A BOA LIDERANÇA TEM CORAÇÃO Por: Rui Leitão

A BOA LIDERANÇA TEM CORAÇÃO

 

Impossível alguém exercer liderança positiva sem que demonstre empatia pelos outros. Os que não têm coração só conseguem sobreviver como líderes, impondo a cultura do medo e numa sociedade desumanizada. Insistem na necessidade de manter a “máscara” para serem vistos como poderosos. Quando se perde o contato com o coração, dificilmente é escolhido o caminho do amor.

 

Liderar pelo coração é, ao mesmo tempo, servir e retribuir, afirmando-se como construtor de ações inovadoras, saudáveis e de sucesso. Sem abrir mão da prerrogativa de tomador de decisões, sempre está pronto para ouvir opiniões e acatá-las quando as julga oportunas, revelando-se um comandante flexível, ágil, estratégico e responsável. Conquista sua autoridade por meio da compreensão e da confiança e, assim, espalha esperança. Tem plena consciência do seu papel de guia e de orientador.

 

O bom líder não fica preso às armadilhas do “poder sobre os outros”, mas procurando exercitar o “poder com os outros”. A falta de diálogo com os liderados marca o comportamento dos autocratas, instaurando permanentemente um ambiente de tensão. Winston Churchill dizia que “os ditadores montam em tigres dos quais não têm coragem de desmontar. E os tigres estão ficando com fome”. Já Andrew Carnegie proclamava que: “nenhum homem será um grande líder se quiser fazer tudo sozinho ou se quiser levar todo o crédito por fazer isso.” Quem não atua com a definição de objetivos, alicerçados no compartilhamento de idéias e opiniões dos liderados, não consegue administrar sua própria vida, imagine a dos outros.

O verdadeiro líder se apresenta como alguém ousado, sem ser valentão; humilde sem ser acovardado; amável, sem ser fraco; enérgico, sem ser arrogante, sabe administrar as emoções, não inventa desculpas para erros cometidos e nem transfere para outros a responsabilidade daquilo que não foi capaz de fazer. Também não adota como base a sustentação do próprio ego, nem se dedica a atender interesses pessoais ou de grupos, em detrimento das demandas coletivas.

Quem lidera com o coração produz sempre bons resultados. E os maus líderes não se sustentam por muito tempo.

Rui Leitão

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“A cédula eleitoral é mais forte que a bala” por: Rui Leitão

“A cédula eleitoral é mais forte que a bala”.

Recorro a esta célebre frase do presidente norte-americano Abraham Lincoln para refletir um pouco sobre essa “onda intervencionista” que começa a tomar conta das redes sociais. Não tenho dúvidas de que o desejo proclamado, ainda que surpreendente e quase inacreditável, reflete um sentimento de desalento, desânimo, desesperança, provocado pela situação atual do país.

 

Isso tem levado muita gente, num ato de desespero, buscar saídas que imagina serem salvadoras, mesmo tendo a História demonstrado o contrário. Chega-se ao cúmulo de abrir mão das liberdades individuais e coletivas, na ilusão de que, pela força, poderão ser conquistadas as transformações que se fazem necessárias. As experiências negativas de um tempo pretérito, não tão distante, são desconsideradas. A razão perde espaço para a emoção. Perigosamente fica desprezada a importância do “viver em liberdade”, a faculdade de agir e pensar por si mesmo.

Ignorar a História é arriscar-se a repetir erros cometidos no passado. Reivindicar a volta de uma ditadura militar é admitir o suicídio político, voltando a matar a democracia que foi reconquistada com tanta luta. A grave crise institucional que estamos vivenciando, não poderá ser justificativa para uma campanha intervencionista. Até porque nada do que se espera de um novo Brasil, aconteceu nos “anos de chumbo”. Não tínhamos liberdade, não havia transparência nos atos da administração pública, o país vivia um tempo em que as desigualdades sociais aumentavam, a inflação corroía o poder de compra dos assalariados, a censura amordaçava a imprensa e as manifestações culturais, a tortura e a opressão eram políticas de Estado. Será que quaisquer semelhanças são meras coincidências ? Então o que aguardar de bom num regime autoritário?

