ISOLAMENTO HORIZONTAL: Escrito Por Gilvan de Brito 

ISOLAMENTO HORIZONTAL: Escrito Por Gilvan de Brito

Alguém já pensou no tipo de morte causada pelo Coronavírus? É provável que a maioria das pessoas ainda não tenha atentado para a forma como se chega à óbito. Ouvi alguém contar: é atormentada, triste, penosa, desumana, pungente e cruel. Trata-se de uma morte sufocada, que pode ser acompanhada pela própria vítima até o último segundo de vida, querendo puxar o ar para os pulmões, sem encontrá-lo, embora esteja entubado pelo respirador artificial (quando existem nos hospitais).

 

Os pulmões contaminados não permitem o impulso do ar para forçar a circulação de sangue entre o coração, os pulmões e o cérebro, que vão, aos poucos, entrando em falência. Não lhes restam, sequer, um sopro de ar para movimentar essa cadeia vital, levando à paralisação dos órgãos considerados essenciais. O pior de tudo é que a pessoa sabe que está morrendo, agita braços e pernas e chega ao último suspiro com lucidez e com todos os outros órgãos funcionando corretamente, faltando apenas o indispensável e imprescindível ar para a respiração.

 

Para superar esta situação, a ciência tem um caminho a fim de evitar a contaminação: o isolamento horizontal, que significa ficar em casa administrando todos os afazeres do dia a dia sem expor-se. Para isso faz-se necessário uma renda fixa, da poupança, do salário, da pensão ou da aposentadoria. Para aqueles que estão fora desse circuito, existe a possibilidade de um isolamento chamado vertical, onde a pessoa tem um lugar certo de conseguir o suficiente para manter a família sem expor-se demasiadamente. É triste para os que não possuem meios e dependem da exposição externa para ganhar dinheiro, como motoristas, caminhoneiros, entregadores de alimentos, além de outros. Dos moradores de rua, nem pensar.

 

A exposição direta os coloca em contato direto com o vírus por várias formas. Esses merecem a atenção das pessoas bondosas (ainda existem), atendendo-os com o fornecimento de comida e de um local onde possam se acomodar durante a pandemia. Sei de mim que estou atravessando o isolamento horizontal, sacrificando inclusive as minhas caminhadas de cinco quilômetros diários. Mas estou fazendo o que mais gosto – escrever – em tempo integral. É um alento.

www.reporteriedoferreira.com.br  Por Givan de Brito-Jornalista, advogado e escritor.




A NAÇÃO MERECE E PRECISA VER O VÍDEO: Escrito Por Rui Leitao

A NAÇÃO MERECE E PRECISA VER O VÍDEO: Escrito Por Rui Leitao

 

A pauta política midiática nos últimos dias é a repercussão do vídeo da reunião ministerial que culminou com a exoneração do ministro da justiça, Sérgio Moro, e do Diretor Geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Pelo que se comenta, quem teve oportunidade de assisti-lo avalia-o como devastador para a imagem do presidente e pode ocasionar sérias consequências para sua posição como chefe de estado.

Tornou-se a peça definitiva no processo de investigação solicitado pela Procuradoria Geral da República e instaurado pelo Ministro Celso de Melo, do STF. O questionamento que todo o país espera ser elucidado, é se, efetivamente, as acusações, do agora ex-ministro, se afirmam verdadeiras, o que resultariam em cometimento de crimes que ensejariam denúncia junto à Câmara de Deputados para autorização de processo a ser decidido pelo pleno do Supremo Tribunal Federal. Em sendo encaminhado nesse sentido, o presidente da república deverá ser afastado de suas funções até que o mesmo seja concluído.

Pelo que se teve conhecimento oficiosamente até agora, a reunião teve de tudo, gritos, impropérios, xingamentos, palavrões, ameaças. O que não se configura nenhuma surpresa em se conhecendo a personalidade do presidente. Em se confirmando o nível dos debates daquele encontro das maiores autoridades do poder executivo federal, causa espanto como o Palácio do governo se tornou palco de um espetáculo tão deprimente para a nossa história republicana. O que se espera de uma reunião ministerial é que todos respeitem a liturgia dos cargos que ocupam, e tratem os problemas que merecem atenção do poder central, debatendo-os dentro de um espírito de civilidade e de responsabilidade institucional.

