Um dia após prisão de Jefferson, Bolsonaro diz que pedirá ao Senado cassação de ministros

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pedirá ao Senado a abertura de processo contra os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal). A promessa ocorre um dia depois da prisão do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), um dos principais apoiadores do gestor. O petebista é apontado por Moraes como membro de “possível organização criminosa” que busca “desestabilizar as instituições republicanas”. Em vídeos, o ex-parlamentar faz ameaças aos ministros do Supremo.

O tom do presidente foi assumido depois de a filha do ex-deputado, Cristhiane Brasil ter feito cobranças nas redes sociais contra o presidente Jair Bolsonaro. “Cadê o ‘ACABOU PORRA’?”, disse, em referência a ameaças passadas feitas pelo mandatário, dando a entender que adotaria medidas “fora das quatro linhas da Constituição” contra o Supremo. Entenda fora das quatro linhas como golpe de estado. Além de Moraes, responsável por mais uma prisão de Jefferson (ele tem outras no currículo), o presidente tem focado Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A própria Cristhiane Brasil tem passagem pelo xilindró por acusações de corrupção, assim como ocorre com o pai, que foi condenado nos escândalos do Mensalão e do Petrolão. Cristhiane foi presa em setembro por supostos desvios em contratos de assistência social celebrados pela prefeitura e governo do Rio.

Neste sábado, em tom de ameaça, Bolsonaro ainda acrescentou que o povo brasileiro “não aceitará passivamente” que direitos e garantias fundamentais (art. 5ª da Constituição Federal), como o da liberdade de expressão, continuem a ser violados e punidos com prisões arbitrárias, justamente por quem deveria defenfê-los”.

Para chegar mais rápida a mensagem aos destinatários, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) já repassou a postagem do presidente no grupo de WhatsApp dos senadores, da qual Pacheco faz parte, minutos após ser publicada. Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB e ex-deputado federal, foi preso na manhã de sexta-feira (13), no desdobramento das investigações sobre a atuação de uma quadrilha digital voltada a ataques contra a democracia. Moraes apontou em sua decisão indícios de mais de dez crimes.

Foram listados pelo magistrado, entre outros tipos penais, injúria, calúnia e difamação, incitação e apologia ao crime, denunciação caluniosa ou atribuir a alguém a prática de ato infracional de que o sabe inocente com finalidade eleitoral.

www.reporteriedoferreira.com.br   Suetoni Souto Maior