João Pessoa registra três assassinatos em menos de uma hora nesta sexta-feira (14)

Os casos ocorreram nos bairros de Mandacaru e Mangabeira, em João Pessoa

Crime aconteceu na comunidade Cangote do Urubu
João Pessoa registra três assassinatos em menos de uma hora nesta sexta-feira (14) (Foto: Verinho Paparazzo / RTC)
Três homicídios foram registrados na noite desta sexta-feira (14), em um intervalo de menos de uma hora, nos bairros de Mandacaru e Mangabeira, em João Pessoa. A Polícia Civil investiga se há relação entre os crimes.

No bairro de Mandacaru, um jovem identificado como José Reginaldo da Silva, de 20 anos, foi assassinado na Rua Iá Paiva. Natural de Pedras de Fogo, ele havia se mudado para a cidade há apenas dois dias, em busca de trabalho. Segundo informações da Polícia Militar, a vítima foi atingida por disparos de arma de fogo. O Samu foi acionado e constatou o óbito. Nenhum suspeito foi identificado até o momento.

Já em Mangabeira, na zona sul da capital, um homem identificado como Leandro Batista, de 32 anos, foi morto a tiros enquanto estava com seu filho em uma lanchonete. Testemunhas relataram que dois homens em uma motocicleta se aproximaram e efetuaram os disparos. A área foi isolada e a Polícia Militar acionou a perícia e o delegado de homicídios para iniciar a investigação.

Pouco tempo depois, ainda em Mangabeira VIII, um terceiro homicídio foi registrado. A vítima, um adolescente de 17 anos, caminhava pela rua quando foi atingida por múltiplos disparos, especialmente na região da cabeça. O corpo foi encontrado próximo a uma igreja. A Polícia Militar esteve no local, isolou a área e acionou a Polícia Civil, que dará continuidade às investigações.

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MULHERES DE ATENAS, de Chico Buarque Por Rui Leitao 

MULHERES DE ATENAS, de Chico Buarque Por Rui Leitao

Alguns enxergam na letra dessa canção uma apologia à submissão e à subserviência das mulheres aos seus maridos. Prefiro acompanhar o pensamento de que se trata exatamente do contrário. Chico Buarque e Augusto Boal, autor da peça de mesmo título, Mulheres de Atenas (1976), usaram a ironia para despertar no público feminino a compreensão de que não deveriam mais se comportar como as mulheres da sociedade patriarcal da Grécia Antiga.

Mesmo com a revolução cultural experimentada em tempos recentes, com a emancipação feminina, muitas ainda adotam condutas semelhantes às das “mulheres de Atenas”—as chamadas “amélias”, para usar uma definição mais conhecida dos brasileiros. É como se a canção dissesse: “Abram os olhos, não sigam o exemplo da submissão plena às vontades dos maridos, como faziam as ‘mulheres de Atenas’.”

“Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas / vivem pros seus maridos, orgulho e raça de Atenas / quando amadas, se perfumam / se banham com leite, se arrumam / suas melenas / quando fustigadas, não choram / se ajoelham, pedem, imploram / mais duras penas / cadenas… Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas / secam por seus maridos, orgulho e raça de Atenas.”

Os compositores procuram advertir as mulheres da atualidade a não se espelharem nas mulheres de Atenas. Elas viviam exclusivamente para atender aos desejos de seus maridos, vendo neles a expressão do heroísmo grego—por isso, eram admirados e venerados. Faziam questão de se perfumar e se tornar mais atraentes para satisfazer os prazeres de seus homens. Quando maltratadas, mantinham-se conformadas com o sacrifício e, numa atitude de extremo servilismo, humilhavam-se, rogando perdão, quando a situação deveria ser inversa—eles é que deveriam pedir desculpas por castigá-las. Na verdade, viviam como prisioneiras.

As mulheres gregas daquela época não se lastimavam por suportar tanto sofrimento. Essa era a regra social estabelecida na relação de gêneros da sociedade ateniense. Os homens eram poderosos e tinham autoridade para determinar como suas esposas deveriam se conduzir. Ao saírem para a guerra, suas companheiras faziam voto de fidelidade e se entregavam totalmente às atividades de tecelagem, principal ofício daquele povo. Adotavam a abstinência sexual por anos, à espera do retorno de seus maridos, que, ao regressarem, desprezavam os afagos e carinhos, tão importantes nos encontros amorosos, e se mostravam embrutecidos pela ansiedade de suprir suas carências.

