PABLO MARÇAL E A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE Por Rui Leitão

PABLO MARÇAL E A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE Por Rui Leitao

O coach neopentecostal Pablo Marçal, candidato a prefeito de São Paulo por um partido de aluguel, o PRTB (segundo ele próprio porque foi o único que aceitou lançá-lo na disputa eleitoral), é declaradamente um propagador da Teologia da Prosperidade. Assume com entusiasmo ser integrante dessa corrente teológica que tem como eixo central a comercialização da fé cristã, deturpando ensinamentos bíblicos. Seu discurso é fundamentalista e pautado na visão político-social da extrema direita, combinando neoliberalismo com ultraconservadorismo.

Possuindo mais de 12 milhões de seguidores no Instagram, procura se utilizar desse quantitativo de admiradores para torná-lo um capital político, bem ao estilo de muitos líderes religiosos que transformam púlpitos das igrejas em palanques eleitorais. O tom messiânico de suas falas, vendendo a tese da prosperidade e alimentando o fantasma do comunismo, mistura seus argumentos com passagens bíblicas. Recentemente, provocou um debate acalorado com o pastor Renato Vargens, da Igreja Cristã da Aliança em Niterói, Rio de Janeiro, quando chegou a afirmar que Jesus Cristo não teria acumulado riqueza durante sua estada na Terra pela falta de esposa e filhos. Rebatendo, com firmeza, essa estapafúrdia declaração, o líder religioso assim se pronunciou: “Lamentavelmente essa teologia espúria é o mais novo modismo eclesiástico que paulatinamente tem desvirtuado e corrompido a igreja brasileira, com mensagens desprovidas da graça de Deus”. E acrescentou: “o coach prega outro evangelho. A pregação verdadeiramente cristã não pode ser reduzida à busca por riquezas materiais, sem dar importância aos valores espirituais”.

Esse é o Pablo Marçal, um espertalhão, autocentrado e capaz de qualquer coisa para conquistar seus objetivos políticos. Em entrevista à Globo, disse, sem meias palavras, que o processo eleitoral é uma guerra onde “vale tudo”, disparando ofensas e todo o tipo de baixaria contra seus adversários. Apresenta-se como bem qualificado para o “show de horrores” em que se transformou a política brasileira nos últimos cinco anos. O preocupante é que consegue agradar boa parte do eleitorado que confunde irresponsabilidade com autenticidade e hostilidade com firmeza. É um vigarista digital que ganha corpo na disputa política apregoando a famigerada meritocracia, sem qualquer preocupação com o senso de justiça social.

www.repórteriedoferreira.com.br   Rui Leitão- Advogado, jornalista, poeta, escritor




PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. O siri mole e a Bagaceira; Sérgio Botelho

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Vandilo Brito está em Joao Pessoa – Paraiba – Brasil.

Compartilhado do autor da publicação: Sergio Botelho
PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS. O siri mole e a Bagaceira
Sérgio Botelho – Atendendo a pedidos, hoje retomo tema brando e saudoso, que atende pelos nomes de siri mole e Bagaceira. Siri mole é uma iguaria popular e Bagaceira um lugar no inconsciente da cidade de outrora. O siri passa a “mole” quando está trocando a carapaça, que então fica macia, tornando-o completamente comestível, sem necessidade de remover a casca dura.
O assunto é retomado para lembrar de como esse prato era desejado na velha Bagaceira da Festa das Neves, ponto de encontro de poetas, seresteiros, jornalistas e intelectuais em geral, que curtiam a tradicional novena da padroeira pessoense de uma forma menos pia, já que cercados de bebidas e tira-gostos, embaixo de lonas dispostas em barracas armadas, em desafio à lei da gravidade, ao longo da calçada e do muro do Colégio Nossa Senhora das Neves, na Praça Dom Ulrico e Ladeira da Borborema.
E nem adiantava chuva, o que não é muito difícil de acontecer entre finais de julho e inícios de agosto de todos os anos, na capital paraibana. O siri mole, preparado com o esmero de cuidadosas cozinheiras (famosas, elas até identificavam as barracas) vinha ali de perto, do Porto do Capim, ponto de oferta do pescado. Preocupação da freguesia com higiene não estava entre as prioridades, prevalecia a confiança absoluta nas chefs.
Era o jeito! O siri-mole, mergulhado em caldo com leite de coco ou de tomate e legumes, era habitualmente servido com fatias de pão, permitindo que, após degustar tudo, o cliente raspasse o que ficava no prato. Um espetáculo! Revolucionários e conservadores conviviam harmoniosamente na Bagaceira. Discutir e falar alto, podia.
O propósito era beber, e, conforme o orçamento permitisse (havia muito estudante “quebrado”), degustar as “comidinhas”. Além do siri-mole, se destacavam ainda o caranguejo, preparado de diversas maneiras, e a inigualável buchada de bode. O siri mole, ainda é possível encontrar no Porto do Capim, já referido, além de Cabedelo e Forte Velho. A Bagaceira acabou, junto com o que a gente entendia até anos atrás como Festa das Neves. Chorare!
O belo cenário onde se postava a Bagaceira, junto com o siri mole.
www.reporteriedoferreira.com.br Por Sérgio Botelho- Jornalista, poeta, escritor.



