ELEIÇÃO PARA A ACADEMIA PARAIBANA DE LETRAS: Por Gilvan de Brito

ELEIÇÃO PARA A ACADEMIA PARAIBANA DE LETRAS: Por Gilvan de Brito

 

Estou publicando neste FACE, diariamente, a capa de cada um dos 140 livros de minha autoria ou com a minha participação, até a data da eleição. Quero mostrar a intimidade com as letras, exigência da Academia, para justificar a minha candidatura.

 

20º LIVRO: COLEÇÃO PRÊMIOS – LIVRO 30 DO SERVIÇO NACIONAL DE TEATRO. Prêmio nacional para “BOI DE FOGO” OU “RAFAMEIA”, do teatro universitário, em edição de cinco mil exemplares, publicada pelo Ministério da Educação e Cultura.

Dentro de uma visão político-religioso-profano, propomos a criação de um ambiente cômico-satírico e surrealista, num trabalho que procura enfatizar os elementos característicos da formação social, destacando as peculiaridades da região, do grupo étnico, da formação cultural, das necessidades e do gênero de vida, dando uma feição própria do povo, na sua ingenuidade e na sua sabedoria. O auto, calcado em motivos populares e com figuras extraídas de grupos folclóricos, procura ressaltar os contornos de uma existência fantasiosa num determinado ambiente onde as exigências são reais, reunindo nesse sincretismo os desejos e as frustrações do povo, do ponto de vista social, histórico, político, religioso e estético. É o populório, o folclore universal, destacando a sua marca regional, do Nordeste, da Paraíba.

 

No contexto, fica a interpretação de que o povo se ressente de conhecimentos para a prática democrática porque desconhece os seus direitos e não luta por eles por total ignorância. Mostra que o único caminho para se chegar ao regime ideal se dá através da elevação da cultura do povo. Condena a cultura superficial adquirida na leitura de atualização diária, que em nada contribui para que a massa, saída de um regime de escravidão – negra, branca e indígena – formada pelos africanos, degradados e os nativos, sob o jugo de conquistadores ambiciosos, possa formar uma opinião correta sobre os valores do homem. Prevalece a força imposta pela burguesia herdada da elite que dominou a terra desde o colonialismo.

 

Esta peça foi censurada pela ditadura, porque além da mensagem política reveladora dos anos de chumbo, tem o personagem principal chamado Seué, não por acaso confundido pelos agentes com o general Ernesto Geisel, presidente da Petrobrás e depois presidente da República (quando chamou a atenção dos agentes da ditadura. A censura ocorreu durante a exibição da peça no teatro Lima Penante, uma violência, sob as vistas da plateia. Esta dramaturgia encontra-se no acervo da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e poderá ser acessada pelos interessados.

 

www.reporteriedoferreira.com.br Por Gilvan de Brito, Jornalista, advogado e escritor