Agência Brasil

A deputada federal Carla Zambelli afirma que está fora do Brasil há alguns dias

Condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a deputada federal por São Paulo  Carla Zambelli (PL)  afirmou nesta terça-feira (3) que é “intocável na Itália” por ter cidadania italiana.

A declaração veio após ela anunciar que deixou o Brasil rumo à Europa, onde pretende denunciar supostos abusos de autoridades brasileiras. No mesmo dia, a  Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao STF a prisão preventiva da parlamentar.

Atualmente, a parlamentar está nos Estados Unidos para um tratamento médico, que não especificou o tipo e nem o lugar onde é realizado. A Itália é o seu próximo destino.

Para Zambelli, a viagem não configura uma fuga, uma vez que ela nunca escondeu seu passaporte e o documento estava liberado.

“Tenho cidadania italiana e nunca escondi, se tivesse alguma intenção de fugir eu teria escondido esse passaporte (…) Se eu tenho o passaporte italiano, ele [Moraes] pode colocar a Interpol atrás de mim, eles não me tiram da Itália (…) Eles vão tentar me prender na Itália, mas eu não temo, porque sou cidadã italiana e lá eu sou intocável”, continuou.

Segundo a parlamentar, a prisão só poderia ser imposta pela justiça italiana.

Zambelli disse que pretende voltar Brasil para terminar o mandato, mas que só o fará quando puder, segundo ela, se “defender legitimamente”. Enquanto isso, ela afirmou que irá a todas as Cortes na Europa para “denunciar a ditadura” que, segundo ela, o país vive.

“Gostaria de deixar bem claro que não é um abandono do país. Não é desistir do país. Muito pelo contrário: é resistir. É voltar a ser a Carla que eu era antes das amarras que essa ditadura nos impôs. Vou levar isso em todos os países da Europa. Vou denunciar em todas as Cortes que a gente tiver na Europa” , disse, em entrevista a uma coluna do Metrópoles.

Entenda a condenação de Zambelli

Zambelli foi condenada pela participação na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023. De acordo com a investigação, a deputada contratou o hacker Walter Delgatti para acessar ilegalmente os sistemas do CNJ e inserir documentos falsos.

As fraudes tinham como objetivo questionar a credibilidade do Judiciário e sustentar narrativas de que as urnas eletrônicas poderiam ser manipuladas, na tentativa de manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.