O FASCISMO DIGITAL;  Rui Leitao Jornalista

Rui Leitao Jornalista: O FASCISMO DIGITAL

Ingressamos na era do fascismo digital. As big techs têm cumprido bem o propósito de substituir a informação pela desinformação, transformando as redes sociais nos grandes instrumentos de propaganda de uma ideologia neofascista. Atuam, com competência, como formadoras de mentalidades obscurantistas, incentivando pulsões violentas alimentadas pelo discurso de ódio e intolerância. A internet cria conexões rápidas entre grupos que praticam e estimulam atos de terrorismo e ataques antidemocráticos.

Em consequência, os discursos populistas e autoritários passam a ser externados não só por lideranças políticas, mas também por cidadãos comuns. Em vez de as tecnologias digitais se colocarem como ferramentas para a promoção da democracia, assumem…
[15:27, 09/03/2025] Rui Leitao Jornalista: Tumulto na inauguração do Almeidão
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Ao encerrar o seu mandato de governador, Ernani Sátiro inaugurou os estádios que construiu em João Pessoa e Campina Grande. Foram entregues ainda sem nomes oficiais, por isso receberam do povo, em princípio, os apelidos de “Satirão”, o da Capital, e “Amigão”, o de Campina Grande. Só em maio é que foram denominados de José Américo de Almeida Filho, passando a ser chamado de “Almeidão”, e Governador Ernani Sátiro, respectivamente.

O Botafogo do Rio foi o time convidado para enfrentar os paraibanos nas partidas de inauguração, realizadas nos dias sete e nove de março de 1975. No “Amigão” o Campinense empatou em zero a zero com a equipe carioca. Enquanto que em João Pessoa o “Belo” perdeu de dois a zero. Como não havia ainda refletores os jogos aconteceram no período da tarde. A iluminação dos campos só foi inaugurada meses depois.

A festa esportiva no “Almeidão” foi marcada por um clima de tensão, em razão de advertências que teriam sido feitas durante toda a semana pelo deputado Rui Gouveia, de que o estádio não oferecia segurança para acolher um grande público e poderia acontecer uma tragédia. Mesmo assim, os dois lances de arquibancadas ficaram totalmente tomados pelos torcedores, calculando-se em torno de 30 mil expectadores.

Ao final do primeiro tempo uma bomba que explodiu na área que hoje chamamos de “arquibancada sol” foi o suficiente para provocar um tumulto generalizado. O barulho das pessoas correndo apavoradas dava a impressão de que o estádio estava ruindo. Na “arquibancada sombra”, onde me encontrava, o público também se atemorizou, estabelecendo idêntica agitação. Realmente foi algo estarrecedor. Sem compreender bem o que estava acontecendo, todo mundo procurava a saída ao mesmo tempo, com as pessoas atropelando umas as outras. Cerca de 30 torcedores foram enviados para o Hospital do Pronto Socorro para receber atendimento médico.

A tranquilidade só aconteceu quando o próprio governador ocupou os microfones da Rádio Tabajara para anunciar que tudo estava dentro da normalidade e que não havia qualquer motivo para aquele alvoroço, atribuindo, inclusive, o fato ao efeito psicológico do terrorismo praticado pelo parlamentar nos dias que antecederam a inauguração.

Passado o susto, o público voltou a fazer festa e a partida foi reiniciada sem qualquer outra ocorrência que pudesse tirar o brilho do espetáculo futebolístico e a alegria do pessoense em receber finalmente um estádio que propiciaria a realização de bons jogos e estimularia o crescimento do nosso futebol.

Rui Leitão