Precisamos sim promover uma “grande virada”, mas só conseguiremos isso através da soberania do voto popular. O que se faz necessário é despertar uma consciência cívica responsável nos eleitores. Afinal de contas, cabe a cada um de nós agir com esse propósito, sem entregar de “mão beijada” nosso destino sob a responsabilidade de pessoas que desconhecem o que sejam princípios morais e éticos. Mais do que isso, não permitir que corramos o risco de revivermos o império da prepotência e do despotismo.

É reservada às forças armadas a missão nobre de defender a soberania nacional. Acredito que essa seja a compreensão da grande maioria dos que exercem esse mister. Os que defendem um novo golpe militar são remanescentes do sistema implantado na década de sessenta, sedentos de retomarem o poder e voltarem a praticar arbitrariedades e excessos em nome da ordem social.

Façamos valer o poder do “voto eletronico”, livre e consciente, dispensando a ação nefasta da tirania. A verdade defendida por Lincoln não pode ser menosprezada. Não conheço povo feliz em qualquer que seja a ditadura.

 

Rui Leitão

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DELÍRIOS GOLPISTAS ; Por Rui Leitão

DELÍRIOS GOLPISTAS

O escritor e historiador Rui Leitão

A desesperada luta pela sobrevida no poder faz com que seja alimentada a fantasia golpista. Ao perceber diminuídas as chances de sair vitorioso nas eleições de outubro, o presidente decide ir para o “tudo ou nada”. Parte, então, para atacar a normalidade institucional, buscando esticar a corda na esperança de promover uma ruptura das regras atuais por meio de um golpe. Delira na ilusão de que poderá ser efetivada a aventura ditatorial desejada.

A conjuntura econômica e a crise social não favorecem o que está planejando. Até porque os tempos são outros, não havendo clima para quarteladas. Restrito ao apoio da bolha ideológica que o segue fanaticamente, não encontra apoio majoritário para consecução dos seus objetivos antidemocráticos. A população está sentindo no bolso os efeitos da desastrada política econômica implantada por seu governo e tende a reagir contra a continuidade dessa situação.

A profundidade da crise que estamos atravessando, sem a apresentação de alternativas de superação, colabora em seu desfavor. O drama da fome e da miséria o empurra para o lamaçal da impopularidade. O desemprego batendo recordes sucessivos aumenta o número de desalentados no país. Só lhe resta, pois, insistir na via golpista, mesmo que saiba ser algo muito difícil de ser posto em prática.

Num “beco sem saída” arma o discurso da confusão, criando fatos que possam fazer com que se apresente como vítima de perseguição do poder judiciário. Com isso, alimenta, entre os seus aficionados, o sentimento de que o processo eleitoral pode ser fraudado contra ele. Contudo, não consegue apresentar uma única evidência de que isso realmente possa acontecer. Põe em dúvida a credibilidade das urnas eletrônicas, esquecendo que sempre conseguiu se eleger através delas.

Trabalha com o objetivo de tornar pesada a atmosfera política, em razão das tensões provocadas contra o STF. Movimentações antirepublicanas são ostensivamente executadas. Por conseqüência se estabelece uma ansiedade generalizada. É a aposta no caos. No delírio da irrealidade, perde-se a noção da racionalidade, da lógica e da lucidez e o desatino se expõe. Esses devaneios insanos não têm força para se concretizarem. Ainda bem. DITADURA NUNCA MAIS.

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A PAIXÃO POR ARMAS DE FOGO Por Rui Leitão

A PAIXÃO POR ARMAS DE FOGO
Texto de Rui Leitão

A arma de fogo tornou-se marca emblemática do governo Bolsonaro. Aliás, essa intenção já era demonstrada antes do atual presidente assumir. Na campanha eleitoral o então candidato adotou como símbolo de propaganda o gesto com as mãos como se estivesse empunhando uma arma. Chegou, inclusive, a estimular crianças a fazerem o mesmo. Inacreditável, mas até nas igrejas assistimos religiosos aceitarem como algo normal essa atitude que contraria princípios cristãos.