Agora, não interessa à nação apenas conhecer os diálogos, se é que assim se pode chamar uma discussão desrespeitosa, que tenham a ver diretamente com o episódio que provocou a saída do ex-ministro. O Brasil merece, e precisa, conhecer na sua integridade, tudo o que ocorreu naquele evento oficial. É uma questão de cumprimento às regras de bom comportamento que se exige de quem é alçado a postos tão importantes na estrutura de governo do país. Que exemplo esses cidadãos oferecem aos seus concidadãos, se “intramuros” nas dependências palacianas, se comportam como colegiais indisciplinados? Se a sociedade os toma como referências de conduta, estaremos mergulhados num ambiente de anarquia.

Como a população vai se sentir ao constatar que seus governantes não levam a sério as suas responsabilidades enquanto gestores? Por isso, a necessidade de que venha a público todo o teor da reunião. Agora, não são significativos apenas os indícios de crimes porventura praticados por esses senhores, mas, também, a compreensão que eles têm do que seja administrar uma nação. Não se pode brincar de governar.

O Palácio do governo não é o local adequado para esse tipo de folguedo, muito mais apropriado para salas de escolas que abrigam jovens irresponsáveis e inconsequentes. O Palácio é a casa do povo e assim deve ser considerado, pelos que eventualmente têm a honra de ocupá-lo. Não conheço na história nacional, nada que possa ser comparado com essa balbúrdia oficial que dizem ter acontecido lá.

É hora de chamar o feito à ordem. Reclamar de quem não se dispõe a honrar as nobres funções que lhes foram impostas nos ombros. O Brasil não pode ser apequenado por quem costuma agir na delinquência política. Somos uma nação que tem uma História a ser reverenciada.

Tomara que tudo isso seja mentira e vejamos que os ministros se portaram como pessoas que dignificam os cargos que ocupam, sem manchar a nossa tradição de respeito aos símbolos nacionais. O ambiente palaciano é um símbolo da governabilidade decente e íntegra de nossa nacionalidade. Os que o ultrajam, cometem crimes de vulgarização do sentimento patriótico. Daí a imprescindível necessidade de conhecermos inteiramente tudo o que foi protagonizado pelos excelentíssimos senhores ministros, liderados pelo presidente da república, naquela reunião. Não estou acusando ninguém, estou apenas compartilhando da curiosidade de parcela imensamente majoritária da população que anseia conhecer a verdade.

www.reporteriedoferreira.com.br     Por Rui Leitão




O GABINETE DO ÓDIO E A ALA IDEOLÓGICA: Escrito Por Rui Leitao 

O GABINETE DO ÓDIO E A ALA IDEOLÓGICA: Escrito Por Rui Leitao

 

Desde o início do ano passado o Brasil vem experimentando uma forma de governar inédita na sua história republicana. As decisões são tomadas por influência de integrantes de um chamado “gabinete do ódio” e uma ala ideológica de extrema direita, instalados nas dependências do Palácio do Planalto. Ao que se noticia, comandados pelos filhos do presidente e o autoproclamado filósofo Olavo de Carvalho, ora residindo nos Estados Unidos.

São escritórios que se dedicam exclusivamente a elaborar dossiês com o propósito de macular a honra e a moral dos que elegem como adversários do bolsonarismo, produzir notícias falsas e divulgar com utilização de robôs na internet “fazendo a cabeça” da militância, as fakenews, estimular posições beligerantes nas redes. Nomeiam e exoneram quem eles querem, sempre na conformidade da identificação ou não com o pensamento político que assumiram e que definiram como cartilha a ser obedecida por quem fizer parte da equipe de governo.

Abrigam um núcleo de assessores remunerados pelo poder público que têm como tarefas produzir relatórios diários com suas interpretações sobre fatos do Brasil e do mundo e são responsáveis pelas redes sociais da presidência da república. Definem as estratégias para as mídias digitais, defendendo sempre a tática do confronto ideológico. Emitem opiniões polêmicas e criam narrativas com memes, prints e vídeos, visando apresentar os inimigos do presidente, contra os quais disseminam ataques irresponsavelmente. Agridem todos os que pensam diferente.

É uma estratégia planejada, apoiada unicamente nos objetivos mesquinhos do poder, Funcionam como se fossem uma ABIN paralela, Só que voltados para a desinformação que interessa ao governo. Uma estrutura oficial que se beneficia da ascensão do poder cibernético para instrumentalizar o projeto político da extrema direita. São hábeis em não deixar as impressões digitais em suas ações inflamadas, agressivas e fanáticas.

