Partidos de João Azevêdo e Lucas Ribeiro saem das eleições municipais com questões a serem resolvidas
Conflitos municipais entre PSB e Progressistas já começaram a refletir na Assembleia Legislativa e tem poder de afetar aliança para 2026.
Foto: Francisco França.
As ranhuras entre os partidos do governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), e do vice, Lucas Ribeiro (Progressistas), foram colocadas em pauta antes mesmo da conclusão do segundo turno. A eclosão dos problemas, que estavam expostos na imprensa durante a campanha, teve seu ápice no forte pronunciamento da deputada estadual Jane Panta (Progressistas) na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), em uma das raras sessões neste semestre eleitoral.
A deputada do partido do vice-governador, além de rotular João Azevêdo de “perseguidor”, alardeou que se reunirá com outros insatisfeitos para anunciar uma posição. E qual seria esse movimento? Fazer oposição ou não colaborar com um governo que seu próprio partido integra com o importante e estratégico cargo de vice?
Como resposta, João Azevêdo taxou o apoio de Jane a ele em 2022 como “fake” e questionou se levarão essas diferenças locais para 2026. Foi fácil entender a lembrança feita pelo governador de que o Progressistas faz parte de um projeto maior. Projeto esse que pode levar Lucas Ribeiro ao comando do poder executivo no ano eleitoral.
Com essa troca de insatisfações, o problema está no colo do deputado federal Aguinaldo Ribeiro (Progressistas). Em entrevista nesta semana na Jovem Pan João Pessoa, a prefeita reeleita do Conde, Karla Pimentel (Progressistas), que não enfrentou essa divergência com o PSB, mostrou confiança em uma solução na base. “É nato em Aguinaldo esse poder de articulação. Eu creio que isso aí está muito ainda recente, dói ainda, principalmente, às vezes não mexe nem com a gente, mas mexe com quem a gente ama e dói mais ainda, mas eu creio que isso tudo vai ser dirimido, até porque existe um projeto muito maior de estado”, declarou.
Para além de 2026, o bom relacionamento entre PSB e Progressistas também se mostra fundamental para a governabilidade. O partido de Aguinaldo tem pelo menos 3 deputados insatisfeitos com as posições locais de João Azevêdo, que poderiam se somar a outros governistas que também saíram aranhados das disputas locais. Esse certamente é hoje um dos maiores pontos de atenção e tensão na política paraibana.