Já não é mais a manifestação de um desejo, tornou-se um fetiche, afirmando-se na provocação de sensações de prazer, excitação e poder. A arma como objeto que expressa potência. Na concepção machista, homens se tornam mais poderosos e viris quando exibem uma arma na cintura. A agenda belicista recebe tratamento prioritário. Decretos e atos normativos infralegais são editados buscando atender objetivos armamentistas, na execução de um projeto que não só é audacioso, mas também carece de explicação plausível. Não há dificuldade em perceber que essa estratégia fomenta a violência, fertilizando tensões sociais, ao contrário do que tentam nos convencer, com o discurso da garantia da propriedade privada, da segurança patrimonial e familiar.

Na comprovação de que a arma passou a ser marca no governo, por ocasião da realização da Convenção Nacional Pro-Armas, no dia 24 de março próximo. passado, o então Secretário de Fomento à Cultura do governo federal, André Porciuncula, prometeu liberar um bilhão de reais para financiar a produção de audiovisuais que estimulem o uso de armas. Nesse governo a política armamentista é considerada atividade cultural. Enquanto isso, mudanças na Lei Rouanet têm imposto inúmeras dificuldades para que as verdadeiras manifestações culturais possam ter acesso a financiamentos. “Pela primeira vez vamos colocar recursos da Rouanet em eventos de armas de fogo. Vai ser bacana isso” , falou o então Secretário, como se estivesse dando uma grande notícia.

Essa insistência em levantar a bandeira das armas até nos eventos promovidos por autoridades do governo, precisa acabar. Chega a ser doentia essa vontade em transformar o Brasil numa “pátria armada”. Lembro-me de uma frase do papa Paulo VI que dizia: “As armas não fazem o destino de um homem, mas podem por em risco toda a humanidade”. É inquestionável que a apologia a armas estimula a violência.

A que ponto nós chegamos! Onde ja se ouviu falar que portar armas é ação cultural? Muito preocupante isso.

Rui Leitão




Foi golpe, sim; Por Rui Leitão

 

Foi golpe, sim; Por Rui Leitão

A extrema direita brasileira continua insistindo em querer reescrever a história na conformidade dos seus interesses. O presidente da república, por exemplo, teima em classificar o golpe de 64 como tendo sido um ato revolucionário. E determinou aos censores do Enem, por ele nomeados, que assim fosse tratado nas questões das provas, porque precisavam ficar com a “cara do seu governo”.

Foi golpe, sim. Como ignorar os assassinatos, as prisões arbitrárias, as torturas, praticadas pelo regime ditatorial que marcaram uma página negra da nossa história? Só na cabeça doentia de um apaixonado por ditaduras isso pode ser admitido. Uma visão descolada da realidade para atender anseios ideológicos. Não há como negar as evidências. Foi uma articulação golpista civil-militar para a tomada do poder.

O golpe foi iniciado já em 1961, quando criaram vários obstáculos para a posse de Jango como presidente, implantando às pressas o parlamentarismo, om o intuito de reduzir os poderes do Executivo. A sua posse incomodou, não só aos grupos conservadores de nosso país, como, também, ao governo dos Estados Unidos, que passou a financiar lideranças empresariais e políticos da direita nacional. A imprensa brasileira contribuiu no processo de desestabilização do governo Jango.

Como se verifica atualmente, a sociedade brasileira estava rachada ideologicamente entre esquerda e direita. No final de 1963, os ultraconservadores se articularam com as Forças Armadas pela tomada do poder. O contexto histórico já demonstrava o enfraquecimento do governo Jango. A situação do Brasil mostrava-se extremamente instável. O comício de 13 de março, na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, tendo a participação de mais de duzentas mil pessoas, quando o presidente assumiu seu compromisso com as reformas de base, precipitou os acontecimentos em direção ao golpe.

No dia 19 de março aconteceu a reação conservadora na Marcha da Família com Deus pela Liberdade, numa passeata que mobilizou mais de quinhentas mil pessoas. Foi o bastante para os golpistas se sentirem fortalecidos e iniciarem o ato final que determinou a intervenção dos militares na política brasileira.