Esses influenciadores digitais têm a missão de resultar engajamentos populares aos seus interesses políticos. Buscam capturar os genuínos bolsonaristas para reforçar a imagem do Bolsonaro como alguém que se coloca contra tudo e contra todos, o “outsider”., o único capaz de dar jeito na “podridão de Brasília”. Sua biografia de inépcia esquecida em favor de uma causa ideológica. Se apressam em desmentir toda e qualquer acusação contra o presidente, mesmo que não tenham argumentos convincentes para isso. Mas se prevalecem do fanatismo já conquistado.

Chegam ao absurdo de estimular o enfoque midiático para as patetices articuladas do presidente, na intenção de desviar a atenção para a pandemia do coronavírus. Até porque o presidente se posta na contramão do que tem atuado todas a lideranças políticas do mundo. Mas a sua preocupação não é essa. Seu foco é a eleição de 2022. O discurso negacionista tentando convencer a opinião pública de que a pandemia é uma falsidade, não passa de uma gripezinha.

Até quando teremos que nos submeter a essa ação dolosa do gabinete do ódio e da ala ideológica repercutindo na vida nacional?

Rui Leitão




“CALA A BOCA, BATISTA”: Escrito Por Gilvan de Brito 

“CALA A BOCA, BATISTA” : Escrito Por Gilvan de Brito

Estamos retrocedendo aos tempos de Chico Anísio, nos programas de humor da TV. O triste episódio registrado ontem, no “chiqueirinho” do palácio da Alvorada, quando o presidente Bolsonaro mandou, aos gritos, os jornalistas calarem a boca, ao deixar de responder uma pergunta que lhe fora feita, têm sido corriqueiros e pontuais. O desafogo presidencial foi feito após a cobrança dos motivos que o levaram a insistir com tanta ênfase na mudança do delegado da PF, no Rio de Janeiro. Como o jornalista é o porta-voz da notícia para atender aquelas pessoas da sociedade que pretendem saber alguma coisa dessas particularidades que envolvem o governo, a reação mostrou-se extemporânea. E isso não foi novidade porque o fato vem se repetindo quase todos os dias, quando os jornalistas, de alguma forma, são agredidos apenas por tentarem ouvir da autoridade máxima, reproduzindo perguntas que não querem calar.

 

E isso está repercutindo, também, entre os fiéis seguidores do chefe da Nação, porque essas agressões estão passando para o terreno do corpo físico dos jornalistas, como ocorreu anteontem, durante uma dessas desconfortáveis “coletivas à imprensa”, quando um fotógrafo foi agredido, pisoteado e teve o seu equipamento danificado pelos escudeiros presidenciais de plantão. E não só na porta do palácio. Agora está extrapolando para todos os seguimentos da vida nacional, onde algumas pessoas desse grupo passaram a agredir os profissionais da imprensa, nas redes sociais. Ontem foi a minha vez, ao mostrar o meu ponto de vista a respeito de uma discussão que se fazia sobre questões do governo. Fui chamado de comunista, por conta dessa intervenção (como acontecia na ditadura quando eu reclamava qualquer coisa dos militares).

 

E ainda mais: fui orientado a aposentar-me para assistir de longe os novos tempos (novos?) que se mostram. Algumas pessoas não entendem a função do jornalista, cuja única missão é informar aquilo que o distinto público quer saber. O médico não se aposenta; o advogado também, assim como os representantes de outras categorias. O mesmo ocorre com o jornalista, que segue nessa profissão, muito mais como uma devoção, atendendo a uma força impiedosa, interior, chamada vocação. Eu só vou parar de escrever quando não mais tiver força para distribuir os dedos sobre um teclado e imprimir as letras que me interessam. E todas as vezes em que eu fizer isso estarei, com certeza, defendendo direitos alienados e pensamentos positivos.

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www.reporteriedoferreira.com.br  “CALA A BOCA, BATISTA”: Escrito Por Gilvan de Brito  Jornalista-advogado e escritor



GEISEL: “BOLSONARO É GOLPISTA” Escrito Por Rui Leitao 

GEISEL: “BOLSONARO É GOLPISTA” Escrito Por Rui Leitao

Quando alguém classifica o presidente como “golpista”, sofre de imediato revides irados chamando-o de “comunista”, “esquerdopata”, “petista” e outros adjetivos comumente utilizados pelos seus seguidores. Esquecem que durante anos o “mito” mostra-se saudoso da ditadura militar, num flagrante desejo de ruptura da ordem democrática no país. Faz publicamente homenagem a torturadores famosos que atuaram nos “anos de chumbo, página negra da nossa História.

