O PLJ – PARTIDO DA LAVA JATO: Escrito Por Rui Leitao 

O PLJ – PARTIDO DA LAVA JATO: Escrito Por Rui Leitao
Inicialmente os propósitos pareciam confiáveis. A Lava Jato surgia dando a esperança de que realmente vinha para combater a corrupção no Brasil. Os primeiros movimentos ofereciam essa perspectiva. Os procuradores do Ministério Público Federal, comandados por Deltan Dallagnol, conquistaram a confiança da sociedade brasileira, contando com a ajuda da grande mídia corporativa nacional.
O que se espera de uma “força Tarefa” que assume a responsabilidade de investigar atos de corrupção num país? Que seja isenta e apartidária. Aos poucos deu para perceber que a chamada “República de Curitiba” tinha outros objetivos. Uma estranha associação entre procuradores de justiça e julgadores, dava a demonstração de que havia um projeto político por trás dessas boas intenções. Não tardou muito para que isso ficasse evidenciado.
Se apresentando como uma cruzada de “cidadãos de bem” contra corruptos, na verdade mostrou ser uma ação reacionária ideologicamente de extrema direita. O Ministério Público Federal do Paraná assumiu o papel de “polícia política”, numa articulação com o poder julgador, na pessoa do Juiz Sérgio Moro, que, por sua vez, adotou uma postura comportamental de favorecimento parcial à acusação. Se estabeleceu, para delírio da imprensa elitista, uma fúria persecutória contra os partidos de esquerda e a maior liderança popular do país, com o intuito de viabilizar politicamente a ascensão da direita ao poder.
Usaram despudoradamente as instituições democráticas como armas contra os adversários escolhidos e montagem de um palanque para dar força ao discurso que ajudasse a desgastar a já enfraquecida credibilidade da atividade política. Definiram a “anti-política” e o “antipetismo” como bandeiras dessa operação que se dizia “contra a corrupção”. O juiz Moro desenvolveu uma estratégia política enquanto exercia o papel de chefe das investigações, desconsiderando a obrigação que um magistrado deve ter, mantendo-se distante das partes antes de julgar. Fez, então, triunfar na eleição de 2018 a tese de que “os fins justificam os meios”. Tanto é verdadeira essa compreensão que o Partido da Lava Jato aderiu à candidatura do presidente eleito, ganhando, por compensação, o cargo de Ministro da Justiça.
O PLJ, entretanto, percebeu que o “outsider” que ajudou a eleger, não estava disposto a alimentar a ambição política do pessoal da “República de Curitiba”. Ameaçados de darem continuidade ao projeto que idealizaram, seus integrantes resolveram romper saindo do governo e se posicionando como adversários com vistas à eleição de 2022. Já lançaram candidato à presidência e estão em plena campanha. Não é preciso muito esforço para saber quem seja. Claro, o comandante maior do Partido da Lava Jato, o ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro.
Nas eleições de 2018 o procurador Deltan Dalagnol já cogitou em disputar o mandato de senador pelo Paraná. Naquele ano o PLJ já estava consolidado, ao arrepio das leis. Se bem que obediência ao que se possa entender como legalidade nunca foi o forte da República de Curitiba. As revelações do Intercept, todavia, deixaram o “rei nu”. O PLJ já não tem condições de se exibir como o promotor da justiça e do combate à corrupção. Não se combate a corrupção praticando atos que violentam o Estado Democrático de Direito. Vamos em frente.
www.reporteriedoferreiar.com.br    Por Rui Leitão, Jornalista, advogado e escritor.



