Denúncia feita ao MPF-PB aponta coação de PMs para que promovam “guerra branca”
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O assistente social Tárcio Teixeira, pré-candidato a deputado federal pelo PSOL, protocolou na manhã dessa quarta-feira no Ministério Público Federal (MPF) da Paraíba uma denúncia grave envolvendo a politização do movimento que luta por melhores salários nas polícias do Estado. Segundo ele, um grupo de militares ligados ao deputado estadual Cabo Gilberto Silva (PSL) estaria patrulhando colegas de maneira a constrangê-los e evitar que eles aceitem os plantões extras oferecidos pelo Governo.
Na denúncia, Tárcio relata que o objetivo desses policiais seria estimular o confronto entre a PM e facções criminosas no Estado de maneira a desestabilizar as instituições.
“O fato é que alguns policiais no afã de concretizarem suas legítimas reivindicações junto ao Governo estão promovendo distúrbios e atos de absoluta deliquência, coagindo e pressionando colegas de farda a não trabalharem, ao tempo em que se somam pela periferia da região metropolitana uma verdadeira carnificina com a execução sumária de várias pessoas, gerando por via de consequência reação por parte de facções criminosas que por sua vez colocam toda a população em risco e em estado de vulnerabilidade”, diz um trecho do documento, endereçado ao chefe do MPF-PB, José Guilherme Ferraz da Costa.
Tárcio acrescenta que esses policiais apostam “no caos, na desordem, no clima de instabilidade e de descontrole, com pretensões de uma vez disseminado esse clima de terror, favorecer suas reivindicações”.
Na denúncia, é dito que os líderes do movimento estão coagindo colegas de farda para que eles não assumam os plantões extras. Os nomes dos policiais dispostos a atuar nesses casos são expostos nos grupos de WhatsApp, onde também são colocados a quantidade de viaturas, do efetivo e os territórios que têm o policiamento do dia, além do nome do policial que está fazendo plantão extra naquela escala de serviço, “em sinal inequívoco de coação e constrangimento aos policiais que querem livremente exercer seu ofício”.
Outro dado preocupante que consta na denúncia é a ameaça de que no próximo fim de semana, de 28 a 30 de janeiro, haja uma contraofensiva das facções criminosas em resposta a mortes de integrantes em confronto com policiais militares.