Despudoradamente, subjugavam suas mulheres a caprichos indecentes e devassos. As atenienses, resignadas, cumpriam suas “obrigações conjugais” ao se despirem para seus maridos, os quais consideravam bravos guerreiros, corajosos homens de sua terra. No entanto, quando se embriagavam, esqueciam aquelas a quem exigiam absoluta fidelidade e iam à procura de prostitutas. Ainda assim, ao voltarem das farras, fatigados, encontravam nos braços de suas belas esposas o aconchego necessário para o descanso.

Desde crianças, as mulheres de Atenas eram educadas para executar atividades domésticas e procriar, garantindo o nascimento de novos cidadãos atenienses. Não lhes era permitido ter opinião própria, e suas qualidades ou defeitos não tinham a menor importância. Sequer podiam sonhar. Viviam sob o império do medo, aterrorizadas pelo prenúncio de acontecimentos desagradáveis quando seus maridos singravam os mares, enfrentando tempestades. Sabiam que, em terras distantes, seus companheiros fantasiavam encontros com sereias—belas mulheres que povoavam o imaginário masculino.

Na sociedade patriarcal de Atenas, as mulheres se dedicavam unicamente aos seus maridos. Esse devotamento se confundia com o temor de perdê-los. Tanto as que já padeciam da viuvez quanto as que, grávidas, sofriam com a ausência dos companheiro…

www.reporteriedoferreira.com.br Por Rui Leitao   Advogado, jornalista, poeta , escritor




PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. Calçadão no Centro Histórico Sérgio Botelho

Pode ser uma imagem de 9 pessoas e a rua
Foto da Duque de Caxias, no trecho entre a Misericórdia e o Ponto de Cem Reis.
PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. Calçadão no Centro Histórico
Sérgio Botelho
– É sabido que há uma tendência de que parte do Centro Histórico de João Pessoa se transforme em calçadão. A primeira experiência seria com a Duque de Caxias, por sinal, parte dela já exercendo essa função urbana, no trecho entre a Igreja da Misericórdia e a Praça João Pessoa.
Não há novidade nessa propensão, em termos de expectativa, já que em muitas cidades históricas brasileiras essa é mesmo a inclinação, diretamente ligada à natureza dos núcleos urbanos centrais, enquanto espaços de convivência e memória. Em muitas cidades, o fechamento de ruas para veículos e a criação de áreas exclusivamente para pedestres representam estratégia válida para revitalizar esses locais, impulsionar o turismo e incentivar o comércio. Os centros históricos costumam ter ruas estreitas, construções antigas e uma ambiência propícia para o passeio a pé, exatamente o caso de João Pessoa.
A mudança para calçadões favorece a preservação do patrimônio arquitetônico, reduz a poluição sonora e ambiental, além de estimular a economia local ao atrair cafés, restaurantes, livrarias, sebos, brechós, galerias de arte e outros estabelecimentos que enriquecem a experiência dos visitantes. Claro que a intervenção precisa ser acompanhada de planejamento cuidadoso. É essencial que os calçadões sejam seguros, em todos os sentidos, acessíveis e contem com infraestrutura adequada, como mobiliário urbano de qualidade, iluminação eficiente e paisagismo. Além disso, é importante garantir que os moradores e comerciantes locais participem do processo, a evitar a descaracterização do espaço ou a gentrificação indesejada.
Em cidades como Salvador, São Paulo e Recife, há exemplos bem-sucedidos de centros históricos revitalizados por meio de calçadões. Por outro lado, há casos em que a falta de manutenção ou de atividades culturais regulares levou ao esvaziamento desses espaços. Assim, é fundamental que haja políticas públicas contínuas de preservação e incentivo à ocupação qualificada. Satisfeitas tais medidas, dará certo.
www.reporteriedoferreira.com.br  Por Sérgio Botelho- Jornalista, poeta, escritor