O COMPLEXO DE VIRA-LATAS: Escrito Por Rui Leitao

O COMPLEXO DE VIRA-LATAS: Escrito Por Rui Leitao
“O brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem. Nossa tragédia é que não temos o mínimo de auto-estima”. Essa declaração de Nelson Rodrigues, retrata bem o sentimento chamado de “complexo de vira-latas” a que muitos de nós estão assumindo nos tempos atuais. É muito normal vermos hoje em dia frases como: “só no Brasil acontece isso”, “tinha que ser no Brasil”, na compreensão de que o mundo todo presta, menos o Brasil.
A expressão “complexo de vira-latas” foi cunhada também por Nelson Rodrigues, numa crônica escrita às vésperas da Copa do Mundo de 1958, quando ele se referia ao pessimismo que tomava conta dos brasileiros quanto ao sucesso de nossa seleção. Essa sensação prévia de falta de confiança, foi causada pelo trauma vivenciado por ocasião da inesperada derrota para o Uruguai na decisão de 1950, em pleno Maracanã lotado. Ele afirmou: “por complexo de vira-latas entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca perante o mundo”.
Dali por diante toda vez que vemos alguém se lamuriando pelo fato de ser brasileiro, dizemos que ele está alcançado pelo “complexo de vira-latas”. Essa manifestação tem se acentuado ultimamente, por conta das decepções resultantes dos escândalos de corrupção a que estamos diariamente sendo informados. Como se a chaga da corrupção fosse um mal unicamente da índole brasileira.
Na verdade, antes de falarmos mal do Brasil, é necessário que façamos uma autocrítica no sentido de promovermos mudanças de mentalidade e de comportamento. Urge a precisão de que aconteça entre nós uma revolução cultural. Transformar essa mentalidade subalterna, de desconhecimento dos nossos próprios valores, de ignorância dos acontecimentos gloriosos de nossa história, em sentimento de honra patriótica. Somos um povo alegre, trabalhador, sofrido, mas corajoso. Não podemos deixar que o desânimo, a desesperança e o desalento, façam com que nos sintamos incapazes de reagir em busca de modificar o que possa ser apontado como nossas deficiências e imperfeições.
Eu não embarco nessa do “complexo de vira-latas”. Tenho orgulho de ser brasileiro. Nossa terra é bonita e rica por natureza, em todos os sentidos. Se temos defeitos, temos também muitas qualidades, e ao invés de realçarmos nossas falhas, devemos valorizar nossas peculiaridades positivas, nossos predicados invejados pelo mundo, nossos atributos de excelência, que são muitos. Essa negação de amor à pátria, representa atitude de sujeição ao império das vontades vindas de fora, submissão ao estrangeiro, fraqueza de personalidade.
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‘A PALAVRAS LOUCAS, OUVIDOS MOUCOS”! Por Rui Leitao 

‘A PALAVRAS LOUCAS, OUVIDOS MOUCOS”! Por Rui Leitao
Há momentos em que é preciso nos fazermos de desentendidos. Não darmos importância ao que se diz, porque não merecem acolhimento da nossa consciência. Tanto porque refletem informações inverídicas, quanto por conterem maledicências que não constroem.
Esse ensinamento está contido num velho ditado português que diz: “a palavras loucas, ouvidos moucos”. Ora, nada mais inconsequente do que ficar dando ouvidos a quem não merece crédito ou a quem não tem o mínimo senso de racionalidade no que fala.
Quantas coisas deixamos de fazer na vida por dar ouvidos a pessoas insensatas? As palavras têm força, tanto podem bendizer como maldizer. O importante é saber filtrar as mensagens que nos são enviadas verbalmente, selecionando as que são úteis ao nosso crescimento pessoal e ignorando aquelas que trazem carga negativa e que só contribuem para nossos insucessos.
Existem opiniões alheias que nos encaminham para o desencorajamento e nos desmotivam. Quase sempre são emitidas com o intuito proposital de nos levar ao fracasso em algo que tencionamos fazer. Elas representam enorme perigo para nossa vida pessoal. Temos que ter a lucidez de compreender o que é importante para ser ouvido e o que não merece a nossa atenção. Portanto, ouvidos surdos ao que poderá nos fazer mal.
Através das palavras pode se obter o domínio ou exercer influência. Se vêm contidas de energia negativa elas concorrerão certamente para que nos submetamos à submissão, dependência ou subserviência, e estejamos fadados a colher derrotas nos nossos projetos de vida.
Então, é válido que tenhamos sempre em mente a sabedoria desse ditado popular “a palavras loucas, ouvidos moucos”.
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O FANÁTICO POLÍTICO Escrito Por Rui Leitao 