O que diriam eles ao tomar conhecimento de que em 1993 o general Geisel, quarto governante na ditadura militar, numa entrevista concedida aos pesquisadores Maria Celina de Araujo e Celso Castro, censurava o então deputado Jair Bolsonaro por pregar insistentemente a volta do regime de força que se instalou em 1964. Já naquela época Geisel destacava o desprezo do parlamentar pela democracia. Seria engraçado vê-los tachando o ex-presidente de “comunista”.

Ele afirmava, inclusive, que Bolsonaro foi um mau militar. Em trechos da entrevista declara: “militares devem ficar fora da política partidária, mas não da política geral”. E segue afirmando: “todo político que começa a se exacerbar em suas ambições, logo imagina uma revolução a cargo das Forças Armadas”. Estamos vendo algo parecido no momento.

E continua: “”Neste momento em que estamos aqui conversando, há muitos dizendo: ‘Temos que dar um golpe. Temos que voltar à ditadura militar!’ E não é só o Bolsonaro, não! Tem muita gente no meio civil que está pensando assim. Não contemos o Bolsonaro, porque o Bolsonaro é um caso completamente fora do normal, inclusive um mau militar”.

Depoimento forte de um dos mais importantes mentores da ditadura militar. Por conseguinte, um general reverenciado pelo atual presidente. E então? Dirão que Geisel era um mentiroso, um esquerdista que se infiltrou nas hostes da direita, como ele costuma atacar os que o chamam de golpista?

Um ex-capitão de poucas luzes tenta convencer as Forças Armadas a ingressarem numa aventura golpista como profetizou Geisel. Buscando se proteger na presidência colocou vários generais em cargo estratégicos do governo. E blefa, proclamando que conta com o apoio do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, no seu projeto intervencionista. Ao mesmo tempo, incita seus apoiadores a realizarem manifestações públicas antidemocráticas e inconstitucionais.

Ao que se percebe os militares atuais, que têm boa formação intelectual e perfil democrático, não estão interessados em embarcar nessa empreitada maluca. Afinal as Forças Armadas são instituições do Estado, e não do Governo. Portanto, não devem obediência ao inquilino do Palácio do Planalto. Eles, igualmente ao ex-presidente Geisel conhecem sua biografia, especialmente quando integrou o Exército, onde protagonizou, inclusive, uma ação terrorista que arquitetou planos de explodir bombas em quarteis e outros locais públicos do Rio de Janeiro.

Gostaria de conhecer a opinião dos bolsonaristas em relação a essa entrevista de Geisel. Só não podem dizer que ela não aconteceu. É hoje um documento histórico.

www.reporteriedoferreira.com.br    Rui Leitão




HISTÓRIA DE GOVERNADORES: Escrito Por Gilvan de Brito 

HISTÓRIA DE GOVERNADORES: Escrito Por Gilvan de Brito

Nesta época em que os governadores estão sob suspeita de diversos crimes, lembrei-me de um fato ocorrido no governo João Agripino, que dá a medida de um administrador no exercício desse cargo de mandatário de um estado. Na época eu trabalhava como repórter de A União, deslocado para o palácio da Redenção acompanhando o governador para fazer notícia das mil obras programada e, inauguradas no último ano de sua administração. Certo dia o chefe de gabinete do governador, Marilac Toscano, me contou um episódio que assistira naquele recatado ambiente de trabalho: João Agripino pedira-lhe para levar à sua presença um vendedor de anéis de grau, para formandos. Ele queria dar um anel do grau em Direito para o filho mais novo, Gervásio Maia, que estava concluindo o curso.

