PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. O Esporte Clube Cabo Branco Sérgio Botelho

Pode ser uma imagem de hospital
PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. O Esporte Clube Cabo Branco
Sérgio Botelho – O Esporte Clube Cabo Branco, fundado em 13 de dezembro de 1915, tem na sua origem duas vertentes principais: a de ambiente de convívio social e a de prática de esportes. Sua sede mais famosa, na época inicial, foi no bairro de Jaguaribe, onde manteve um campo de futebol que se transformou no primeiro local das grandes disputas futebolísticas paraibanas, até a construção do antigo Estádio José Américo, nas proximidades da Fazenda Boi Só, na década de 1950.
O time de futebol do Cabo Branco foi campeão paraibano 10 vezes, até a década de 1940, quando extinguiu o seu departamento de futebol profissional, embora se mantendo na disputa de outras modalidades esportivas, a exemplo de tênis, voleibol e basquete, e, mais tarde, de natação e futebol de salão. Mas, sobretudo, se consolidou como um clube fortemente voltado para o convívio de seus associados, se destacando, a partir de então, em intensa concorrência com o Astrea, em memoráveis festas na capital paraibana. Essa nova versão do Cabo Branco coincide com a paz firmada com os dirigentes do Clube dos Diários, existente desde a segunda metade da década de 1920, no Centro da cidade, fundado justamente por conta de um racha entre filiados do próprio Cabo Branco, na época.
O final da década de 1950 vai encontrar o clube em sua sede atual, no Jardim Miramar, bairro criado na mesma década, quando o Cabo Branco consolida sua fase de maior brilho festivo, desde os tradicionais gritos de carnaval, o Vermelho e Branco, até a folia oficial. Os carnavais a partir de então mobilizaram a chamada sociedade pessoense, não raramente levando os foliões a descerem a Epitácio Pessoa, até a praia de Tambaú e Cabo Branco (onde informalmente nasceu o clube), para encerrar a festa nas manhãs da Quarta-Feira de Cinzas. Nessa época, o Cabo Branco e o Astrea dividiam as noites de folia, dedicadas aos adultos, e as matinês, às crianças, de forma a não disputarem entre si nenhum desses bailes. Pode-se dizer que a década de 1960 foi a de maior brilho do Cabo Branco no carnaval pessoense.
Foto da página oficial do clube no Facebook.
www.reporteriedoferreira.com.br/ Por Sergio Botelho- Jornalista, poeta, escritor



CASTRO ALVES, CERTAMENTE, ESCREVERIA UM NOVO POEMA Por Rui Leitao

CASTRO ALVES, CERTAMENTE, ESCREVERIA UM NOVO POEMA Por Rui Leitao

““Senhor Deus dos desgraçados!/Dizei-me vós, Senhor Deus!/Se é loucura… se é verdade/Tanto horror perante os céus…”. Este é um dos versos de Castro Alves no seu célebre poema “Navio Negreiro”, publicado em 1869, portanto há mais de 150 anos, em que o poeta baiano faz uma denúncia da forma desumana como os escravos africanos eram transportados para nosso país. Essas pessoas viajavam acorrentadas e vítimas de açoites, num tratamento desumano, entre elas mulheres e crianças de colo, numa prática de violência abominável.

As condições degradantes dessas longas viagens, lembradas sempre que lemos essa obra dramática, que tem como subtítulo “a tragédia do mar”, nos convoca a fazer uma reflexão sobre a opressão e o desrespeito à dignidade humana que continuam sendo executadas pelos que se acham poderosos. Lamentavelmente, é um passado que não morreu. Impossível não fazer uma analogia com o tratamento conferido aos imigrantes deportados pelo governo Trump. Castro Alves, se ainda estivesse entre nós, apenas mudaria o subtítulo para “tragédia no ar”.

As condições precárias com que 88 dos nossos compatriotas foram colocados num avião, expulsos do território americano, ainda que não possam ser comparadas com o sofrimento imposto aos negros que chegaram aqui na condição de escravizados, expõe uma semelhante natureza cruel de infligir dores fisicas, psicológicas e morais a pessoas indefesas. No sábado passado, assistimos pela mídia as imagens terríveis e degradantes de brasileiros sendo submetidos a humilhações pela decisão de um líder político enlouquecido que procura mostrar-se “dono do mundo”. Algemados pelos pés e pelas mãos, esses brasileiros que foram para os EUA atraídos pelo “sonho americano”, viajaram por dezenas de horas até chegar a Manaus, sem direito a alimentação, uso de sanitários e banho. O objetivo claro era o de criar terror e medo aos países latinos, com a adoção da política migratória do novo governo dos Estados Unidos, na promessa de promover uma deportação em massa dos 11 milhões de imigrantes que ainda estão por lá, considerados “indocumentados”.