O FANÁTICO POLÍTICO:  Escrito Por Rui Leitao
A defesa fervorosamente feita de uma opinião, sem respeito à racionalidade, é o que podemos chamar de fanatismo político. Paixão que produz delírios. O fanático político trata o seu líder como se fosse uma divindade, um ser mitológico. Na política contemporânea brasileira, observamos comportamentos e atitudes que se assemelham na inadmissão do pensamento contrário, tanto entre os militantes da direita, quanto da esquerda. Ambos se acham donos da verdade inquestionável.
Na verdade, essa guerra nada mais é do que uma disputa pelo poder. Imparcialidade e objetividade não são considerados para estabelecer um debate responsável e consciente. O fanático político está pouco preocupado em mostrar a verdade. Para ele o que interessa é defender os interesses do grupo a que pertence. Comunistas ou fascistas priorizam a manifestação do amor ou repúdio às ideias em conflito.
Será tão difícil ser de esquerda ou de direita sem aderir ao fanatismo político, perdendo a capacidade do diálogo? Vamos continuar estimulando mentalidades intolerantes se alastrarem pelo país? Precisamos transcender esse tribalismo, se realmente queremos construir uma nação melhor, mais igualitária e mais justa. O fanatismo é uma doença mental e psicossocial. Via de regra se associa a pensamentos autoritários, uma vez que não se compatibiliza com o exercício da democracia.
Os fanáticos políticos são submissos e alienados, “cordeiros rumo ao abatedouro”. Quanto mais obedientes, mais enquadrados nessa forma de comportamento. Quando um governo deixa explícita sua contrariedade à atividade política da oposição, está alimentando as posturas dos fanáticos. Até porque eles são a sustentação eventual das suas ideias. Embora, a História tenha nos mostrado que esses posicionamentos tiranos têm vida curta. Desconhecem que o poder é efêmero, dura o tempo em que a sociedade estiver anestesiada pelo fanatismo. Mas nenhuma anestesia é por todo o tempo. O efeito de adormecimento de consciências tem prazo de eficácia.
Em síntese, o que quero dizer é que sob a influência do fanatismo político, estaremos longe de alcançar a cultura da paz, do entendimento, da participação popular e democrática. Qualquer forma de imposição representa fanatismo. Governantes de plantão que estimulam o fanatismo, não desejam a construção de uma sociedade humana, solidária, justa e sustentável. A cidadania detesta radicalismos ideológicos. A ideologia é importante no nosso cotidiano, não como instrumento de dominação cultural, social e política, e sim como prática da consciência crítica.
Eu sou de esquerda, mas me esforço para fugir do radicalismo fanático. Sou porque me oriento essencialmente para a igualdade social, contra a intolerância à diversidade étnica, cultural e sexual. Mas respeitando quem pensa diferente de mim, sem que se coloque na posição adversa com fanatismo. Assim, se exerce a democracia. Os extremistas que fiquem fora desse debate.
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OS FINS E OS MEIOS:  Escrito Por  Rui Leitão 

OS FINS E OS MEIOS:  Escrito Por  Rui Leitão

Essa é uma discussão muito pertinente para o atual momento brasileiro. Parece ser generalizada a aceitação de que “os fins justificam os meios”. A que ponto nós chegamos! O código de ética já não é mais um regramento a ser observado quando se pretende alcançar alguns objetivos. Ao desfraldar a bandeira de combate à corrupção passa a ser válido cometer ilegalidades e desrespeito a princípios constitucionais e conceitos de moralidade. Seria cômico, se não fosse trágico, admitir corruptos desenvolvendo luta contra a corrupção.

