Caso Ronaldinho Gaúcho: Promotor diz que existia processo de naturalização em curso para ex-jogador e irmão no Paraguai

Segundo promotor que atua no caso, processo corria à revelia de Ronaldinho e irmão. Um funcionário público estaria participando do esquema, de acordo com o Ministério Público.

O promotor paraguaio Federico Delfino afirmou nesta sexta-feira (6) que existia um processo de naturalização de Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Assis Moreira, como cidadãos do Paraguai. A informação é do jornal “ABC Color”.

Segundo o promotor, um funcionário público apresentou uma série de documentos à Direção de Migração do Paraguai para naturalizar os dois irmãos. Esse servidor, diz Delfino, já está com a ordem de prisão contra ele. Haveria ainda outras pessoas envolvidas no esquema.

Ronaldinho e Assis foram retidos na noite de quarta-feira em um hotel de Assunção por entrarem no Paraguai com documentos de identidade paraguaios adulterados. Os dois admitiram o erro à promotoria, que decidiu não denunciá-los.

O caso, entretanto, ainda não está encerrado. O Ministério Público denunciou um empresário brasileiro (leia abaixo) e duas paraguaias que seriam as verdadeiras detentoras dos passaportes e cédulas de identidade adulteradas. A investigação também continua para determinar o suposto esquema de fraude nos documentos.

Nesta sexta-feira, Ronaldinho e Assis compareceram a um tribunal para prestar esclarecimentos a um juiz. Até as 16h (de Brasília), os dois ainda estavam na corte.

Brasileiro diz que agiu como intermediário

Depois de se negar a falar em depoimento, o empresário Wilmondes Sousa Lira, apontado pela defesa de Ronaldinho Gaúcho como responsável por entregar os passaportes e identidades paraguaias irregulares, chegou ao Palácio da Justiça nesta sexta-feira disposto a explicar toda sua versão sobre o caso. Segundo ele, a documentação foi solicitada por alguém ligado a Ronaldinho e seu irmão, Assis.

A defesa de Wilmondes alega que seu cliente não está envolvido com a confecção dos documentos e que ele foi apenas o intermediário do caso, sendo responsável por levar os documentos ao Brasil. Algo que contradiz o que disse o promotor Federico Delfino, que alegou que os passaportes foram entregues já no Paraguai, e confirma a primeira versão de Ronaldinho.

Os advogados não citaram nomes dos possíveis responsáveis, mas disseram que Wilmondes vai mencioná-los no depoimento.

Fonte: g1.globo.com