Durante o trajeto dos EUA ao Brasil, o avião apresentou problemas técnicos que obrigaram a tripulação fazer um pouso na capital amazonense, sem abandonar a intenção de prosseguir a viagem ao seu destino final, Minas Gerais, nas mesmas condições do início. O ambiente dentro da aeronave era tenso, preocupante e insuportável, principalmente, porque o ar condicionado deixou de funcionar, forçando a abertura das saídas de emergência, dando oportunidade a que pudessem solicitar socorro.

Ao tomar conhecimento do que estava acontecendo, o governo brasileiro decidiu proteger os seus cidadãos, numa afirmação de que não abriria mão do compromisso de defender a soberania nacional. O presidente Lula determinou a retirada das algemas e correntes de todos os que estavam no avião, acolhendo-os no aeroporto, oferecendo alimentação, assistência de saúde e de higiene, considerando inadmissível a continuidade daquela violação aos direitos fundamentais, o que contrariava, inclusive, os termos de acordo com os Estados Unidos, que prevê o tratamento digno, respeitoso e humano dos repatriados. Foram conduzidos à capital mineira em vôo da Força Aérea Brasileira.

Isso faz com que voltemos a citar um dos versos do poema de Castro Alves, quando diz: “Existe um povo que a bandeira empresta/
P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!…/E deixa-a transformar-se nessa festa/
Em manto impuro de bacante fria!…/Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,/Que impudente na gávea tripudia?/Silêncio. Musa… chora, e chora tanto/Que o pavilhão se lave no teu pranto! ..”. Só que, desta vez, a nossa bandeira não serviu para cobrir “tanta infâmia e cobardia”. O Brasil não silenciou diante de tamanha agressão aos valores democráticos e à soberania nacional. A chegada desses imigrantes foi bem diferente da indecente e vergonhosa recepção aos escravos africanos no período colonial.

www.reporteriedoferreira.com.br / Rui Leitão- advogado, jornalista, poeta, escritor




Cícero Lucena recebe comitiva do Conagreste para compartilhar experiências tecnológicas




Greve dos motoristas de ônibus de JP entra no segundo sem acordo

Foto: Divulgação/Secom-JP

A greve dos motoristas de ônibus de João Pessoa, que pedem reajustes salariais, entrou no segundo dia nesta terça-feira (28). A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de João Pessoa (Semob-JP) monitora e fiscaliza o cumprimento da determinação judicial que estabeleceu uma frota mínima de 60% em circulação.

Durante o primeiro dia de paralisação, a cidade registrou paradas de ônibus lotadas e uma operação reduzida, acarretando à população longas esperas e dificuldades para se deslocar. Segundo a Semob-JP, somente 25,49% dos ônibus realizaram viagens, considerando o horário entre 7h45 e 12h no primeiro dia de paralisação dos motoristas.

Para tentar corrigir a situação, a Semob-JP adesivou os veículos para identificar os ônibus em circulação e garantir que a frota mínima determinada pelo TRT-PB seja cumprida.

Nova audiência

A desembargadora-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (TRT-PB), Herminegilda Leite Machado, convocou uma nova audiência de instrução para amanhã (29), às 14h, para tentar chegar a um acordo entre as partes. Na audiência de conciliação realizada na manhã dessa segunda (27), não houve acordo, e o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Passageiros e Cargas da Paraíba (Simtro/PB) decidiu manter a greve por tempo indeterminado.

Faixas exclusivas

As faixas exclusivas de ônibus estão liberadas enquanto durar o movimento grevista, podendo ser utilizadas por qualquer outro veículo comum, como carros e motocicletas. A medida foi anunciada pela Semob-JP desde que a paralisação foi iniciada. Alguns corredores com faixas exclusivas na cidade são:

  • Avenida Josefa Taveira
  • Avenida Epitácio Pessoa
  • Avenida Vasco da Gama
  • Avenida Getúlio Vargas
  • Avenida Pedro II
  • Avenida Padre Meira
  • Rua Guedes Pereira



Trump diz que Brasil “quer o mal” dos EUA com suas tarifas

China e Índia também foram inseridos na lista de países que, segundo o presidente dos EUA, querem o mal dos Estados Unidos

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Donald Trump
Henrique Neri

Donald Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a mencionar o Brasil nesta segunda-feira (27) ao criticar países que, segundo ele, “taxam demais”. Durante um discurso para correligionários na Flórida, o republicano também incluiu o Brasil em um grupo de nações que “ querem mal ” aos EUA.

“Coloque tarifas em países e pessoas estrangeiras que realmente nos querem mal”, disse Trump. “A China é um grande criador de tarifas. Índia, Brasil, tantos, tantos países. Então, não vamos deixar isso acontecer mais, porque vamos colocar a América em primeiro lugar, sempre colocar a América em primeiro lugar”, afirmou.

Trump fez a declaração enquanto defendia a imposição de tarifas sobre produtos estrangeiros como forma de estimular a produção interna nos Estados Unidos.

O republicano já havia citado o Brasil em novembro, após ser eleito, ao afirmar que o país impõe tarifas alfandegárias excessivas sobre produtos americanos. Na ocasião, ele prometeu aplicar um tratamento semelhante às exportações estrangeiras.

