Ao fechar acordo com o Centrão, Bolsonaro garantiu uma base governista de 206 deputados na Câmara dos Deputados. Eles são suficientes para barrar um eventual processo de impeachment. Com 172 votos, ele já fica livre do processo
247 – Com a entrega de cargos ao Centrão, Jair Bolsonaro tem uma base de pelo menos 206 aliados na Câmara, o que representa 40% do total de deputados. Juntos, os parlamentares são suficientes para barrar um eventual processo de impeachment ou uma denúncia contra ele -uma base de 172 deputados é suficiente para isso. Só não teriam capacidade para aprovar reformas sem o apoio de outros partidos ou de correligionários que resistem em apoiar o Executivo.
O líder do PP, deputado federal Arthur Lira (AL), arregimentou 129 parlamentares de dez partidos, de acordo com levantamento feito pelo jornal Valor Econômico. O parlamentar é cotado para substituir Rodrigo Maia (DEM-RJ) na presidência da Câmara a partir de 2021.
A base de Bolsonaro, com 206 deputados, é composta por 129 integrantes de partidos do Centrão, 43 parlamentares de sete partidos alinhados com Rodrigo Maia e 34 filiados ao PSL.
Desde março, o presidente da Câmara e líderes partidários estão cumprindo um acordo de priorizar a votação de propostas sobre o combate ao coronavírus. São pautas com voto favorável até da oposição. Mas ainda não há consenso, por exemplo, sobre por quanto tempo e qual deve ser o valor das novas parcelas do auxílio emergencial criado para combater os efeitos da crise. Maia demonstrou ser favorável a prorrogar o benefício por dois meses, com duas parcelas de R$ 600. O governo quer uma redução escalonada, com três parcelas, de R$ 500, R$ 400 e R$ 300.
Ao todo, 73 parlamentares querem independência em relação ao Palácio do Planalto nesses partidos. Eles fazem parte dos seguintes partidos: PP, PSD, Solidariedade, Republicanos, PTB, PL, Pros, PSC, Patriota e Avante. Já deputados do MDB, do DEM e do PSDB, por exemplo, sinalizam alinhamento ao governo.
A aproximação entre Bolsonaro e os partidos do Centrão ocorre em meio às dificuldades de governabilidade e de retomada do crescimento econômico. Também vale ressaltar que avançaram envolvendo Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
O Supremo Tribunal Federal investiga, ainda, acusações do ex-ministro Sérgio Moro de que Bolsonaro tentou intervir na Polícia Federal. Outra linha de investigação é o inquérito das fake news, que tem como um dos principais alvos o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
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