boas e más.

 

Ser o interlocutor do próprio espírito, da consciência ou da alma, como desejar, é muito bom porque cada um quer o melhor para o outro, como irmãos siameses. Não revelo as conversas porque, sem pedir licença – e não quero incomodá-lo agora – jamais avançaria o sinal, porque não sei se ele concordaria. De tudo isso, acho que o fato de ser ateu e de correr nas minhas veias o sangue judaico, mantendo-me longe dessas baboseiras dos dogmas religiosos, não tenho dificuldade de conversar com o meu próprio espírito, porque nada de fantasias, doutrinas, rituais próprios e crenças se interpõem entre nós.

A imagem pode conter: planta, flor, natureza e atividades ao ar livre
www.reporteriedoferreira.com.br  Por Gilvan de Brito- Advogado,Jornalista e Escritor



O CONFLITO DO “ELES” CONTRA O “NÓS”: Escrito Por Rui Leitao

O CONFLITO DO “ELES” CONTRA O “NÓS”: Escrito Por Rui Leitao
A crise provocada pela pandemia do coronavirus tem acentuado o conflito do “eles” contra o “nós”. Esse confronto, principalmente em nosso país, é histórico. O mapa da desigualdade social sempre foi conhecido por todos. Ocorre, porém, que agora ele se mostra mais evidente, considerando as condições de vulnerabilidade de boa parte da população que vive em situação de pobreza. Consequentemente serão as classes sociais menos assistidas pelos poderes públicos, as mais atingidas pelas trágicas ameaças do vírus.Como se não bastasse esse quadro extremamente desigual em nossa sociedade, estamos também sendo atacados por um acirramento de ânimos causado pela radicalização político-ideológica e a intolerância.
O Brasil, além de dividido entre pobres e ricos, está também fracionado por conveniências dos que detêm o poder político ou econômico. Paixões e ambições pessoais se colocando acima da racionalidade.Divergências posicionando brasileiros em campos distintos, conforme seus interesses mais imediatos. Enquanto a grande maioria entende que a prioridade é salvar vidas. Por isso as decisões, por orientação médico-científica, em determinar o isolamento social, com o objetivo de minimizar a contaminação, e, por consequência, evitar um colapso no sistema de saúde de cada cidade.
Outros, situados no campo da dinâmica econômica, preferem optar pela preservação dos seus ganhos, ainda que colocando em risco a vida deles próprios e da população como um todo.Mais grave ainda é verificar que o conflito se transfere para os gestores públicos. É perceptível o embate que se verifica entre os diversos níveis de responsabilidade institucional. Enquanto quase a totalidade de governadores e prefeitos fez opção pelo atendimento às recomendações da Organização Mundial da Saúde e do próprio Ministério da Saúde do país, decretando a prática do distanciamento social. Outros, incluindo aí o presidente da república, partem para definição de uma campanha contra essas determinações de isolamento social, por temor de prejuízos à economia nacional. A briga tornou-se política, lamentavelmente.De um lado, “eles”, os poderosos preocupados com a ambição por ganhos financeiros.
Do outro, “nós”, os que entendem que, antes de tudo, deve prevalecer a luta por salvar vidas. A retórica e as atitudes do chefe da nação, entretanto, ganham força de exemplo negativo para a sociedade, fazendo com que muitos passem a compreender que o coronavirus não é tão assombroso assim. Insiste em afirmar que é apenas uma gripezinha.Enquanto esse embate se estabelece, o vírus continua sua marcha acelerada de contágio, exigindo atenção médica redobrada. Ainda bem que a grande maioria dos gestores públicos de nosso país está se comportando com a responsabilidade que os cargos lhes conferem. E enfrentam corajosamente a insensatez dos poucos que teimam em estimular a desobediência ao isolamento social e cometem absurdos contra as regras de saúde.
Parcela do empresariado, acompanhada por fanaticos, em alinhamento ao posicionamento crítico do presidente da república em relação às medidas preventivas adotadas pelos govenadores e prefeitos, continua reivindicando o fim da quarentena, indiferente às estatísticas alarmantes que já se expressam na contagem de pessoas infectadas ou mortas por conta da pandemia. É o “achismo” duelando com a “ciência”. A pandemia chega para testar a capacidade de mobilização dos que estão do lado do “nós”, contra os que desprezam o valor da vida, em nome da manutenção do status econômico e financeiro, “eles”. Ouçamos, então a voz da ciência e permaneçamos sem sair de casa. Façamos com que o “nós”, pela primeira vez, vença o grupo minoritário formado por “eles”, os poderosos desatinados.
www.reporteriedoferreira.com.br   Escrito Por Rui Leitão- Escritor