Estamos vendo a utilização de expedientes desonestos como alegação para atingimento de metas estabelecidas, falsamente consideradas como legítimas. Observar que os que têm a responsabilidade de fazer cumprir as leis, sejam os primeiros a desrespeitá-las, em nome de uma batalha que se apresenta como virtuosa ação em defesa da moralidade e da ética, é algo preocupante e triste.

Por isso a classificação de maquiavélicas às pessoas que adotam esse comportamento como estratégia política, na observância da doutrina ensinada pelo escritor florentino Maquiavel, em seu célebre livro O Príncipe. A arte da maldade como qualidade positiva. O entendimento de que, para conquistar benefícios, tornam-se lícitas quaisquer atitudes, ainda que ferindo conceitos tradicionalmente adotados como decentes.

Essa é uma questão que merece reflexão séria. Precisamos considerar primeiro se a ação tem prevalência da moralidade. Segundo, se o seu resultado preserva objetivos inquestionavelmente morais e éticos. E, por fim, se os protagonistas da ação podem ser apontados como indivíduos que, por suas condutas, possam ser referenciados como moralistas. As motivações jamais podem desprezar o respeito à moralidade e à ética. É inadmissível condicionar valores a situações. Não existe ilicitude bem intencionada. Nem há “meio pecado”. Quando isso acontece misturam-se os “criminosos”, uns pousando de “bonzinhos”, cidadãos de bem, e outros apontados propositadamente como bandidos.

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TELHADO DE VIDRO: Escrito Por Rui Leitao 

TELHADO DE VIDRO: Escrito Por Rui Leitao

Quem tem telhado de vidro, não pode se dar ao direito de jogar pedras no vizinho. Essa é uma grande lição que nos ensina a sabedoria popular. Não demorou vinte e quatro horas para que o presidente da república fosse advertido dessa verdade que a vida vem nos ministrando. Ontem, no seu rotineiro diálogo com os apoiadores que ficam no cercadinho do Palácio da Alvorada, comemorou e parabenizou a Polícia Federal na ação promovida contra seu desafeto político o governador Witzel do Rio de Janeiro. Esqueceu que vive sob um imenso telhado de vidro. Aí vem a lembrança de outro ditado popular: “quem com ferre fere, com o mesmo será ferido”, ou “Nada melhor do que um dia atrás do outro”.

Porque ele hoje não fez o mesmo discurso para seus seguidores fanáticos? Porque a mesma PF que ontem produziu um espetáculo de ataque ao provável cometimento de atos de corrupção do governador carioca, hoje volta-se para acusar procedimentos ilícitos dos que estão ao seu entorno? Seu desejo de ter uma polícia política se desfez ao ver que a instituição decidiu preservar sua independência de atuação. De novo o alerta popular: “O pau que bate em Chico, bate em Francisco”.

De repente ele viu que as coisas não acontecem exatamente do jeito que determina sua vontade. Existem leis a serem observadas. Existe uma Constituição que controla quem governa. Existe um princípio elementar no estado democrático de direito, que é o tratamento igualitário a todos os cidadãos. Ele tem dificuldades em entender isso, em razão de sua proclamada vocação ditatorial.

As instituições democráticas estão funcionando, graças a Deus. Elas não conseguem proteger quem tem um imenso telhado de vidros. Pelo contrário, se não incentivam quem joga pedras nessa cobertura envidraçada, entendem que efeitos bumerangues não podem ser contidos em nome da lei. Não há como proteger os que estão sob a proteção do telhado de vidro, se eles próprios se aventuram em jogar pedras no vizinho. A proteção eventual do exercício do poder, não os deixa invulneráveis aos ataques de revide, quando são frágeis sua guarida. O telhado de vidro não oferece abrigo aos que gostam de trilhar caminhos não recomendáveis.