Homem é amarrado e atingido por fogo no Parque da Lagoa em João Pessoa

A Polícia Militar foi acionada e realizou procedimentos necessários para identificar e capturar os responsáveis pelo crime

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Homem é amarrado e atingido por fogo no Parque da Lagoa em João Pessoa

Na noite desta quarta-feira (28), um homem foi levado em estado grave ao Hospital de Trauma de João Pessoa após ter sido amarrado e atingido por fogo no Parque da Lagoa, localizado no centro da cidade. De acordo com informações fornecidas por testemunhas, o homem foi amarrado por desconhecidos, que em seguida atearam fogo em seu corpo.

Polícia Militar foi acionada e realizou procedimentos necessários para identificar e capturar os responsáveis pelo crime. O caso causou grande comoção entre os frequentadores do local e moradores das proximidades.

O estado de saúde da vítima, até o momento da publicação desta reportagem, não foi divulgado pelos socorristas e pelo hospital. A polícia continua com as investigações para esclarecer as circunstâncias do ocorrido e encontrar os autores do ato de violência.

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Pesquisa Quaest aponta ampla vantagem de Cícero na Capital com 53%




Violência; Polícia Registra homicídios em menos de 72h

Irmãos são vítimas de atentado a tiros em João Pessoa; um deles morreu

(foto: redes sociais)

Um atentado a tiros foi registrado na noite de ontem (27) em João Pessoa.

De acordo com informações, o crime ocorreu no bairro Colinas do Sul, na Zona Sul da cidade.

Os alvos foram dois irmãos, identificados como João Carlos e João Vitor. No momento do crime, segundo relatos de populares, o pai das vítimas chegou a tentar proteger um outro irmão, que possui sindrome de down e estava no local.

Após o atentado, cometido por homens em uma moto, o próprio pai levou os filhos ao Hospital de Trauma Senador Humberto Lucena.  Mesmo com o socorro, um dos filhos, o João Carlos, não resistiu e veio a óbito.Já o outro irmão, João Vitor, segue internado na unidade hospitalar. O caso deverá ser investigado pela Polícia Civil.

Homem é assassinado a tiros no meio da rua na cidade de São Bento

Na noite desta segunda-feira (26), um homem foi assassinado com disparos de arma de fogo no meio da rua no bairro Belarmino Lúcio na cidade de São Bento.

A vítima identificada apenas pelo nome de Mateus, oi foi abordada por indivíduos armados que fugiram do local sem deixar pistas logo após efetuar os disparos.

A Polícia Civil ainda não divulgou informações sobre o caso, portanto não há conhecimento de a vítima possuia inimigos ou qualquer outro indício que revele a motivação por trás do assassinato.

A investigação está sendo conduzida pela Polícia Civil de São Bento.

 




Governo prevê poupar R$ 18 bi com revisão de benefícios sociais em 2025

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prevê poupar R$ 18 bilhões com a revisão de benefícios da Previdência e da assistência social em 2025.

O maior valor (R$ 7,3 bilhões) virá da implementação do Atestmed, sistema online que dispensa a perícia presencial para a concessão do auxílio-doença, e da adoção de medidas cautelares e administrativas pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Outros R$ 6,4 bilhões serão economizados com a revisão do BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. O Executivo ainda espera poupar R$ 3,2 bilhões com a revisão dos benefícios por incapacidade (como auxílio-doença) e R$ 1,1 bilhão com o seguro-defeso, pago a pescadores artesanais durante o período em que a atividade é proibida.

