Governadores afirmam que troca na Saúde será ineficaz se Bolsonaro não mudar comportamento

Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

Governadores criticaram nesta segunda-feira (15) a atuação do presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia de Covid-19 e disseram que a troca de comando no Ministério da Saúde será ineficaz se o presidente da República não mudar seu comportamento em relação às ações de combate à pandemia.

O governo federal sofre pressão para que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, deixe o cargo. Deputados do Centrão têm pressionado pela sua substituição diante do desgaste gerado pelo agravamento da crise sanitária de Covid-19 no país.

As declarações dos governadores foram feitas durante uma reunião da comissão temporária do Senado realizada por videoconferência, e destinada a acompanhar as ações de enfrentamento à crise sanitária instalada com a proliferação da Covid-19.

Participaram do encontro o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), e do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).

“Vai trocar o ministro? Não vai adiantar muito, porque o que tem que mudar é o comportamento do governo. O governo tem que passar a coordenar essa ação, que não fez até agora”, afirmou Casagrande.

“É preciso que o governo mude, mas nós não acreditamos muito na mudança do governo, então é importante que o Senado cumpra o papel”, concluiu.

Para Dino, as carências do país no combate à pandemia não devem ser creditadas aos ministros que ocuparam a cadeira durante o período, mas sim a Jair Bolsonaro.

“Acho que tanto o Mandetta, o Teich quanto o atual ministro Pazuello, tentaram dialogar com os governadores. A questão central é de fato mais à cima, é a hierarquia administrativa que tem determinado atitudes de sabotagens em relação aos esforços de estados e municípios”, afirmou o governador do Maranhão.

“Creio que não adianta mudar o ministro se a política continuar a mesma. Se o presidente continuar atrapalhando fica muito difícil qualquer ministro dar certo”, completou.

Leite, do Rio Grande do Sul, afirmou que não há ministro que sobreviva no cargo caso Bolsonaro continue com ações de “sabotagem”.

“Eu não me arvoro a tratar sobre esse tema porque o que eu vi depois da troca de três ministros é que o problema está nas orientações que o presidente dá”, afirmou. “Não há ministro que consiga trabalhar com a sabotagem feita pelo próprio presidente da república às medidas necessárias ao combate ao coronavírus”, disse o governador.

Segundo ele, o atual ministro, Eduardo Pazuello, sempre foi “gentil” e “atencioso”, mas não conseguiu avançar nas ações de enfrentamento à Covid por orientação de Bolsonaro.

“Quando precisamos avançar na articulação internacional por vacina e no apoio para medidas de distanciamento são dois problemas que o presidente não tem ajudado e fica difícil exigir que o ministro da saúde consiga resolver”, declarou. “Precisamos especialmente de um presidente sensibilizado. Se não for para oferecer ajuda, que seja para parar de oferecer ataques e agressões e atrapalhar o processo de enfrentamento da pandemia”, afirmou Leite.

‘Negacionista’

Em sua fala, o governador João Doria chamou Bolsonaro de ‘negacionista’ e disse que ele promove um genocídio no país. O governador de São Paulo defendeu ainda a condenação do presidente da República em tribunais internacionais, em razão da sua conduta durante a crise sanitária.

“Temos um presidente da República ‘negacionista’, que desde março do ano passado quando deveria dar exemplo, como líder do país, deu exemplos lamentáveis de negacionismo, participou de atividades, estimulou atividades, não usou máscaras, qualificou de maricas quem usa máscara, de covarde quem fica em casa, apostou em uma única vacina”, criticou Doria.

“Jair Bolsonaro será condenado por tribunais internacionais, porque o que ele está promovendo no Brasil é um genocídio. Nós estamos matando os brasileiros, é inacreditável isso”, declarou Doria.

“O Brasil hoje é um mar de morte e um oceano de incompetência, tendo como capitão o mito Jair Bolsonaro. Meu repúdio a este homem, meu repúdio aos ‘negacionistas’”, afirmou.

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Ludhmila Hajjar, sobre ameaças de morte: “Fiquei assustada”

Cardiologista relatou também que houve seguidas tentativas de invasão do seu quarto de hotel; Fontes dizem que ser ‘anticloroquina’ pesou na decisão do presidente em não nomeá-la para o cargo

Cardiologista Ludhmila relata ameaças de morte após convite para assumir a pasta da Saúde
Reprodução: iG Minas Gerais

Cardiologista Ludhmila relata ameaças de morte após convite para assumir a pasta da Saúde

Ludhmila Hajja , cardiologista do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, passou os últimos dois dias em Brasília para tratar de uma possível nomeação ao cargo de Ministra da Saúde e relatou que, na última noite, houve duas tentativas de invasão em seu quarto de hotel.

Segundo a médica, as tentativas a deixaram ” assustadas “. E não foram as únicas, já que seu número de telefone pessoal também foi vazado em grupos de WhatsApp e fake news a seu respeito foram disseminada nas redes.

A doutora ressaltou que não tem filiação partidária pois um médico possui a missão de salvar pessoas “de esquerda e de direita “. Segundo Ludhmila, os ataques são fruto de grupos ‘ radicais ‘, já que ‘defendem o discurso da polarização ‘.

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Policial militar perde cargo por participar de roubo aos Correios e outros crimes

O cabo da Polícia Militar Wanderlan Limeira de Sousa foi condenado pela prática de ato de improbidade administrativa. As sanções aplicadas foram: perda do cargo de Policial Militar ou de qualquer função pública, suspensão dos direitos políticos pelo prazo de oito anos e pagamento de multa civil no valor correspondente a 10 vezes o valor do seu salário bruto. A sentença foi proferida pelo juiz Rusio Lima de Melo nos autos da ação nº 0008967-44.2015.8.15.0251,  julgada durante o Mutirão da Meta 4, do CNJ/TJPB.

De acordo com os autos, o promovido, na condição de policial militar, agiu de forma contrária ao seu dever funcional, incorrendo em improbidade administrativa mediante a prática de diversos atos graves. “Dos pontos controvertidos nos autos, ficou bem comprovado que o réu se envolveu no roubo aos Correios de Condado em 2014, participou da tentativa de homicídio de José Reinaldo da Silva (NOCA); abusou da autoridade contra o adolescente I. S. N, praticou comércio ilegal de arma e munição e permitiu usurpação de cargo público, omissão no dever funcional e simulação de atos atentatórios contra a própria vida, usando indevidamente os bens públicos e inserindo dados inverídicos em ocorrência policial com o intuito de favorecer-se”, destacou na sentença o juiz Rusio Lima.

O magistrado apontou que os depoimentos colhidos nos autos demonstram um direcionamento uníssono para a prática de inúmeras irregularidades graves a cargo do promovido, que enquanto representante do estado policial, elegeu um civil para a condição de informante da polícia e lhe deu poderes além da mera colaboração verbal, concedendo-lhe a indevida liberdade para atuar como se fosse um agente do estado, extrapolando a missão inicialmente confiada, que era a de apenas contribuir com informações importantes no combate ao crime. “Ficou evidente que o réu agiu ao arrepio da lei, constrangendo menor de idade em abordagens, envolvendo-se em conluio com assaltantes e exercendo sua missão de modo a praticar abusos de autoridade e crimes”.

O juiz afirmou, ainda, que o conjunto probatório é suficiente para comprovar a violação do dever funcional do policial militar, praticando atos de improbidade que feriram os princípios da legalidade. “Não se pode tolerar o cometimento de crimes por policiais, sob pena de igualá-los aos infratores que por eles devem ser combatidos”, pontuou.