Se analisarmos direitinho até a casa da justiça tem telhado de vidro. Juízes que usam o estilingue irresponsavelmente, confiando no resguardo da toga, são surpreendidos com alei do retorno. Portanto, não há autoridade que se ache na condição de atirar pedras na vidraça vizinha, sem que corra o risco de imediatamente ter seu abrigo atingido por pedradas dos que elegeu como inimigos. O presidente precisa entender isso. Ele não é resguardado das respostas que possam atingir sua imagem.

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O CORONAVÍRUS MUDANDO DE ENDEREÇO: Escrito Por Rui Leitao 

O CORONAVÍRUS MUDANDO DE ENDEREÇO: Escrito Por Rui Leitao

 

Como já era previsto, o coronavírus está mudando de endereço, saindo das grandes cidades para invadir os municípios do interior de nosso país e as comunidades da periferia das metrópoles. Isso quer dizer que começa a atacar as camadas mais pobres da população e regiões onde a rede de assistência sanitária é mais precária. Não há dúvidas de que essa parte da nossa sociedade é a que mais está sofrendo com a pandemia, por motivos óbvios.

 

Todo mundo sabe que o covid-19 espalhou-se no mundo pelos cidadãos que viajam ao exterior. Portanto, se conclui que a transmissão da doença teve origem entre os que não se colocam na base da pirâmide social. Não é difícil compreender que ao atingir os mais pobres, encontra uma maior adversidade para que seja administrado o controle do surto epidêmico. Os dados estatísticos que vêm sendo revelados nos últimos dias já demonstram isso, ao registrarem a curva ascendente de infectados e mortos.

 

A batalha do Brasil contra o vírus, então, vai se agravando a cada dia de forma acelerada. Os hospitais dos grandes centros urbanos passaram a receber um número bem maior de pacientes de baixa renda. E o que dizer dos que moram em pequenas cidades, onde as condições de atendimento são precárias? O coronavirus impacta de tanto ricos, quanto pobres. Os governos, entretanto, devem tratar a doença na conformidade da situação em que vive cada um dos seus governados, oferecendo políticas públicas sanitárias adequadas às realidades sociais. É indiscutível que existe uma grande desigualdade estrutural no sistema de saúde de nosso país.

 

Ninguém desconhece que nessa faixa mais pobre da população, aumenta a dificuldade em observar as recomendações do isolamento social. Nem preciso aqui expor as razões disso, porque são por demais conhecidas por todos. Por isso mesmo, merece um olhar mais atencioso dos governantes, buscando imprimir medidas que minimizem os efeitos danosos da doença nas áreas menos assistidas pelo poder público. Por um dever de justiça, não se pode negar que, pelo menos entre a maioria dos governadores e prefeitos, esse esforço vem sendo empreendido. Mas não é o bastante. Percebe-se a ausência de uma voz de comando nacional, procurando harmonizar responsabilidades e tarefas no enfrentamento responsável e eficaz da epidemia. Requer do governo federal uma diligência mais efetiva diante da crise. E se não quer ajudar, que não atrapalhe os bem intencionados.

 

A pandemia pegou o mundo de surpresa. No nosso caso, flagrou um sistema de saúde totalmente despreparado para enfrenta-la. Aos administradores públicos está exigindo uma redefinição de suas prioridades de gestão e da comunidade médico-científica um esforço maior de análise diagnóstica da doença, em se tratando de algo ainda desconhecido.

 

Em suma, a minha chamada à reflexão é de que, ao avançar do tempo, aumenta a necessidade de que todos nós, governantes, cientistas, profissionais da área de saúde, e sociedade civil organizada, encaremos esse desafio com o sentimento de solidariedade, sem deixarmos de considerar o fato de que, a partir de então, os pobres demandam muito mais as soluções emergenciais que mitiguem o castigo a que estão sendo submetidos. São eles que mais sofrem as consequências do vírus e os que estão menos equipados para enfrenta-lo.