“Nós vamos tratar as pessoas de forma muito justa, mas a palavra ‘recíproco’ é importante. A Índia cobra muito, o Brasil cobra muito. Se eles querem nos cobrar, tudo bem, mas vamos cobrar a mesma coisa”, disse Trump à época durante entrevista coletiva realizada em Mar-A-Lago, em Palm Beach, na Flórida.

Nesta segunda-feira (27), Trump afirmou que “tarifa” está entre suas quatro palavras favoritas no momento. Antes de mencionar o Brasil, ele comentou o desentendimento com a Colômbia ocorrido no domingo (26), quando o governo colombiano inicialmente se recusou a receber voos com imigrantes deportados.

Em resposta, Trump ameaçou impor uma tarifa alfandegária de 25% sobre os produtos colombianos. Após a ameaça, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, recuou e aceitou receber os aviões, levando Trump a desistir da sanção.

“Vamos proteger nosso povo e nossos negócios e vamos proteger nosso país com tarifas. Você teve uma pequena indicação disso ontem com o que aconteceu com um país muito forte. A Colômbia é tradicionalmente um país muito forte. Se eles não fabricarem seus produtos na América, então, muito simplesmente, eles devem pagar uma tarifa que trará trilhões de dólares para o nosso tesouro de países que nunca nos pagaram 10 centavos”, afirmou Trump nesta segunda.

Desde a campanha eleitoral que o levou à presidência em novembro, Trump tem reforçado sua promessa de aumentar tarifas sobre produtos chineses e criar novas barreiras comerciais contra outros países.




Embate entre oposição e Lula: veja como fica o Pé-de-Meia

Presidente está sendo acusado de “pedalada fiscal” pela oposição

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Redação GPS

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O pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já conta com 106 assinaturas, conforme anunciado nesta segunda-feira (27) pelo deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS), autor do requerimento. A justificativa jurídica para o pedido é um suposto crime de responsabilidade fiscal, o mesmo argumento utilizado no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016. Parlamentares alegam que Lula teria cometido uma ” pedalada fiscal ” ao utilizar recursos não previstos no Orçamento da União para financiar o programa Pé-de-Meia.

A similaridade entre os casos reside no fato de que, em ambos, o governo teria realizado gastos fora do Orçamento, sem autorização do Congresso, comprometendo a transparência e o controle fiscal.

No último dia 22, o Tribunal de Contas da União (TCU) manteve, por unanimidade, uma decisão cautelar do ministro Augusto Nardes, suspendendo a liberação de R$ 6 bilhões do Pé-de-Meia. Essa medida, no entanto, ainda não representa um julgamento definitivo sobre o mérito da questão.

Durante o processo de impeachment de Dilma, ficou comprovado que o governo atrasou pagamentos de empréstimos obtidos de bancos públicos para cobrir despesas correntes, mascarando a real situação das contas públicas. Segundo o relatório final do impeachment, essa prática levou a um déficit de R$ 40,2 bilhões em 2014, ano de sua reeleição, crescendo para R$ 58,7 bilhões em 2015.

Agora, com o pedido protocolado, a decisão sobre seu andamento cabe ao presidente da Câmara dos Deputados. Para que avance, precisa ser aceito e obter o apoio de pelo menos 171 parlamentares – equivalente a um terço da Casa.

Além da solicitação de impeachment, o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) pretende apresentar, no dia 3 de fevereiro, um pedido para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). O objetivo da comissão seria investigar se a origem dos recursos destinados ao Pé-de-Meia está de acordo com as regras orçamentárias da União.

Para que a CPI seja instaurada, é necessário o apoio de 171 deputados. Até o momento, o requerimento conta com apenas 46 assinaturas. Caso o número mínimo seja atingido, a comissão poderá convocar autoridades para prestar esclarecimentos sobre o caso.

Pé-de-Meia ameaçado?

Em janeiro, tem a programação do pagamento da quarta parcela do incentivo pela frequência escolar para estudantes da EJA (Educação de Jovens e Adultos) inscritos no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal).

Esses pagamentos começaram em outubro de 2024 e são destinados a jovens de baixa renda, com o objetivo de estimular a permanência na escola.

O cronograma de pagamento de janeiro está previsto para ocorrer entre os dias 27 de janeiro e 3 de fevereiro de 2025, com repasses organizados conforme o mês de nascimento dos beneficiários.

No mês seguinte, entre os dias 20 e 27 de fevereiro, será disponibilizado um valor adicional de R$ 200 para jovens do Pé-de-Meia que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2024. Além disso, uma parcela única de R$ 1.000 será paga a quem concluiu o terceiro ano do ensino médio no ano passado.

O governo federal pediu a suspensão imediata da decisão do TCU ou, caso isso não seja possível, que os efeitos sejam aplicados somente em 2026, com um prazo de 120 dias para apresentar um plano de adequação sem a paralisação do programa.