O FIM DO LOCKDOWN; Escrito Por Gilvan de Brito

O FIM DO LOCKDOWN; Escrito Por Gilvan de Brito

A questão aberta entre o ministro da Saúde e o presidente da República tem sido o isolamento proposto de forma inquestionável pela Organização Mundial de Saúde, com a qual não concorda Bolsonaro. Enquanto o ministro segue apoiado pelos mais idosos, de maior vulnerabilidade, como está comprovado, os mais jovens estão com o chefe da Nação e querem trabalhar, não importando os riscos. Os entregadores (delivery) são mostrados como exemplo, onde não há registros de contaminação mesmo na atividade que exige contatos diversos e movimentação de corpos.

 

Em Portugal, este problema também está sendo questionado e, no dia de ontem, entidades patronais lideradas pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP), e União Geral de Trabalhadores (UGT) defenderam, em manifesto encaminhado ao primeiro-ministro, o relaxamento da política exigida pela OMS. E, como alternativa, ofereceram como sugestões:testar todos os casos suspeitos num prazo 24 horas desde a manifestação de sintomas e a massificação de teste sorológicos na população em geral —além da manutenção em isolamento dos casos confirmados e do trabalho em casa quando isso for possível.

 

O prazo de isolamento termina sexta feira em Portugal. O grave problema no Brasil, por exemplo, é que essa sugestão torna-se impraticável pela insuficiência de testes a fim de atender a demanda. Em Portugal, porém, há autoridades que vêm insistindo na importância do isolamento, tais como o médico português Rui Moreno, ex-presidente da Sociedade Europeia de Medicina Intensiva e diretor no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, garantindo que Portugal ainda está longe de ganhar a guerra” contra a Covid-19.

 

Por esse motivo ele achou um absurdo a declaração de Bolsonaro de que o vírus não passa de uma gripezinha. Moreno, no entanto, apoia “o levantamento das restrições no interior do país (menos povoado) em direção ao litoral, além de liberar para trabalhar primeiramente os mais jovens.” Até ontem o número de falecidos e contaminados atingia 535 mortos e 16.934 casos de infeção confirmados em Portugal, o que representa muito para um país de 10 milhões de habitantes em relação ao Brasil com 220 milhões.

www.reporteriedoferreira.com.br    O FIM DO LOCKDOWN; Escrito Por Gilvan de Brito- Jornalista e Escritor




O NEGACIONISMO OFICIAL: Escrito Por Rui Leitão

O NEGACIONISMO OFICIAL: Escrito Por Rui Leitão

 

É preocupante a crise de confiança na ciência que estamos vivenciando nos tempos atuais. A descrença no conhecimento científico tem se manifestado, surpreendentemente, em indivíduos com boa formação cultural. O clima de ceticismo é propositadamente estimulado por lideranças interessadas em difundir o obscurantismo. O fenômeno do pós-verdade influenciando a opinião pública.

A mentira sendo usada se forma oportunista, desprezando evidências apresentadas com argumentação científica. O negacionismo procura contestar verdades produzidas pela ciência.

Mas há interesses econômicos e políticos por trás dessas afirmações. Semeando a dúvida gera controvérsias que se fazem necessárias para alcance de objetivos escusos. Produz debates que não respeitam o senso de honestidade. Mídias alternativas manejadas irresponsavelmente por especialistas em fakenews.