Jango ficou isolado quando perdeu o apoio de seu aliado no exército, Amaury Kruel, afastando as possibilidades de resistência interna nos quadros das Forças Armadas. O golpe então se consumou. Como chamar isso de revolução? Ainda que as coincidências se repitam, com os militares querendo assumir a tutela sobre o poder político, o contexto histórico é bem diferente do que se viu em 1964. Os tempos são outros, ditadura nunca mais. Mas, o que não pode jamais ser negado é que em 1964, aconteceu um golpe civil-militar e não uma revolução. Por mais que Bolsonaro queira mudar a verdade histórica.

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O fenômeno Lula; Por Ruiz Leitao

Nem a prisão, nem o massacre da mídia corporativa, fizeram diminuir as chances de Lula voltar a governar o país. Ele continua sendo o franco favorito na próxima eleição. O povo brasileiro não esquece o período de desenvolvimento econômico e bem-estar social, com políticas de combate a miséria e a fome, bem como a geração de emprego e renda, promovidos pelo governo Lula. Para muitos o melhor presidente que o Brasil já teve.

Esse fenômeno antropológico se explica pelo fato de que a população se identifica com ele, não esquecendo as políticas públicas de impacto social dos seus governos. A saudade dói no bolso e se manifesta na manifestação favorável de intenção de votos. Tentaram, de todas as formas, elimina-lo do cenário político brasileiro. Em vão. O povo já enxergou que essa estratégia da direita nacional não passa de um ardil político para alijá-lo do processo eleitoral.

Ele transcende os limites partidários, porque se revela como importante elemento mobilizador do nosso povo diante da elite golpista, com capacidade singular para empreender uma marcha com sinais revolucionários. Um olhar histórico sobre a vida do ex-presidente, faz com que sejam colocadas de lado preferências políticas ou ideológicas, quando se afirma a opção de voto nele. Nenhuma outra liderança nacional consegue ter semelhante poder de penetração e aceitação popular, admirado e respeitado pelo mundo inteiro.

Quem se manifesta eleitor de Lula não pode ser classificado como petista, esquerdista, comunista, ou qualquer outra forma de xingamento tão utilizada pelos que se posicionam contra a democracia e a justiça social. Ele voa alto nas pesquisas, exatamente por que sabe se movimentar na política, dialogando com todos os que pretendem resgatar o Estado Democrático de Direito, independente de filiação partidária ou paixões de motivação ideológica. Ele é agregador. Promotor da união e da concórdia, em nome de uma causa maior: defender a democracia e promover o desenvolvimento sócio-econômico do país. Existe luz no final do túnel. Graças a Deus.




“EM DEFESA DO STF; Por Rui Leitao

“EM DEFESA DO STF; Por Rui Leitao
Alguns fanáticos da política têm intensificado suas críticas ao STF por estar contrariando seus interesses. São pessoas que têm dificuldade em conviver com a democracia e o fortalecimento de suas instituições. O compromisso maior da Suprema Corte é com as garantias previstas na Constituição de 1988, sem qualquer vinculação política ou ideológica circunstancial. Sua atuação tem que se manter firme e republicana no exercício de sua missão, sem admitir jamais ingerência que a possa desvirtuar, como já aconteceu em tempos pretéritos.
Suas decisões mais recentes têm demonstrado seu reencontro com o nobre papel de guardião da Carta Magna. As reações contra as tentativas de violação do Estado Democrático de Direito, têm incomodado grupos radicais que embarcam na onda do populismo e do autoritarismo. O objetivo desse pessoal é criar um clima de pressão sobre os integrantes da Corte, na expectativa de que se curvem aos seus desejos políticos. Como não estão conseguindo, manifestam-se revoltados nas redes sociais, agredindo de forma virulenta e vulgar os Ministros que os contrariam.
É perfeitamente normal que aconteçam críticas, desde que de maneira civilizada, com as discordâncias sendo apresentadas num ambiente próprio da democracia. Inadmissíveis são os discursos de ódio que estimulam um clima de tensão na sociedade, buscando coloca-la contra o Supremo. Agir dessa forma é defender o retrocesso institucional. O STF é instituição permanente e estável, essencial para que tenhamos um país mais justo e solidário, onde sejam respeitadas as garantias constitucionais. Só assim seremos uma sociedade civil comprometida com o fortalecimento da democracia.
Afinal de contas a Constituição da República é o nosso guia e o STF seu guardião e não pode sujeitar-se a ameaças irresponsáveis de quem quer que seja. O inconformismo com decisões judiciais não justifica atitudes de intimidação com o intuito de constranger magistrados. Para isso o nosso ordenamento jurídico possibilita a utilização de instrumentos recursais.
Neste momento em que vivemos a tragédia da pandemia do covid-19, o STF já analisou inúmeras pautas relativas às questões de saúde pública, procurando adotar decisões em benefício da população, impondo freios a procedimentos direcionados a fragilizar o conceito de federalismo. O STF tem trabalhado no sentido de construir jurisprudência atuante para enfrentamento do grave contexto sanitário atual, ainda que provocando insatisfações de ordem política e ideológica por parte de alguns. O entendimento de que a proteção à vida, à saúde e à própria subsistência dos brasileiros afetados pela pandemia, são direitos fundamentais consagrados constitucionalmente, requer pronta intervenção da Suprema Corte do país. E é, felizmente, o que tem acontecido.
www.reporteriedoferreira.com.br   Por Rui Leitão”- Jornalista, advogado e escritor