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O CERCO ESTÁ SE FECHANDO: Escrito Por Rui Leitao 

O CERCO ESTÁ SE FECHANDO: Escrito Por Rui Leitao
O cenário político nacional ultimamente tem vivido em permanente estado de alerta. Especialmente nos ambientes palacianos. Todo dia tem uma novidade revelando que o cerco está se fechando. O nervosismo é perceptível. As reações, comumente raivosas, tornaram-se assim como que meio desesperadas. Muita gente afundando no pântano que eles mesmo criaram. É aquela situação em que se vêem com enorme dificuldade em explicar o inexplicável.
Fatos novos se sucedem numa avalanche de denúncias que deixa desnorteados seus protagonistas. O desdobramento desses acontecimentos cada vez mais complica a vida dos que até pouco tempo se apresentavam como combatentes da corrupção e vestais da moralidade e da ética na política. Máscaras caindo. Atônitos, saem disparando metralhadoras giratórias na tentativa de abater adversários antes que caiam por terra. A estratégia, ao que se percebe, não tem produzido bons resultados.
Quem antes era estilingue, de repente se tornou vidraça. É sintomática a postura de intranquilidade. Os dias coloridos vão se tornando sombrios. Ficam apreensivos porque o desencanto avança na mesma velocidade que o encantamento. Se amedrontam em perceber que estão à beira de um abismo, e não têm como voltar. As decepções produzidas comprometem as expectativas tão planejadamente construídas. Sobra uma desilusão difícil de se conter. Aquela angústia de ver que os que depositaram credibilidade nos seus discursos começarem a cair no desapontamento.
As mentiras e os fingimentos que até então eram considerados como verdades, aos poucos vão virando pó. Ninguém consegue mostrar por muito tempo uma personalidade que não lhe pertence. Como também não há como se manter demonstrando ser o que não é, por toda a vida. A farsa tem data marcada para se findar. Eles ignoram que a verdade pode demorar, mas aparece. E quando surge, geralmente, é em condições de surpresa. Sem tempo de armar defesas ou táticas de ludibrio.
O desnudamento é sinônimo de libertação. À medida que vamos conhecendo a verdade, vamos nos livrando dos ardis a que nos submeteram. Aos nossos olhos surge a oportunidade de enxergarmos o que estava obscurecido. Passamos a viver a transformação do entendimento e nos entregamos ao império da lógica e do discernimento. As vendas que puseram em nossos olhos estão sendo retiradas e a escuridão de antes se transforma em luz esclarecedora da realidade.
O cerco está se fechando. Amanhã será outro dia, como diria Chico Buarque. Esperemos. Não há como inibir os eventos que transpareçam a verdade que teimaram em nos esconder. O poder mal utilizado não tem condições de se manter por muito tempo. A verdadeira justiça vive na consciência de cada um.
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ELE NÃO ENGANOU NINGUÉM: Esdcrito Por Rui Leitao 

