Mais de 300 estudantes relatam sintomas de intoxicação após comer no Restaurante Universitário da UFPB
Estudantes pedem transparência para a universidade divulgar análises coletadas
Em resposta, a Vigilância em Saúde, vinculada à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), iniciou uma investigação para identificar a causa do surto. O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) e a Gerência de Vigilância Sanitária (GVS) lideram a apuração do caso.
Na segunda-feira (17), o CIEVS deu início à investigação de campo e começou a monitorar os alunos afetados. Amostras biológicas estão sendo coletadas para identificar o patógeno responsável, enquanto a Vigilância Sanitária complementa as análises já feitas durante uma inspeção anterior no Restaurante Universitário.
Durante a vistoria, foram identificadas falhas como o armazenamento inadequado de polpa de suco, o que resultou em uma notificação à empresa responsável. A administração do restaurante tem 15 dias para corrigir as irregularidades, que incluem a manutenção de equipamentos de refrigeração e a higienização rigorosa de utensílios.
A UFPB também está tomando providências. A Superintendência de Restaurantes Universitários (SRU) emitiu uma nota detalhando as ações adotadas para investigar o ocorrido. Em um vídeo publicado nas redes sociais da universidade, a superintendente da SRU, Noádia Priscila, disse que o restaurante continuará funcionando normalmente e explicou que o protocolo de segurança foi iniciado após a primeira denúncia na sexta-feira (14): “A empresa fornecedora foi notificada e amostras alimentares foram preservadas para análise, conforme previsto no contrato. A Vigilância Sanitária foi acionada e o restaurante foi vistoriado rigorosamente, garantindo que o local é seguro para o consumo.”
Entretanto, o vídeo gerou protestos por parte de alguns usuários nas redes sociais. “Falou, falou e não disse nada! O que ocasionou a infecção alimentar? O que vai ser feito para prevenir que isso não se repita?”, escreveu um usuário, demonstrando a insatisfação com a falta de esclarecimentos.
Matheus, aluno de Fisioterapia da UFPB, conversou com o Portal T5 e compartilhou sua experiência com os sintomas de intoxicação alimentar. Ele relatou que, após almoçar no Restaurante Universitário na sexta-feira (14), começou a sentir náuseas e, mais tarde, intensos episódios de vômitos e diarreia. “A situação piorou quando, já em casa, eu tive uma queda de pressão que me fez desmaiar e bater a cabeça. Fui atendido na UPA, onde recebi medicação e orientação médica”, explicou.
O aluno destacou, no entanto, a falta de assistência por parte da universidade. “A UFPB ainda não se manifestou de forma clara sobre o que aconteceu”, disse. Ele também revelou as dificuldades em arcar com os medicamentos prescritos. “Eu não tenho condições financeiras para comprar todas as medicações. Comprei apenas a que me ajudaria a recompor a flora intestinal, mas não recebi nenhum apoio adicional da universidade”, lamentou.
Matheus pediu mais clareza sobre o ocorrido, afirmando que é importante que a instituição tome as devidas providências para evitar que situações como essa se repitam.
O surto de Doença Transmitida por Alimentos tem como principal quadro a doença diarreica aguda. A gerente de Vigilância Epidemiológica, Danielle Melo, destacou a importância de acionar imediatamente as autoridades sanitárias locais em casos como este, para que as medidas de controle sejam tomadas rapidamente.
A Reitoria da UFPB se manifestou, informando que o Restaurante Universitário, que é o mais caro do Brasil, segue funcionando normalmente com o custo de R$15,01 e que novos desdobramentos serão comunicados à comunidade acadêmica conforme a apuração avance.
O Portal T5 entrou em contato com a Vigilância Sanitária, que não deu previsão para a entrega do resultado das análises coletadas na universidade.