A mentira tem pernas curtas Por Rui Leitao

Bolsonaro discursa na ONU (Foto: Reprodução)

Adotar a mentira como política de governo é, no mínimo, um ato de irresponsabilidade. Há uma expressão da sabedoria popular que diz: “mentira tem pernas curtas”.  Mas isso não parece assustar quem está no comando do governo brasileiro. Tem sido recorrente a prática de disseminação de notícias falsas, no propósito de enganar a opinião pública, distorcendo dados e fatos que não resistem a uma pesquisa séria. As evidências rapidamente desmentem as informações incorretas. Não se pode dizer que se trata de equívoco de mensagens, é método de comunicação, ardilosamente concebido.

Tem sido um comportamento padrão do governante, atualmente instalado no Palácio do Planalto. Estratégia planejada, desprezando o compromisso com a verdade factual. O mentiroso contumaz não se envergonha em se utilizar do ludibrio para tentar esconder suas incompetências e maldades, na busca da autopromoção. É inadmissível que a falácia seja permanentemente usada como instrumento de governo, com o objetivo de se afirmar.

Analisada sob o ponto de vista ético e político, a mentira é um imperdoável ataque à probidade que se exige de um governante. O princípio da veracidade em todos os atos e falas de quem assume a missão de governar é condição essencial para que mereça o respeito dos que estão sob seu comando administrativo. O cidadão tem direito a receber a informação honesta por parte de um homem público. A mentira, principalmente quando recebe o selo oficial de um governo, é atitude vil e repreensível, merecendo, então, a condenação moral da opinião pública.

É bíblica a afirmação de que “a infâmia do mentiroso o acompanha sem cessar” (Eclesiástico 20,24). Quando um gestor público se acostuma a mentir, induzindo em falsidade a opinião alheia, ele perde confiabilidade e se descredencia como legítimo representante do povo.

Na abertura oficial da reunião da ONU o festival de mentiras oficiais se apresentou para o mundo. Foi um show de negacionismo e de inverdades, tentando mostrar uma situação que não reflete a realidade. Impressiona a desfaçatez com que informações falsas são propagadas num evento de repercussão internacional. Ainda bem que a mentira tem pernas curtas.

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Precisamos ter fome da verdade : Por Rui Leitão

 

manipiç - Precisamos ter fome da verdade - Por Rui Leitão

Precisamos ter fome da verdade : Por Rui Leitão

Este é um momento em que devemos ter fome da verdade. Para isso é necessário nos blindarmos contra a técnica utilizada pela grande mídia objetivando causar um curto-circuito na nossa consciência crítica, explorando o aspecto emocional. Termos o cuidado de não permitir que nossas mentes sejam moldadas de acordo com os interesses nefastos de veículos de comunicação que se apresentam como instrumentos de manipulação das massas. Buscar compreender o que pode estar por trás da produção da noticia, enxergar as mensagens sublimares que ela contem, perceber o que se intenciona transmitir nas entrelinhas.