Neste ano, o governo diz ter economizado pelo menos R$ 3,3 bilhões com o Atestmed e a revisão de benefícios por incapacidade, medidas que tinham impacto total estimado em R$ 8,6 bilhões. Ao todo, o Executivo espera poupar R$ 10 bilhões neste ano com a revisão de gastos.

O detalhamento dos valores foi anunciado pelo governo em entrevista coletiva nesta quarta-feira (28). O programa de revisão de gastos ganhou um slogan: “Revisar para repriorizar”.

“Não é um ‘revisaço’ que acontece por um voluntarismo do governante. É um processo sistemático, contínuo de revisão”, disse o secretário de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas do Ministério do Planejamento, Sérgio Firpo.

Segundo ele, as revisões seguem uma metodologia e buscam encontrar espaço fiscal para financiar políticas consideradas prioritárias. “A revisão não tem como base cessação de direitos. Pelo contrário, tem como base a garantia de direitos. Ela evita pagamentos indevidos para dar direito a quem tem direito”, afirmou.

Além da revisão de benefícios, o governo espera poupar R$ 3,7 bilhões com o Proagro, programa de seguro rural para pequenos e médios produtores que, nos últimos anos, passou por uma explosão de gastos. O impacto vem tanto de mudanças de regras quanto de medidas classificadas pelo governo como “reprogramação” ou “realocação”.

O Executivo também listou a realocação de R$ 2,3 bilhões que originalmente estavam previstos para o Bolsa Família e de R$ 2 bilhões inicialmente destinados a despesas com pessoal.

“A agenda de revisão de gastos é central. Vamos garantir que essa agenda siga como proritária e sempre muito ativa do lado do governo. Buscamos equilíbrio fiscal para que o país cresça com compromisso social”, disse o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan.

Ele comparou a revisão de gastos ao ato de escovar os dentes. “Tem que fazer isso todo dia”, afirmou.

O governo precisa avançar nessas medidas para conseguir fechar as contas não só de 2024, mas também da proposta orçamentária de 2025.

Para o ano que vem, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) já anunciou um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas para preservar o arcabouço fiscal. As iniciativas listadas pelo Executivo alcançam esse valor.

“A ideia é que a gente continue nesse processo de avanço na revisão de gastos e na transparência desse trabalho. A gente está na antessala do PLOA [projeto de Lei Orçamentária Anual] 2025, daqui dois dias a gente vai encaminhar a peça orçamentária, e nesse processo a gente achou importante antecipar um dos elementos que tem sido bastante discutido”, afirmou o secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Gustavo Guimarães.

Os números divulgados pelo governo mostram uma redução no alcance da revisão do BPC. Inicialmente, como mostrou a Folha de S.Paulo, o governo previa o cancelamento de 670,4 mil benefícios em 2025, o que renderia uma economia de R$ 6,6 bilhões em despesas.

Nesta quarta, o Executivo apontou uma estimativa de poupar R$ 6,4 bilhões com o cancelamento de 481,7 mil benefícios no ano que vem.

No fim de julho, o governo editou duas portarias com diretrizes para a revisão do BPC. As normas preveem que o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) terá de fazer um pente-fino mensal para verificar o cumprimento dos critérios de renda para acessar a política, voltada a famílias com renda de até um quarto do salário mínimo por pessoa (equivalente a R$ 353).

Além disso, os beneficiários do BPC que não estiverem inscritos no Cadastro Único de programas sociais ou que estiverem com seu registro desatualizado terão de regularizar a situação. O fim de brechas legais exploradas por quem pede o benefício é um dos pilares da revisão da política.

O ajuste pelo lado das despesas enfrenta resistências dentro do próprio governo e também no PT, sigla do presidente Lula. Como mostrou a Folha de S.Paulo, o tema foi alvo de um jantar entre ministros do governo e a cúpula do partido.

Correio da Paraíba




CCJ da Câmara: pedidos de vista adiam votação de projetos que limitam poderes do STF

Vista do prédio do Congresso Nacional em Brasília

Pedidos de vista adiaram na terça-feira (27) a votação na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) de quatro Propostas de Emenda à Constituição (PECs) que limitam os poderes do Supremo Tribunal Federal (STF).

▶️A primeira delas é a PEC que proíbe decisões monocráticas (individuais) de ministros que suspendam eficácia de leis e atos dos presidente da Câmara, Senado e República.