 

Então o vendedor chegou, foi encaminhado ao gabinete e o governador começou a escolher os anéis, fixando-se em alguns os quais começou a perguntar preços. Foi selecionando os mais baratos e num deles, que lhe agradou entre os demais, perguntou em quantas prestações aquele tipo poderia ser dividido. O vendedor, que esperava ganhar a comissão de uma só vez, com a venda à vista, estranhou e disse: “Governador, o Senhor tem condições de comprar este à vista, o preço é razoável e eu ainda vou lhe dar um desconto”. Ao que João Agripino respondeu: “Você se engana, eu sou um homem que vive do seu salário, e o de governador dá apenas para as despesas da família, que são muitas”. Meio frustrado o vendedor preencheu a nota de compra, recebeu a entrada, na hora, e mandou o governador assinar as promissórias restantes, o que foi feito, na maior normalidade.

 

Depois entregou o anel numa caixinha quadrada e pequena. João Agripino recebeu, olhou, virou de um lado para o outro, admirando os fulgores e a intensidade da cor vermelha do rubi (a segunda pedra mais preciosa, depois do diamante). Depois tudo seguiu em frente, na maior normalidade. Outra de João Agripino: eu estava esperando o ônibus para Copacabana, diante do edifício Avenida Central, na Rio Branco, no Rio de Janeiro, quando começou a chuviscar. Observei que o ex-governador João Agripino se encontrava no meio daquela multidão que se aglomerava diante da parrada dos coletivos. Na época ele ocupava o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União. Ele então, para evitar a chuva, procurou um lugar na parada. Foi então que me viu e começou a conversar querendo saber das novidades da Paraíba. Abasteci-o de notícias e ele perguntou para onde eu ia. Copacabana, disse-lhe.

 

Então ele complementou, enquanto levantava a mão para parar um Taxi. “Eu vou para o Catete, meio do caminho, não lhe serve.” Apertou-me a mão e seguiu.” Admirei-me de ele não ter um carro do TCU à disposição, como presidente daquela Corte, que então ocupava, e muito menos não ter um veículo próprio, com motorista. Era próprio da sua personalidade, não usar esses benefícios, embora garantidos por lei. João Agripino morreu pobre, não deixou patrimônio, embora tenha ocupado todos os cargos da República, iniciando-se como procurador e depois promotor público.(Foto onde estou transmitindo uma solenidade no salão nobre do palácio da Redenção, vendo-se, ainda, Edme Tavares, Manoel e Amir Gaudêncio)

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O SUJO E O MAL LAVADO: Escrito Por Gilvan de Brito

O SUJO E O MAL LAVADO: Escrito Por Gilvan de Brito

Há uma expressão popular que diz: “O sujo falando do mal lavado”, muito em voga no Brasil. E ela se aplica com muita propriedade ao presidente Donald Trump, dos EUA, quando acusa o Brasil de apresentar índices mais elevados do Covid 19, que os demais países dos três Continentes. Ele acerta no erro do nosso país, mas não olha para a situação do vírus nos Estados Unidos: enquanto o Brasil contabiliza algo em torno de seis mil mortes, os americanos já ultrapassaram os sessenta mil. Isso significa que ainda estamos com dez por cento do número dos Estados Unidos.

 

Em que tempo nos vivemos, onde governantes ficam traçando paralelos em torno dos falecimentos dos habitantes de seus países, com referências desvairadas, ou desdenhando os mortos e os seus parentes com expressões que mostram desinteresse pelo tema, como: E daí? Por isso mesmo cabe contemplar Donald Trump com a frase: “the pot calling the kettle black”, no seu próprio idioma. Outra coisa: quando ele escolhe o Brasil para fazer comparações dessa natureza e ameaça a retirada dos voos comerciais entre as duas nações, desdenha o presidente Bolsonaro, um dos seus fiéis escudeiros, de quem vê e ouve se desmanchar em fartos elogios.

 

Falando desse vírus é bom lembrar que o atual ministro da Saúde pôs ontem o país em pânico, ao prever uma onda de mil mortes por dia, nas próximas semanas. Mandeta jamais diria uma coisa dessas. O que deveria dizer era que o Brasil se expõe a esse quadro se continuar seguindo as orientações de Bolsonaro, para acabar com o isolamento, que é a única forma, cientificamente comprovada, para diminuir o aparecimento de novos casos. É curioso como as pessoas que estão fora do poder decisório vêm as coisas que nos atingem diretamente, de forma mais apurada e consequente do que aqueles que estão com o direito de deliberar nas mãos e com a responsabilidade de solucionar objetivamente as questões.

