A ESCOLA DAS AMÉRICAS Por Rui Leitão

A ESCOLA DAS AMÉRICAS

Por Rui Leitão

A Escola das Américas foi fundada em 1946, no Panamá, quando se iniciava a Guerra Fria, com o objetivo de formar militares da América Latina e do Caribe segundo a doutrina de segurança nacional norte-americana. Ela se dedicava a aplicar métodos de contrainformação, interrogatórios com tortura e execução sumária, guerra psicológica, inteligência militar e ações de contrainsurgência. Tornou-se símbolo da aliança entre a Casa Branca e os governos ditatoriais da América Latina, treinando figuras notórias pela violação de direitos humanos, como os ditadores panamenhos Manuel Noriega e Omar Torrijos, os argentinos Leopoldo Galtieri e Roberto Viola, o peruano Juan Velasco Alvarado, o equatoriano Guillermo Rodríguez e o boliviano Banzer Suárez.

Todos os países latino-americanos enviaram militares para a Escola das Américas em algum momento. O livro Tortura Nunca Mais, escrito por Dom Paulo Evaristo Arns, identifica que entre seus ex-alunos estiveram 21 soldados e oficiais brasileiros acusados de tortura durante o período ditatorial. Dentre eles, o general Hélio Lima Ibiapina, denunciado pelo líder comunista Gregório Bezerra, e o militar João Paulo Moreira Burnier, acusado pelo ex-preso político Alex Polari de Alverga de ter torturado e matado o estudante Stuart Edgar Angel Jones.

Os militares que iam à Escola das Américas incorporavam doutrinas de promoção da violência sem contestação. Lá, alguns militares brasileiros tiveram aulas teóricas e práticas sobre tortura, que mais tarde seriam aplicadas no Brasil. Os EUA investiam pesado em armar e treinar os militares brasileiros, por considerarem essa assistência, estratégica para manter a proximidade com os ditadores. O general Ernesto Geisel, chegou a defender a tortura, afirmando: “Não justifico a tortura, mas reconheço que há circunstâncias em que o indivíduo é impelido a praticá-la, para obter determinadas confissões e, assim, evitar um mal maior”.

O Brasil era visto como o grande balizador da América do Sul, sendo compreendido pelos Estados Unidos como país cuja política tinha força determinante para o resto do continente. Para aquela escola foram enviados brasileiros com o propósito de aprenderem a produzir repressão, promovendo a chamada contrainsurgência, especialmente no combate ao comunismo. O Exército brasileiro, durante os 21 anos de ditadura militar, sofreu forte influência da Escola das Américas, com seus integrantes sendo treinados para confrontos contra grupos identificados como de esquerda. A Escola das Américas, na verdade, ensinava técnicas destrutivas dos valores democráticos, cujos manuais propunham tortura, chantagem, encarceramento de inocentes e espionagem contra civis e partidos de oposição. Oficiais e soldados de países latino-americanos eram ensinados a subverter a verdade, silenciar sindicalistas, militantes do clero e jornalistas, subjugando as vozes dissidentes e movendo guerra contra o próprio povo.

A Escola foi reestruturada em 2001, após forte pressão de grupos ligados à defesa dos direitos humanos, passando a se chamar Instituto do Hemisfério Ocidental para Cooperação em Segurança, com sede na Geórgia, adotando uma postura mais voltada para o respeito aos direitos humanos.




Irã ameaça atacar bases dos EUA no país, se acordo fracassar

Países negociam acordo nuclear nesta semana; Departamento de Estado norte-americano começa a esvaziar sua embaixada no Iraque

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Trump afirmou que as negociações serão realizadas na quinta-feira (12); governo iraniano diz que ocorrerão no domingo (15)
Montagem iG

Trump afirmou que as negociações serão realizadas na quinta-feira (12); governo iraniano diz que ocorrerão no domingo (15)

Dias antes da sexta rodada de negociações entre Irã e Estados Unidos, prevista para acontecer nesta semana, o ministro da Defesa iraniano, Aziz Nasirzadeh, disse, nesta quarta-feira (11), que o Irã poderá atacar as bases norte-americacas no país se o acordo nuclear fracassar e um possível conflito começar entre os dois países.

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, afirmou que as negociações serão realizadas na quinta-feira (12), enquanto o governo iraniano pontuou que elas ocorrerão no domingo (15) em Omã.

“Algumas autoridades do outro lado ameaçam entrar em conflito se as negociações não derem frutos. Se um conflito acontecer, todas as bases americanas estão ao nosso alcance e as atacaremos com ousadia nos países anfitriões”, alertou Nasirzadeh.

Suas declarações foram divulgadas pela Agência de Notícias da República Islâmica do Irã.

Trump também ameaçou bombardear o Irã caso o país não chegue a um novo acordo nuclear.

Espera-se que o Irã apresente uma contraproposta a uma oferta anterior dos EUA para um acordo nuclear

Os dois países discordaram sobre a questão do  enriquecimento de urânio e sobre o programa de mísseis do Irã.

Esvaziamento da embaixada no Iraque

A decisão dos Estados Unidos, junto com um alerta do Reino Unido sobre novas ameaças à navegação comercial no Oriente Médio, veio poucas horas depois de o presidente Trump, declarar, em um podcast divulgado nesta quarta-feira, que está “menos confiante” quanto às chances de um acordo com o Irã que limite sua capacidade de desenvolver armas nucleares.

A agência do comércio marítimo britânico aconselhou embarcações comerciais que transitem pelo Golfo Pérsico, Golfo de Omã e Estreito de Ormuz a adotarem precauções adicionais.

O Departamento de Estado não informou quantos funcionários seriam retirados do Iraque, nem os motivos específicos. Funcionários não essenciais e familiares de diplomatas também foram autorizados a deixar as embaixadas americanas no Bahrein e no Kuwait.




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