▶️Outro texto cria cinco novas hipóteses de crimes de responsabilidade para ministros do STF, o que facilitaria pedidos de impeachment contra magistrados.

▶️A terceira matéria permite que o Congresso suspenda decisões do STF se considerar que tal decisão “exorbita do adequado exercício da função jurisdicional e inova o ordenamento jurídico como norma geral e abstrata”.

▶️Uma quarta PEC também estabelece novas hipóteses para crime de responsabilidade contra ministros do Supremo, e cria um prazo de 15 dias úteis para a mesa do Senado analise um pedido de impeachment de ministros da Corte.

Os pedidos de vista valem por duas sessões do plenário da Casa. A análise dos textos não tem data definida, mas deve ser realizada no colegiado na semana de 9 de setembro, quando os deputados voltarão a Brasília para uma semana de esforço concentrado.

As PECs em análise, se aprovadas, ainda passarão por uma comissão especial antes de seguir ao plenário.

Embate entre Poderes

As PECs entraram na pauta da CCJ em resposta a decisões do ministro do STF Flávio Dino que impactaram a execução das emendas parlamentares e mexeram com os ânimos dos parlamentares.

Em 14 de agosto, o ministro suspendeu todas as emendas impositivas — individuais e de bancada —, recursos que os deputados e senadores usam para enviar a suas bases eleitorais.

Após a decisão, representantes dos Três Poderes se reuniram e definiram em consenso novas regras para a execução de emendas.

PEC das decisões individuais

O primeiro texto foi suspenso após pedido de vista coletiva. A solicitação de mais tempo para análise foi apresentada pelos deputados Chico Alencar (PSol-RJ), Orlando Silva (PCdoB-SP), Patrus Ananias (PT-MG) e Welter (PT-PR).

Antes da suspensão, o relator, deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS), deu parecer favorável à admissibilidade da PEC.

“Não há que se questionar a admissibilidade da referida proposta, que em nada fere a legislação vigente, tampouco infringe as cláusulas pétreas estabelecidas na Constituição. A proposição nada mais é do que a aplicação prática e inequívoca do princípio de freios e contrapesos visando a convivência harmônica entre os poderes”, escreveu.

O projeto define que pedidos de vista (mais tempo para análise) em tribunais devem ser coletivos e limitados a seis meses, podendo ser renovados por mais três. Após o prazo, o processo seria incluído automaticamente na pauta de votações.

A PEC também proíbe decisões monocráticas (de um único ministro) que tenham como efeito:

  • suspender leis ou atos normativos que atinjam a coletividade;
  • suspender atos do presidente da República ou dos presidentes da Câmara, do Senado e do Congresso.

A matéria permite ainda decisões individuais que suspendam leis apenas durante o recesso do Judiciário, mas obriga o referendo do plenário no prazo de 30 dias corridos após o reinício dos trabalhos judiciários.

Em ações de competência do STF, em que se questiona a compatibilidade de leis com a Constituição, se for concedido uma decisão liminar (provisória), o mérito deverá ser analisado em até 6 meses.

Se não for analisado no período, a PEC estabelece que a decisão deverá entrar automaticamente na pauta do dia.

Texto já foi aprovado pelo Senado

Em 2019, o plenário do Senado rejeitou uma PEC com o mesmo conteúdo. Propostas desse tipo precisam de 49 votos favoráveis no Senado, em dois turnos – o texto naquele momento só recebeu 38 votos “sim” e foi arquivado.

A matéria, no entanto, voltou à pauta da Casa após embates do Congresso com o STF e foi aprovada na CCJ do Senado em 40 segundos em outubro de 2023.

PEC dos crimes de responsabilidade

A CCJ também começou a analisar um projeto que cria cinco novas hipóteses de crimes de responsabilidade para ministros do STF, aumentando as possibilidades de se pedir o impeachment dos magistrados. Um pedido de vista também adiou esta votação.

Atualmente, a lei que define os crimes de responsabilidade fixa um rol de 5 crimes. O projeto amplia para 10.