 

Tempos difíceis, estes, em que os governantes não falam para todo o país, e sim, para as suas bases – ou guetos – eleitorais, destoando da própria Constituição no seu Art 37, que prega os princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, e eficiência, na administração pública. Afinal os presidentes preferidos ou escolhidos democraticamente são obrigados a tratar os eleitores de toda a nação, incluindo aqueles que não votaram neles, com a mesma disposição e sem escolhas de grupos ou partidos. Pelo que constamos, isso funciona como teoria, pelo menos atualmente no Brasil, onde há grupos notadamente premiados.

 

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RELAXE E GOZE:  Escrito Por Gilvan de Brito

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RELAXE E GOZE:  Escrito Por Gilvan de Brito

Quando nós atravessamos um momento único da nossa vida, de bem ou de mal, não tem outra saída: vamos lembrá-lo por toda a existência. Então, nesses momentos muito especiais, o importante é relaxar e gozar, para que aquele indefinido e curto espaço de tempo permaneça para sempre na nossa mente, de uma forma alentadora ou atentatória, como já pregou a ex-prefeita de São Paulo, Márcia Suplicy: Relaxa e goza”.

 

É o caso do Coronavírus, essa Peste que nos atinge presentemente (a mim indiretamente) e que põe todo mundo de quarentena com medo de ser contaminado (e triste dos forem). Aqueles que são loucos por um feriado prolongado, têm agora, a disposição, dois ou três meses de gozo, em casa, se deliciando com o ócio e podem relaxar à vontade. Tive a chance de escrever um livro (ainda inédito) denominado “A Dança com os Mortos”, de aproximadamente cem páginas (qualquer dia será editado), que conta a história de uma epidemia que atingiu a Paraíba em 1855, com recidiva três anos após, que exterminou mais de 40 mil pessoas, somente na Paraíba, e quase um quarto dos habitantes do planeta. Foi a peste do cólera morbus, que veio seguida pela febre amarela.

 

Fiz uma pesquisa minuciosa nos jornais da época, e constatei como os seus efeitos foram devastadores. Principalmente numa época quando só existia uma faculdade de Medicina no Nordeste, em Salvador; e outra no Rio de Janeiro. Havia apenas 12 médicos em todo o estado da Paraíba. Os farmacêuticos fizeram o papel de médicos, porque a maioria trabalhava com fórmulas utilizando raízes, como ensinavam os índios, e conheciam algumas curas através do poder vegetal, mas que nada serviram contra esse terrível mal.

 

Comparado com esse vírus que enfrentamos agora, que tem o apelido de Covírus, aquele que veio do rio Ganges, da Índia (pegava pelo ar), era devastador sob todos os aspectos e o nosso uma “gripezinha“, como sentenciou Bolsonaro em mais um dos momentos infelizes de seu governo. Num só dia morreram 159 habitantes, em João Pessoa e no total foram mais de 40 mil, no Estado (apenas duas cidades do interior não foram atingidas: Catolé do Rocha e Coremas). Os mortos eram depositados nas esquinas, pelos familiares, para serem recolhidos por uma carrocinha do Governo e sepultados em valas comuns.

 

O corpo da vítima ficava igual a pele de um sapo, azulado, cheio de bolhas, olhos fundos, pele encerada e uma diarreia sem fim, numa imagem que aterrorizava até os parentes mais próximos, que saiam correndo, ao vê-los. Posso dizer que vivi aqueles momentos quando pesquisei seus efeitos, e pensei que não os teria numa visão repetida durante a minha vida. Ledo engano, porque estou vendo uma amostra grátis do que é uma pandemia, ao vivo e em cores, na nossa porta, embora muito mais atenuada. Mesmo assim, agressiva e arrasadora. Agora todos aqueles que viverão esta contemporaneidade, poderão dizer para os netos: conheço a Peste.

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EPIDEMIA OU PANDEMIA? Por Francisco Nóbrega dos Santos

EPIDEMIA OU PANDEMIA?
Por Francisco Nóbrega dos Santos

O povo brasileiro, desde sua origem ou “imigração”, tem pautado seu entendimento
firmado no critério denominado “oralidade”, ou seja, pronúncias ou pronunciamentos
através interação verbal, que é disseminado por expressões em conversas coloquiais
ou discursos fabricados por tecnocratas ou pseudos intelectuais.

Tão logo surgiram comentários sobre a expansão coronavirus, cresceu a curiosidade
sobre o surto, epidemia ou praga, como muitos entendem. Porém, com a evolução e
as consequências desse desastroso e inconveniente fenômeno, todos passaram a se
preocupar com sua extensão, evolução e avanço, ultrapassando fronteiras invadindo
continentes.

