Tarcísio se mostra gigante; Bolsonaro perde prestígio até dentro do PL
Tarcísio se mostra gigante; Bolsonaro perde prestígio até dentro do PL
Por Valter Nogueira
Entre tantas leituras acerca da aprovação da PEC da Reforma Tributária, destaca-se a articulação direta do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Seu empenho garantiu o apoio de três em cada quatro deputados federais paulistas a favor da proposta.
A grande imprensa classificou o esforço de Freitas como seu “batismo político nacional”.
A posição de Tarcísio foi divergente do seu mentor político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Parece que o governador de São Paulo já sinaliza que irá trilhar pelo caminho da personalidade – não como um pau mandado!
O fato de ajudar um colega a chegar a um cargo público eletivo majoritário (prefeito, governador, presidente) não dá direito ao mentor querer guiar os passos do eleito, muito menos interferir em assuntos políticos e administrativos.
São Paulo tem a maior bancada na Câmara Federal: 70 deputados. Do total, 53 parlamentares paulistas votaram a favor, 16 contra e, apenas, uma abstenção, da deputada Sâmia Bomfim (PSOL). Em números redondos, 75% dos votos possíveis favoráveis à reforma.
Tarcísio de Freitas reuniu, em jantar no Palácio dos Bandeirantes, parte da bancada paulista no domingo passado. Em seguida, viajou a Brasília onde se reuniu com governadores, com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Na quinta pela manhã, no encontro do PL, Freitas chegou a ser hostilizado e até chamado pelo ex-presidente de “inexperiente politicamente”.
O empenho pessoal de Tarcísio foi reconhecido antes e depois da votação, quando recebeu uma série de desagravos e elogios, inclusive de Lira, com quem conversou várias vezes nos últimos dias, segundo fontes dos dois lados.
Derrota que poderia ser evitada
Após insucesso na Justiça Eleitoral, Jair Bolsonaro decidiu se envolver diretamente na reforma tributária, posicionando-se contra a PEC. Mais do que isso, tentou, sem sucesso, adiar sua votação na reta final.
A posição de Bolsonaro pareceu como uma tentativa/oportunidade desesperada de medir a sua força política junto à Direita.
Esqueceu, talvez, da máxima: rei morto, rei posto! Novos atores já se apresentam como possíveis lideranças da Direita. Enfim, Bolsonaro perde prestígio até mesmo dentro do seu partido, o PL.
Última
Bolsonaro amargou uma derrota que poderia ter evitado.
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