As novas hipóteses são:

  • manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais ou sobre as atividades dos outros poderes da República;
  • usar prerrogativas a fim de beneficiar, indevidamente, a si ou a terceiros;
  • exigir, solicitar, receber ou aceitar promessa de vantagem indevida, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, em razão da função;
  • usurpar, mediante decisão, sentença, voto, acórdão ou interpretação analógica, as competências do Poder Legislativo, criando norma geral e abstrata de competência do Congresso Nacional.
  • violar, mediante decisão, sentença, voto, acórdão ou interpretação analógica, a imunidade material parlamentar, prevista no art. 53, caput, da Constituição Federal;

🔎Vale ressaltar que o Artigo 53 da Constituição, citado no texto, prevê que os deputados não podem responder a processos criminais por suas “opiniões, palavras e votos” apenas no exercício da função parlamentar.

🔎O STF, por outro lado, tem entendimento consolidado de que a imunidade parlamentar não é absoluta. As declarações podem gerar punições em casos, por exemplo, de abusos ou usos criminosos, fraudulentos ou ardilosos para a ofensa a terceiros ou para incitar a prática de crimes.

As cinco hipóteses hoje em vigor são as seguintes:

  • alterar, por qualquer forma, exceto por via de recurso, a decisão ou voto já proferido em sessão do Tribunal;
  • proferir julgamento, quando, por lei, seja suspeito na causa;
  • exercer atividade político-partidária;
  • agir com negligência no cumprimento dos deveres do cargo;
  • proceder de modo incompatível com a honra, dignidade e decoro de suas funções.

A comissão também começou a analisar um outro projeto semelhante, que cria novas hipóteses de crimes de responsabilidade para ministros do STF. Assim como no caso das demais, um pedido de vista adiou a votação.

Este outro projeto, além das propostas semelhantes ao outro, cria um prazo de 15 dias úteis para a mesa do Senado analisar pedido de impeachment de ministros do STF, o que não é previsto atualmente.

Recurso em caso de denúncias

O projeto também a cria a possibilidade de se apresentar um recurso, hoje não previsto, em caso de rejeição de denúncias por crime de responsabilidade contra ministros do STF.

O relator, deputado Gilson Marques (Novo-SC), afirmou que isso é fundamental para evitar que a decisão sobre admissibilidade ou não do processo de impeachment contra ministros do STF se concentre nas mãos do presidente do Senado.

“O recurso é vital para evitar que uma decisão da Presidência do Senado encerre de forma definitiva a análise de uma denúncia, sem uma avaliação mais ampla e colegiada. Isso impede que decisões potencialmente arbitrárias prejudiquem o devido processamento de um pedido de impeachment, preservando assim a integridade do processo”.

Suspensão de decisões

Outra PEC que teve votação interrompida por pedido de vista nesta terça permite que o Congresso suspenda decisões do STF se considerar que tal decisão “exorbita do adequado exercício da função jurisdicional e inova o ordenamento jurídico como norma geral e abstrata”.

A suspensão se daria com o voto de dois terços — quórum de impeachment — da Câmara e do Senado e duraria por até quatros anos.

A PEC permite uma reação do STF, ao estabelecer que a Corte poderá manter a sua decisão pelo voto de quatro quintos de seus membros.

“O aprimoramento do sistema de freios e contrapesos (checks and balances) aqui proposto é plenamente constitucional, uma vez que preserva inalteradas as funções típicas dos poderes, bem como a autonomia e o livre exercício de cada um”, escreveu o relator, deputado Luiz Phillippe de Orleans e Bragança (PL-SP).

Supremo já fez mudanças

O Supremo já havia aprovado, em dezembro de 2022, uma mudança nas regras internas das Corte.

O tribunal fixou prazo de 90 dias para os chamados pedidos de vista – prazo menor que o previsto na PEC das decisões monocráticas.

O STF, no entanto, admite que o pedido seja de um único ministro. Os ministros decidiram ainda que decisões individuais urgentes devem ser submetidas imediatamente para julgamento dos demais colegas, para evitar grave dano ou garantir a eficácia de decisão anterior.

No caso de prisões, por exemplo, a análise deve ser feita em julgamentos presenciais.

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Tribunal Regional Eleitoral mantém redes de Marçal suspensas e nega censura

Candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB teve seus perfis bloqueados no último sábado (24)

Por

iG Último Segundo

|28/08/2024 12:59

O influencer e candidato a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB)
WikiCommons

O influencer e candidato a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB)

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) negou o pedido do candidato à Prefeitura de São Paulo , Pablo Marçal (PRTB) para que as suas redes sociais fossem reativadas.

Sendo assim, os perfis do empresário seguem suspensos, conforme a decisão liminar do último sábado (24), movida a partir de um pedido da também candidata Tabata Amaral (PSB).