O que se observa na programação diária da mídia, seja ela televisada, falada ou escrita, é uma pauta cuidadosamente dirigida a exercer influência na sociedade, tornando-a vítima de artimanhas ideológicas dos poderes políticos e econômicos. Qual a estratégia mais eficazmente adotada? Deturpar o conteúdo da informação veiculada, procurando ajustá-la aos interesses do que defendem. Invadir a mente de cada um, num efeito anestésico que prive a liberdade de pensar por si mesmo. Injetar medos, idéias, desejos, que façam com que muitos acreditem que são seus próprios pensamentos e sentimentos.

O ideal é bombardear o público de informações que não lhe dê tempo de pensar, criar situações que justifiquem reações apressadas. Evitar oferecer notícias boas que possam amenizar a ansiedade em responder aos fatos precipitadamente. Quanto maior o comportamento compulsivo, melhor para eles. Gerar um aparente consentimento democrático de suas idéias propagadas. Assim acreditam intimidar os que forem contrários.

Já houve um tempo, entretanto, em que essa força midiática foi muito mais dominadora. Hoje as grandes empresas de comunicação, geralmente propriedades de poderosos conglomerados empresariais, enfrentam o rebate da internet, através das redes sociais. O contraponto não tem direcionamento de um patrão, a não ser a consciência crítica dos que teimam em proteger a verdade em nome da liberdade de pensamento e do respeito ao exercício da democracia.

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Vivendo de “bicos” Por Rui Leitão

O mercado de trabalho no Brasil experimenta uma realidade preocupante: jovens se adaptando a condições de sub-emprego, sem registro na CLT e com baixa renda. Vivendo de “bicos”, passam a integrar o grande número dos que estão envolvidos nas atividades que ficam à margem da formalidade. É um efeito atrasado da crise econômica que atinge o país nos anos recentes, alcançando fortemente a juventude.

Isso concorre, também, para que diminua a qualificação da nova geração com idade de trabalhar. Não tendo condições de continuarem frequentando uma faculdade, os jovens são obrigados a entrar no mercado informal para terem alguma renda, até pela necessidade de sobrevivência da família. Trabalham para várias empresas ao mesmo tempo, sem criar vínculos empregatícios. Há uma tendência para que busquem a se virar por conta própria.

A situação se agrava quando não se consegue enxergar saídas a curto prazo, pairando um clima de incertezas quanto ao futuro da nossa economia. As mudanças promovidas na CLT geraram insegurança jurídica, tanto no lado do empregador, quanto do empregado. As relações de trabalho foram precarizadas.

Na falta de emprego, os jovens se desdobram em vários trabalhos, como autônomos, buscando compor a renda. A quantidade de brasileiros vivendo de “bicos” é a maior da história. A verdade é que muitos não conseguem ocupar o espaço no mercado de trabalho de acordo com a sua formação ou com os seus propósitos de vida. O excesso de trabalho, em alguns casos, chega a ser considerado quase escravidão.

Esse é o símbolo da recessão que o país atravessa. Uma realidade cruel que nos assusta. É o pior cenário desde a década de 1990. Além dos jovens, os idosos igualmente são alcançados pelo desemprego, sendo forçados a viver de “bicos”. O trabalho informal também ganha força na faixa etária dos que estão acima dos cinquenta anos. Mesmo os que têm experiência e qualificação estão encontrando dificuldades para serem recolocados no mercado de trabalho. As aposentadorias não são suficientes para o sustento deles próprios e da família. No entanto, as portas se fecham para esses profissionais, até pela dificuldade em competirem com os mais jovens. Não lhes resta alternativa, a não ser a informalidade.

O fato é que, além das preocupações com a pandemia, cujo vírus circula entre nós desde o ano passado, o desemprego tem sido o drama que angustia a população brasileira na atualidade, ao criar chagas sociais que nos causam desassossego. O governo precisa dar sinais de alguma eficiência para gerar confiança na sociedade e acelerar a geração de emprego.