O que a princípio era “epidemia, com a geométrica evolução, passou esse terrível
inimigo a ser reconhecido como “pandemia.

Mesmo com meus conhecimentos empíricos eu diria que nosso povo não sabe definir
o que é epidemia ou pandemia. Porém nos ensinamentos da universidade da vida
somados ao interesse de achar “um que para um por que”, com o devido respeito aos
sábios, tomo a liberdade de transmitir a quem interessar possa.

Como a nossa língua é por demais compostas de vocábulos gregos e latinos, eu diria
que epidemia significa: epi, que na língua grega se traduz “sobre”, “sob” etc. e “demia”
que se deriva de povo, população e outros coletivos do gênero, que se traduz – EPI+
DEMUS, DEMO ETC que formam a palavra epi+demia, = SOBRE O POVO (OU POVOS):
já pandemia é quando epi é substuido por pan, do grego é sinônimo de “todo”,
“todos” e outros do gênero, que unidos ao “demo”,demo ou demis, formam,
PANDEMIA, que é no caso “CORONA VIRUS”, esse mal que varou fronteiras se
transpôs para outros continentes é, infelizmente PANDEMIA,

E O fim dessa
surpreendente agressão, só DEUS dirá até quando…

www.reporteriedoferreira.com.br    Francisco Nóbrega- Jornalista-advogado-escritor.




“FARINHA DO MESMO SACO” : Escrito Por Rui Leitao 

“FARINHA DO MESMO SACO” : Escrito Por Rui Leitao

 

Quando duas pessoas têm características comportamentais idênticas, moralmente reprováveis, costumamos dizer que são “farinha do mesmo saco”. Essa expressão tem origem latina: “homines sunt ejusdem farinae”, que quer dizer “são homens da mesma farinha”. Em outras palavras, ainda seguindo a linguagem da sabedoria popular, “um pelo outro, não quero troca”, pertencem à “mesma laia”.

Interessante uma música do compositor e cantor Marquinho Lessa que em sua letra traz uns versos que se enquadram perfeitamente nesse tema. Ele diz assim: “Chega fazendo promessas. A gente acredita e banca o pato. Pátria amada brasileira. Vai caindo no buraco. Boi no pasto delatou. Se mandou, saiu à jato. Na suprema avenida, compensou esse teatro”. Parece até que ele estava narrando os episódios políticos que assistimos ontem.

A guerra sem tréguas teve início. Duas altas personalidades da vida política nacional trocaram acusações graves publicamente. A analisar pelos discursos de ambos, não há inocente nesse jogo. De repente passaram a ser críticos severos um do outro. Conhecendo a biografia dos dois, concluimos que nenhum deixa de ter razão. São realmente responsáveis pelas denúncias recíprocas. Não há diferença entre eles.

A ruptura, até certo ponto surpreendente, se deu em razão de uma batalha de “egos”. Não conseguem se desvencilhar das vaidades exacerbadas. Estão disputando atenção. Colocam os interesses pessoais acima das demandas coletivas. Cada um se achando dono da verdade. Sequer respeitam a grave crise que o país enfrenta por conta da pandemia do coronavírus.

A torcida que vestia a mesma camisa verde-amarela da CBF e que estava no mesmo setor de arquibancada, foi convocada a se posicionar entre um e outro. O que se vê nas redes sociais desde ontem, são militantes políticos que “rezavam na mesma cartilha”, agora se degladiando. Agressões verbais dirigidas num combate nascido entre antigos correligionários.

Os que sempre se mantiveram no campo da oposição, assistem ao embate sem torcer por nenhum dos dois. Exatamente porque os consideram “farinha do mesmo saco”. Porém acompanhando com atenção as revelações contundentes do que vinha acontecendo nos bastidores palacianos. Há algo de “podre no reino da Dinamarca”. Eles mesmos estão se encarregando de explicitar a degradação ética e moral do governo.

É lamentável. Mas, até nas ocorrências indesejáveis, é possível tirar algo de positivo. As máscaras estão sendo tiradas por eles próprios. O “rei está nu” e o seu antigo ministro se emporcalhando na lama da promiscuidade política. Esperemos as cenas dos próximos capítulos.

Rui Leitão