O juiz do TRE Claudio Langroiva compreendeu que a determinação não simboliza risco de prejuízo irreversível ao ex-coach nem a ocorrência de censura.

“Devemos destacar que ações judiciais voltadas a garantir parâmetros democráticos de igualdade, integridade e equilíbrio do processo eleitoral não se constituem em exercício de censura, nem de afrontas a direito fundamental”, afirma o magistrado na decisão.

Langroiva adiciona que há legalidade na suspensão dos perfis de Marçal. Ele conseguiria “garantir além da integridade do pleito, os direitos fundamentais dos demais candidatos à igualdade, ao equilíbrio e à correção de todo o pleito, o que afasta este pressuposto cautelar”.

A defesa de Marçal pode recorrer da decisão. O empresário afirma que o bloqueio de suas redes originais é censura. “Parece que aqui virou a Venezuela”, afirmou à Folha.




Quaest: Boulos (22%), Marçal (19%) e Nunes (19%) registram empate técnico triplo

Levantamento mais recente possui uma margem de erro de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos

Por

iG Último Segundo

|28/08/2024 17:33

Boulos, Nunes e Marçal estão próximos percentualmente na pesquisa divulgada nesta quarta-feira (28)
Reprodução

Boulos, Nunes e Marçal estão próximos percentualmente na pesquisa divulgada nesta quarta-feira (28)

pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (28) aponta um empate técnico triplo na liderança da disputa pela Prefeitura de São Paulo. Guilherme Boulos (PSOL) conta com 22% das intenções de voto, enquanto Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB) apresentam 19%.

O levantamento possui uma margem de erro de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Confira os números:

  • Guilherme Boulos (PSOL): 22% (em junho, eram 19%)
  • Pablo Marçal (PRTB): 19% (eram 13%)
  • Ricardo Nunes (MDB): 19% (eram 21%)
  • Datena (PSDB): 12% (eram 19%)
  • Tabata Amaral (PSB): 8% (eram 6%)
  • Marina Helena (Novo): 3% (eram 4%)
  • Bebeto Haddad (DC): 2%
  • João Pimenta (PCO): 0%
  • Ricardo Senese (UP): 0%
  • Altino Prazeres (PSTU): 0%
  • Indecisos: 8%
  • Branco/nulo/não vai votar: 7%

A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo SP-08379/2024, e encomendada pela TV Globo.

Em um levantamento feito em julho, Boulos contava com 19%, Nunes, 21% e Marçal, 13%. Os três candidatos oscilaram dentro da margem de erro, e Marçal, no caso, ficou no limite da margem.

Felipe Nunes, o diretor da Quaest, afirma que a pesquisa demonstra a estabilidade de Boulos, uma queda significativa de Datena – que antes registrava empate técnico com Boulos e Nunes na liderança, e um avanço de Marçal no âmbito do eleitorado bolsonarista.

No mês de junho, o atual prefeito de São Paulo pontuava mais entre os apoiadores do ex-presidente: 36% daqueles que votaram em Jair Bolsonaro (PL) no 2º turno de 2022 haviam afirmado que o escolheriam, ante 24% de Marçal. Agora, os candidatos aparecem tecnicamente empatados neste recorte: Marçal tem 39%, contra 33% de Nunes.

“A disputa parece que realmente está sendo feita dentro do eleitorado bolsonarista. Nunes e Marçal estão ali o tempo todo buscando esse eleitor”, diz o diretor da Quaest ao G1.

Expectativas para o segundo turno

Já dentro do levantamento sobre as intenções de voto para o segundo turno, Boulos e Marçal aparecem empatados, com 38%.

Além disso, 19% afirmaram que anulariam ou votariam em branco nesse cenário, ou, ainda, não iriam votar. O número de indecisos foi de 5%.

Marçal herdaria, de acordo com a pesquisa, uma parcela maior dos eleitores de Nunes (48%), enquanto Boulos ficaria com 20% deles.

Já em relação a Datena, Boulos e Marçal dividiram igualmente o eleitorado do apresentador: 31% iriam para Marçal e 30%, para Boulos.

Os de Tabata, por sua vez, iriam majoritariamente para Boulos: 51%, enquato outros 17% votariam em Marçal.

No caso de uma eventual disputa entre Nunes e Boulos, o prefeito de São Paulo estaria na frente se a eleição fosse hoje, com 46% das intenções de voto, ante 33% do candidato do PSOL.