ELE NÃO ENGANOU NINGUÉM: Esdcrito Por Rui Leitao
Ouço muita gente dizer que o brasileiro foi vítima de um estelionato eleitoral ao conduzir Bolsonaro à presidência da república. Não concordo com essa afirmação. Ele nunca enganou ninguém. Como presidente está colocando em prática toda a plataforma ideológica que defendeu na campanha e durante toda a sua vida política. Nos vinte e oito anos em que esteve no parlamento, sempre foi considerado uma figura integrante do “baixo clero” da Câmara Federal. Pertencia, então, ao grupo de deputados inexpressivos no cenário político nacional, que costuma participar de negociatas em benefício próprio, porque não tem compromisso com pautas que interessem à vida nacional. São vendilhões da pátria, condicionam seus votos ao recebimento de cargos ou outras vantagens oferecidas pelo poder executivo.
Até se apresentar como candidato a presidente era um desconhecido, não exercia qualquer papel de liderança no Congresso Nacional. Ganhava destaque na mídia apenas quando protagonizava alguma cena que fugia ao normal como comportamento de um parlamentar. Ou quando se envolvia em alguma questão polêmica. A grosseria, as ofensas verbais e a postura preconceituosa, próprias de quem milita no campo da extrema direita, eram as marcas de sua atuação parlamentar. Ganhou maior notoriedade quando da votação do impeachment de Dilma Houssef, ao homenagear o maior torturador da ditadura militar, Brilhante Ulstra, na ocasião que proclamava o seu voto.
Sempre foi assim. Nunca escondeu sua personalidade machista, homofóbica, racista. Sua incapacidade para exercício do cargo que estava disputando era explícita. Tanto que usou de todos artifícios para não comparecer aos debates, até que se aproveitou do incidente da facada. Lógico, ele sabia que sua presença iria desnudá-lo como alguém que é pobre de inteligência, inculto, e despreparado, Melhor continuar no seu discurso populista, se colocando como um “outsider” da política, apresentando-se como o “diferente”. O que, examinado com cuidado, seria muito fácil perceber a enganação, em razão da sua biografia.
Mentiu apenas quando prometeu que iria acabar com a corrupção no Brasil. De resto manteve-se muito coerente com o perfil que exibe agora como chefe da nação: bronco, mal- educado, autoritário, arrogante e deficiente intelectualmente. Como acreditar que um candidato que torna símbolo de sua campanha o gesto de uma arma com a mão, pudesse ser uma pessoa afável, harmoniosa, conciliadora? Claro que não. Ele, jamais se negou a expressar seu lado violento e virulento. Declarou, de viva voz, que era a favor da tortura. Lamentou que a ditadura militar não tivesse matado, pelo menos uns trinta mil adversários políticos do regime. Nos palanques incitava seus seguidores a atacar “petistas” e “esquerdistas”. Não escondia a sua idolatria por Trump, revelando o seu propósito entreguista. Chegou ao exagero de dar continência e reverenciar a bandeira norte americana.
Não se convenceu de que a campanha acabou e continua no palanque, disseminando ódio, instigando conflitos, produzindo um ambiente de permanente beligerância ideológica. Não se observou em tempo algum, sua disposição para exercitar o diálogo, buscar convergências. Tem verdadeira aversão ao contraditório. A vocação para ditador não permite ouvir críticas ou ser desobedecido nas suas ordens, por mais estapafúrdias que sejam. O desequilíbrio emocional já era evidente mesmo quando postulante ao cargo de presidente. Portanto, nada que possa causar espanto ou provocar desencanto. O óbvio está se confirmando, nenhuma surpresa.
Quem votou nele não pode alegar que cometeu um equívoco na avaliação do seu caráter e da sua competência para presidir a nação. Sua trajetória de homem público não deixava dúvidas quanto ao seu modo de agir na oportunidade em que assumisse os destinos de nosso país. Sua índole antidemocrática era manifestamente demonstrada em todos os seus pronunciamentos. Agora é tarde. Não adianta lamentos. Embora necessárias as manifestações de arrependimento para que se forme um exército capaz de enfrenta-lo em defesa do estado de direito, da soberania nacional e de um governo que atenda as demandas sociais, independente dos conceitos ideológicos. Podemos apontar muitas imperfeições na sua conduta como primeiro mandatário da nação, menos a de que cometeu o crime do estelionato eleitoral.
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A NAÇÃO MERECE E PRECISA VER O VÍDEO: Escrito Por Rui Leitao

A NAÇÃO MERECE E PRECISA VER O VÍDEO: Escrito Por Rui Leitao

 

A pauta política midiática nos últimos dias é a repercussão do vídeo da reunião ministerial que culminou com a exoneração do ministro da justiça, Sérgio Moro, e do Diretor Geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Pelo que se comenta, quem teve oportunidade de assisti-lo avalia-o como devastador para a imagem do presidente e pode ocasionar sérias consequências para sua posição como chefe de estado.