O negacionismo sendo oficializado nos gabinetes dos detentores de poder. Declarações estapafúrdias de personalidades do governo são amplificadas na tentativa de germinar inverdades no terreno fértil da desesperança do povo. E muita gente nem se envergonha mais em defender publicamente os absurdos proclamados. Vejo pessoas que eu julgava com bom nível de Inteligência “convencidas” de que “a terra é plana”, ou que essa crise sanitária do coronavírus é uma “pandemia falsa articulada por comunistas”. Chega a ser risível, ainda que trágico tudo isso. Enxergam conspiração política onde não existe. Tudo que contraria seus conceitos político-ideológicos é complô de inspiração marxista. Não percebem que a intenção é conquistar público que dê apoio a políticas desastrosas para a coletividade, atendendo as demandas da elite.

Autoridades sem qualquer credencial técnico-científica enunciam “verdades” que não resistem ao mínimo de fundamentação lógica. O papa Francisco, em sua encíclica “Laudato Si” diz que “essa é a forma como o ser humano se organiza para alimentar todos os vícios autodestrutivos: tenta não os ver, luta para não os reconhecer, adia as decisões importantes, age como se nada tivesse acontecido”. Isso é bem o que estamos assistindo no Brasil.

www.reporteriedoferreira.com.br     Escrito Por Rui Davi Leitão- Advogado e Escritor




OS ABOMINÁVEIS BOM DIA, BOA TARDE, BOA NOITE: Escrito Por Gilvan de Brito

OS ABOMINÁVEIS BOM DIA, BOA TARDE, BOA NOITE: Escrito Por Gilvan de Brito

Não tem jeito de me acostumar com esse fidalgo tratamento, entre repórteres, na TV, durante a apuração dos fatos sobre o Covid 19, a todo momento. Depois da generosidade na troca de diálogos, vem o noticiário: “ Em Nova Iorque, são 20 mil mortos; no país já faleceram cem mil. Os corpos estão sendo sepultados em valas comuns por falta de covas nos cemitérios”. Enquanto isso a imagem da tela vai mostrando um trator empilhando caixões e outro ampliando uma vala para o sepultamento comum.

 

Noutras imagens pessoas contaminadas, nas Uti`s, dos hospitais, e a informação de que os médicos estão escolhendo aqueles que vão morrer primeiro, naquele dia, com preferência para os mais idosos para abrirem vagas destinadas aos mais jovens. E ainda, pessoas pranteando seus familiares. É de cortar coração. São cenas horrorosas, mas indispensáveis, porque é assim que se faz reportagens, mostrando a realidade dos fatos em tempo real.

 

Quem não quiser sofrer que desligue a TV. Para mim, como jornalista, tudo bem, é assim que se trabalha; só não gosto do bom dia, boa tarde e boa noite sem ter nada de bom para mostrar logo em seguida. Mas, o pior de tudo, é a indisciplina do povo, mostrada seguidamente, que não segue a orientação da Organização Mundial de Saúde, a OMS, e do ministério da Saúde que imploram pelo retraimento das pessoas, nas suas casas, para não retransmitirem o vírus.

 

E merece registro, também, a impertinência e a insolência do comportamento do presidente da República, abraçando, coçando o nariz e apertando as mãos das pessoas, nas ruas de Brasília, uma cidade que se encontra entre as mais contaminadas do país. Isso tudo levou o ministro da Saúde, Mandeta, a desabafar, com ódio: “Assim não dá, o povo já não sabe mais em quem confiar: se no Ministro, que pede a quarentena, ou o Presidente, que orienta pela saída das pessoas, de suas casas. Numa hora destas acredito que o povo brasileiro – lúcido – já imaginou quem tem razão. É só ouvir os “Panelaços”.

A imagem pode conter: atividades ao ar livre
www.reporteriedoferreira.com.br    Escrito Por  Escrito Por Gilvan de Brito- Jornalista e Escritor