Nunes é quem herdaria mais eleitores de Marçal (59%, contra 9%) e Datena (44%, contra 27%) do que Boulos. Já em relação a Tabata, o prefeito ficaria com 48% e candidato do PSOL, com 38%.

Em uma disputa entre Nunes e Marçal, por sua vez, o prefeito também dispararia na frente caso a disputa se desse hoje, com 47% ante 26%.

No mesmo cenário, 51% dos eleitores de Boulos, 42% dos de Datena e 61% dos de Tabata iriam para Nunes. Marçal ficaria com 9%, 21% e 3%, respectivamente.

Dados da pesquisa espontânea

Também foi perguntado pela Quaest em quem o eleitor votaria sem apresentar os nomes dos candidatos, o que configura uma pesquisa espontânea.

Os indecisos ainda configuram a ampla maioria, com 59%.

Boulos conta com 12% das intenções de voto (antes eram 9%), Marçal fica com 10% (eram 4%) e Nunes com 8% (antes eram 7%).

Confira os números:

  • Guilherme Boulos: 12%
  • Pablo Marçal: 10%
  • Ricardo Nunes: 8%
  • Tabata Amaral: 3%
  • Datena: 1%
  • Marina Helena: 1%
  • Ricardo Senese (UP): 0%
  • Bebeto Haddad (DC): 0%
  • Indecisos: 59%
  • Branco/nulo/não vai votar: 6%

A pesquisa também apontou quem são os candidatos que os eleitores conhecem, mas não votariam. Datena é o mais rejeitado, com 56%. Ele é seguido por Guilherme Boulos, com 45%; Ricardo Nunes, com 39%; e Pablo Marçal, com 35%.

Quem ocupa a quinta posição é Tabata Amaral, com rejeição de 31%. Logo após, aparecem Maria Helena, com 25%, Bebeto Haddad, com 16%, João Pimenta, com 15%, Ricardo Senese, com 12%, e Altino Prazes, com 10%.




Lula indica Gabriel Galípolo para presidir Banco Central; saiba quem é

Economista, de 42 anos, atua como diretor de política monetária e já foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda

Por

|28/08/2024 15:58

Atualizada às 28/08/2024 16:21

 

Gabriel Galípolo precisa ter presidência aprovada pelo Senado antes de assumir
Pedro França/Agência Senado

Gabriel Galípolo precisa ter presidência aprovada pelo Senado antes de assumir

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou nesta quarta-feira (28) o economista Gabriel Galípolo para assumir a Presidência do Banco Central.

Com 42 anos, o escolhido por Lula chefiará a autoridade monetária após ter atuado na campanha do petista em 2022, além de ter feito parte da equipe de transição de governo e ter ocupado o cargo de secretário-executivo do Ministério da Fazenda, antes de assumir a Diretoria de Política Monetária do BC.

O mercado financeiro já aguardava a indicação de Galípolo, anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Agora, o economista deve substituir Roberto Campos Neto dentro da autoridade monetária.

Para que isso ocorra, é necessário que a indicação seja primeiro analisada pelo Senado – a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) que realizará a sabatina de Galípolo, para que então o plenário referenda a indicação.

Vanderlan Cardoso (PSD-GO), presidente da CAE, no entanto, não promete que a sabatina seja feita antes do período das eleições municipais.

Confira a trajetória de Galípolo:

Escolha de Lula, Galípolo é formado em Ciências Econômicas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), onde também concluiu seu mestrado em Economia Política. Entre 2006 e 2012, ele lecionou em cursos de graduação na mesma instituição.

De 2017 a 2021, foi presidente do Banco Fator, destacando-se durante o período em que se discutiam os estudos para a privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae).

O economista consolidou-se como especialista em Parcerias Público-Privadas (PPPs) após liderar o desenvolvimento de um modelo de PPP para a Cedae, iniciado em 2018 por um consórcio formado pelo Banco Fator e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Na gestão pública, Galípolo ocupou o cargo de chefe da Assessoria Econômica da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos de São Paulo em 2007, durante o governo de José Serra (PSDB).

Ainda no âmbito do governo paulista, assumiu a posição de diretor de Estruturação de Projetos na Secretaria de Economia e Planejamento de São Paulo em 2008.

Mais recentemente, teve destaque ao substituir o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante suas férias em julho.