Tornou-se a peça definitiva no processo de investigação solicitado pela Procuradoria Geral da República e instaurado pelo Ministro Celso de Melo, do STF. O questionamento que todo o país espera ser elucidado, é se, efetivamente, as acusações, do agora ex-ministro, se afirmam verdadeiras, o que resultariam em cometimento de crimes que ensejariam denúncia junto à Câmara de Deputados para autorização de processo a ser decidido pelo pleno do Supremo Tribunal Federal. Em sendo encaminhado nesse sentido, o presidente da república deverá ser afastado de suas funções até que o mesmo seja concluído.

Pelo que se teve conhecimento oficiosamente até agora, a reunião teve de tudo, gritos, impropérios, xingamentos, palavrões, ameaças. O que não se configura nenhuma surpresa em se conhecendo a personalidade do presidente. Em se confirmando o nível dos debates daquele encontro das maiores autoridades do poder executivo federal, causa espanto como o Palácio do governo se tornou palco de um espetáculo tão deprimente para a nossa história republicana. O que se espera de uma reunião ministerial é que todos respeitem a liturgia dos cargos que ocupam, e tratem os problemas que merecem atenção do poder central, debatendo-os dentro de um espírito de civilidade e de responsabilidade institucional.

Agora, não interessa à nação apenas conhecer os diálogos, se é que assim se pode chamar uma discussão desrespeitosa, que tenham a ver diretamente com o episódio que provocou a saída do ex-ministro. O Brasil merece, e precisa, conhecer na sua integridade, tudo o que ocorreu naquele evento oficial. É uma questão de cumprimento às regras de bom comportamento que se exige de quem é alçado a postos tão importantes na estrutura de governo do país. Que exemplo esses cidadãos oferecem aos seus concidadãos, se “intramuros” nas dependências palacianas, se comportam como colegiais indisciplinados? Se a sociedade os toma como referências de conduta, estaremos mergulhados num ambiente de anarquia.

Como a população vai se sentir ao constatar que seus governantes não levam a sério as suas responsabilidades enquanto gestores? Por isso, a necessidade de que venha a público todo o teor da reunião. Agora, não são significativos apenas os indícios de crimes porventura praticados por esses senhores, mas, também, a compreensão que eles têm do que seja administrar uma nação. Não se pode brincar de governar.

O Palácio do governo não é o local adequado para esse tipo de folguedo, muito mais apropriado para salas de escolas que abrigam jovens irresponsáveis e inconsequentes. O Palácio é a casa do povo e assim deve ser considerado, pelos que eventualmente têm a honra de ocupá-lo. Não conheço na história nacional, nada que possa ser comparado com essa balbúrdia oficial que dizem ter acontecido lá.

É hora de chamar o feito à ordem. Reclamar de quem não se dispõe a honrar as nobres funções que lhes foram impostas nos ombros. O Brasil não pode ser apequenado por quem costuma agir na delinquência política. Somos uma nação que tem uma História a ser reverenciada.

Tomara que tudo isso seja mentira e vejamos que os ministros se portaram como pessoas que dignificam os cargos que ocupam, sem manchar a nossa tradição de respeito aos símbolos nacionais. O ambiente palaciano é um símbolo da governabilidade decente e íntegra de nossa nacionalidade. Os que o ultrajam, cometem crimes de vulgarização do sentimento patriótico. Daí a imprescindível necessidade de conhecermos inteiramente tudo o que foi protagonizado pelos excelentíssimos senhores ministros, liderados pelo presidente da república, naquela reunião. Não estou acusando ninguém, estou apenas compartilhando da curiosidade de parcela imensamente majoritária da população que anseia conhecer a verdade.

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